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Volta às aulas

Com dinheiro do imperialismo, burguesia impulsiona volta às aulas

Em editorial, Estadão faz propaganda em prol das aulas

Em um momento  de descontrole da pandemia, em que retornamos às mais de mil mortes diárias, o jornal ideológico da burguesia, o Estado de S. Paulo, publicou um artigo intitulado “Escola aberta só faz bem”. Num surto de preocupação com ”os efeitos sociais (…) particularmente cruéis” do fechamento, especificamente, do ensino público, afinal de contas, como é natural numa sociedade de classes, a classe operária e demais setores oprimidos são os que levam a pior, o jornal defende a reabertura total das escolas, as nossas crianças não podem ficar sem a merenda que é “para muitos (…) a refeição mais nutritiva do dia”. O jornal que hoje mais cedo publicou um artigo de opinião intitulado “Lula promete o atraso”, que defendeu o golpe de estado, que defende a destruição do ensino, está muito interessado no aumento estimado de “170% na evasão escolar”. Terrivelmente preocupado com nossas crianças e adolescentes!

O ódio que a burguesia sente pelos professores não conseguiu permanecer escondido nem em meio a toda esta demagogia barata. Como podem promover greves quando seus salários (em alguns estados) estão congelados há anos, quando pede-se que morram no trabalho em meio à pandemia?! Como podem exigir “condições razoáveis de retorno, quando tudo já está em funcionamento”? Nem mesmo as universidades e demais instituições do ensino superior saíram imunes à esta brilhante peça de opinião: aqueles que “deveriam ser os guardiões da ciência, seguem adiando as aulas presenciais.” A verdadeira ciência é a ciência da reabertura total da economia, do retorno da juventude desprotegida à escola e a ditadura da tecnocracia que nada sente ao banhar suas mãos em sangue. Tudo para apaziguar os bancos e o imperialismo!

Como usual, nesta época em que a burguesia brasileira encontra-se possuída por um espírito “humanista e democrático”, digno de um jacobino, sobrou também para seus funcionários do Palácio do Planalto. Fosse o científico João Dória ou o nacionalista “Sergio” Moro ali, não teria havido campanha de desinformação alguma e todas as nossas crianças já estariam vacinadas; afinal de contas, a “estrutura do SUS permitiria  que mais de dois terços” delas já o estivessem. Certamente, não faltam vacinas para nossa juventude! Para não comentar a campanha que a burguesia sempre fez em favor desta conquista do povo brasileiro, o SUS, melhor seria se fosse a conquista de uma meia dúzia de capitalistas.

A pergunta, então, é: como o mal caráter por trás deste chamado ao genocídio da juventude brasileira pode defender tal coisa? Nossa burguesia profundamente “culta e progressista” tem sempre “a ciência” ao seu lado, aquela financiada pelo imperialismo. Em estudo publicado na revista JAMA, The Journal of the American Medical Association (Diário da Associação Americana de Medicina), chegou-se à conclusão de que a reabertura das escolas em países de renda média ou baixa, ou seja, os países de capitalismo atrasado tais quais o Brasil, não agravaria a pandemia e que os benefícios de se manter as escolas fechadas seriam muito baixos. Para os autores, a questão não é então se deve-se reabrir ou não as escolas, mas como fazê-lo de forma segura, algo muito fácil no Brasil onde faltam vacinas para as crianças e onde as escolas públicas são famosas por serem muito bem equipadas.

Ao leitor que tem fetiche em ciência e acha que basta que algo esteja publicado em algum lugar para se tornar verdade “absoluta” dedico agora algumas linhas. Quem já publicou nesta revista? Ninguém menos que o capitão do mato Barack Obama. Não fosse só isto, quando se submete um artigo à JAMA, faz-se de maneira anônima de maneira a garantir a legitimidade do conteúdo, não foi o caso para ele. A “ciência” está para além da política, é o que nos gostaria fazer crer o Partido da Imprensa Golpista. E o conteúdo, é corroborado por outros estudos semelhantes? A esta pergunta, a resposta se encontra na introdução do artigo: “até onde sabemos, não há estudo que tenha documentado as consequências de se manter as escolas abertas em países de renda baixa ou média durante a pandemia de coronavírus com contrafactuais apropriados.” É responsável adotar uma política pública quando este é o primeiro estudo do tipo? E os autores, quem são? Ao procurar Guilherme Lichand chegamos ao típico “empreendedor social” por quem nossa esquerda pequeno-burguesa se babaria toda, ele é doutor pela Universidade de Harvard em “economia política e governo” e é professor assistente de economia na Universidade de Zurique, na Suíça, no departamento de “bem-estar e desenvolvimento infantil”. Um gênio e um santo! No entanto, o senhor Lichand é um “especialista em inovação social” no Fórum Econômico Mundial, o FEM, ou seja, um intelectual financiado pelo imperialismo. Além disso, tanto ele quanto Leal Neto declararam financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) durante o estudo, outra instituição do imperialismo; e outro dos co-autores,  João Paulo Cossi Fernandes, trabalha para o BID. Conexões que setores da esquerda pequeno-burguesa diriam ser mera coincidência, são cientistas, sábios neutros que recomendam a melhor política a se seguir.

O imperialismo quer a volta às aulas, não importando os riscos. É preciso mobilizar todas as categorias por uma greve geral do setor da educação! Contra o genocídio da juventude brasileira!

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