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Destruição planejada

Crescimento do ensino à distância ilustra interesses na educação

Em 2019, 43,8% dos estudantes entrando no terceiro grau estão em cursos de EAD. Em 2009, esse número era de 16,1%

Uma das principais pautas do governo golpista para a educação sempre foi o sucateamento total, para posteriormente entrega para os grandes tubarões do ensino privado. Não por acaso o “Chicago Boy” Paulo Guedes, ministro da economia de Bolsonaro, tem estreitos interesses familiares ligados às universidades privadas: sua irmã, Elizabeth Guedes, é vice presidente da ANUP (Associação Nacional das Universidades Particulares).

O interesse destes grupos vem sendo impulsionado há tempos pelos capitalistas para o ensino superior. Os números a seguir destacados comprovam o interesse dos grupos privados de educação em relação ao famoso EAD, ou como é chamado de maneira demagógica em alguns estados, ensino remoto emergencial (ERE).

Dados mostram o desenvolvimento da política golpista

Os estudantes que ingressam no ensino superior em um curso a distância representaram 43,8% do total de estudantes iniciando o terceiro grau em 2019. Em 2009, esse número era de 16,1%. O crescimento de 27,7 pontos percentuais mostra o avanço da modalidade nos últimos dez anos no Brasil.

No ano passado, 3,6 milhões de pessoas ingressaram no ensino superior, sendo que 1,6 milhão o fizeram em algum curso de ensino a distância (EAD). As informações são do Censo da Educação Superior de 2019, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e divulgado nesta sexta-feira (23/10).

Tubarões do ensino privado são os mais interessados

A maior parte dessa entrada ocorre no ensino privado. Dos 1,592 milhão de estudantes ingressando em cursos de EAD em 2019, 1,559 milhão o fizeram em instituições privadas. Isso representa 98% do total.

Em paralelo ao crescimento nos alunos que iniciam cursos na modalidade ‘’virtual’’,  a quantidade de estudantes diminuiu pela quarta vez nos últimos cinco anos. Em 2014, ano com a maior quantidade de ingressos em cursos presenciais, foram 2,383 milhões de ingressantes. Já em 2019 esse número caiu para 2,041 milhões.

Essa queda se deve também ao setor privado, que tem privilegiado vagas de ensino de EAD. O número de ingressantes em cursos privados presenciais caiu de 1,878 milhão em 2014 para 1,514 milhão em 2019.

Os dois movimentos conjugados fizeram com que os alunos de EAD chegassem a 28,5% do total de matriculas em cursos de graduação no ano passado. São 8,6 milhões, das quais quase 2,5 milhões estão estudando a distância. Em 2009, a relação era de 14,1%, com 838 mil pessoas estuando em EAD de um total de quase 6 milhões.

Além da diferença na forma de estudar, o EAD também tem um outro perfil de professor. “A maioria dos docentes de cursos presenciais é composta por doutores. Na EAD, a maior parte é de mestres”, destacou o estudo.

MEC impulsiona ataques

O pastor ministro da Educação, Milton Ribeiro, também conhecido por defender castigos físicos a crianças, diz que é importante dar reconhecimento à rede privada de ensino, que “hoje tem uma participação preponderante na educação”. “Estado brasileiro não seria capaz de cumprir missão constitucional se não fosse parceria da rede privada”, afirmou o presbiteriano golpista sucessor de lixos como Weintraub e Ricardo Vellez, como tudo que há nesse governo que é um verdadeiro lança-chamas contra a população.

EAD é uma farsa, esquerda precisa lutar contra isso

As diferenças econômicas determinam as condições de estudo, pois além do acesso à internet, este método para ser aplicado com sucesso num público adolescente depende da disponibilidade de um adulto para acompanhar seus estudos e de um cômodo que ofereça um mínimo de isolamento para que o estudante consiga se concentrar nas atividades, no mínimo.

A esquerda não pode assistir passivamente a este avanço da precarização do ensino e da exclusão social, é preciso combater o EAD como substituta do ensino presencial e lutar pela suspensão do semestre letivo.

 

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