*Este artigo foi escrito antes da declaração da deputada Leci Brandão do PCdoB afirmando que não estava presente no plenário da ALESP. Na sequência a imprensa informou que a votação se deu por aclamação assim como o próprio sítio oficial indicava o voto da deputada.
Nesta quarta-feira, 27, mais um ataque foi disferido contra os estudantes e idosos do Estado de São Paulo. Dessa vez a política de desestímulo à cultura partiu do Deputado Estadual Arthur do Val (Patriotas), o tal do “Mamãe Falei”, que saiu do esgoto da política do MBL (Movimento Brasil Livre) e do bolsonarismo para atacar o povo no legislativo.
O projeto do deputado, aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), atendendo pedido dos seus patrões capitalistas, acaba com a meia-entrada nos eventos culturais, um direito assegurado por leis federais. O texto do projeto, que é uma farsa, um cinismo sem tamanho, diz que a meia-entrada, hoje reservada a apenas algumas categorias, será destinada “a todas as pessoas com idades entre 0 e 99 anos”. Ou seja, não haverá mais o benefício, pois será apenas um preço para todos, preço esse que não permitirá aos antigos beneficiários frequentar os ambientes culturais. A classe trabalhadora não tem mais condições de frequentá-los com sua família. A burguesia está matando o povo: para ele não tem emprego, não tem comida, tampouco cultura.
O deputado justificou o fim da meia-entrada da forma mais cínica que o caracteriza:
“Na verdade, quando você garante a meia-entrada para todo mundo, você não tem meia-entrada na prática.”
No seu Twitter, ele disse que o fim da meia-entrada acabará com a distorção social e o impacto negativo que causa ao setor cultural. Na verdade, o fim desse direito expulsará o povo e beneficiará apenas os capitalistas do setor, que aumentarão os ingressos ao seu bel-prazer. A falsa desculpa dos empresários de que a meia-entrada não dá condições de previsibilidade é mentira, pois todos eles sabem muito bem a quantidade média de estudantes e idosos que utilizam esse direito. Os capitalistas querem, sim, é o fim de mais esse direito da população para visar apenas o lucro.
A esquerda ficou contra o projeto, com exceção da deputada Leci Brandão, do PCdoB. Justamente o partido que dirige a UNE há décadas se colocou a favor de um projeto totalmente contrário aos interesses dos estudantes.
O governo do PSDB vem intensificando sua política de privatização há muito tempo. Recentemente foram os parques da capital, muito utilizados pela população e por atletas, cujos técnicos, para poderem trabalhar, terão que pagar uma taxa para concessionárias usurpadoras do patrimônio alheio.
É preciso denunciar esse ataque que vai afastar ainda mais a população da cultura e dos esportes. Os estudantes precisam antes de tudo se mobilizar e ir para as ruas protestar contra esse assalto à juventude e idosos do Estado de São Paulo.
