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Ditadura

Contra a juventude, 75% das federais exigirão passaporte vacinal

A esmagadora maioria das universidades federais anuncia obrigatoriedade da vacina na volta às aulas presenciais, um venal ataque contra a juventude

Além de matar milhares de pessoas da comunidade estudantil, como parte do processo da volta às aulas deste mês de março, 75% das universidades federais devem exigir comprovante de vacinação contra a covid-19 de alunos, professores e funcionários. A decisão, tomada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e pelos reitores das universidades, alega ser pela segurança dos estudantes e pelas medidas sanitárias contra a covid-19. Entretanto, deve ficar claro que tal exigência é, não só autoritária, mas justamente contra os direitos da juventude.

O que exemplifica esta situação é, por exemplo, o caso da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), na qual o reitor Lino Sanabria penalizou os alunos que não seguiram à risca tal medida autoritária imposta pela universidade. Só neste mês, na UFGD, contabilizou-se 580 acadêmicos dos quais a universidade trancou as matriculas devido à falta do passaporte vacinal. Como se não fosse absurdo demais exigir o passaporte completo da vacina contra a covid-19, os alunos são expulsos como num regime de ditadura.

Outro caso parecido é a excessiva demagogia de se estar protegendo os alunos, mas, na verdade, estar atacando os direitos da juventude. A reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise carvalho, diz: “Consideramos fundamental que nossa comunidade esteja vacinada para protegê-la de infecção e também de desfechos ruins, como a covid grave”. Ao final, lembra das consequências em não se vacinar. Ou seja, em tese, todo indivíduo deve ter o direito de não se vacinar, mas a exemplo desta medida isso não vale de nada, pois a reitoria pode expulsar o estudante caso ele não se vacine em nome da “saúde”. O governo obriga e reprime de outras maneiras, disfarçadas, impondo decisões sobre quaisquer indivíduo, usando justificativas como a da covid-19, a suposta segurança dos jovens e a saúde de toda a comunidade.

Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), iniciou-se efetivamente o processo para a exigência do passaporte em janeiro, com o envio de um formulário a todos os estudantes, técnicos e professores da universidade. Mostrando como o passaporte vacinal pode ser usado como uma medida ditatorial, dando ainda mais poder à reitoria e ao governo, sobre os direitos individuais fundamentais a todos, como a liberdade de expressão e de escolha.

Além disso tudo, uma coisa que se deve enfatizar é que isso nos mostra mais uma vez como o movimento estudantil não só está paralisado, mas como as principais instituições representativas dos estudantes tem uma política à reboque das medidas impulsionadas pela burguesia contra os estudantes. Este é o caso da UNE e da UBES, que não só foram a favor desta medida, mas também da farsa do EAD e de todo o cronograma da volta às aulas. Chegaram até a fazer plenárias falidas e não convocadas intencionalmente em nível nacional, para discutirem como iria ser o acompanhamento da volta às aulas, e tomarem decisões por conta própria sem a necessidade de uma verdadeira consulta da juventude. Isso mostra que as direções do movimento não se importam com a situação na qual os estudantes se encontram na pandemia e na crise econômica que vem acabando com o país, escravizando ainda mais os jovens, colocando-os completamente à mercê das políticas e atrocidades do imperialismo.

A obrigatoriedade vacinal, no final das contas, é mais uma manobra suja contra a juventude, diminuindo ainda mais o direito da mesma de se organizar, impossibilitando os jovens de não só fazerem parte da tomada de decisões, mas de não poderem decidir se vão ou não se vacinarem, fazendo o aluno perder o direito de estudar, caso não cumpram com as regras impostas pela burguesia, que viola o direito democrático do aluno, de liberdade de escolha, de expressão.

Fica claro que é preciso reconstruir a UNE e a UBES pela base, pois suas direções já se mostraram à muito comprometidas com a política da burguesia nacional. E mais, somente a mobilização popular da juventude em torno de Comitês de Luta Estudantis pode reverter este quadro verdadeiramente ditatorial. Caso contrário, a crise em torno do movimento estudantil deve, decerto, aumentar.

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