Os capitalistas donos de universidades privadas estão ávidos pela retomada das aulas presenciais. Como qualquer outra mercadoria, a educação privada entra no balcão de negócios da burguesia e deve voltar com as aulas presenciais já no começo desse ano. Essa brilhante ideia, no entanto, calhou com a expansão da variante Ômicron, responsável pelo aumento nos índices de internação e contaminação do novo coronavírus.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) promete começar o ano letivo com presença integral em todos os campis em fevereiro. O adiamento de 15 dias não mudou praticamente nada em relação ao marcado anteriormente (1.º de fevereiro). Segundo o pró-reitor Antonio Freitas, tanto em SP quanto no Rio, o retorno presencial está marcado para o dia 14 de janeiro.
Na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), as aulas devem voltar no dia 3 de março, faça chuva faça sol, com ou sem coronavírus. Os alunos de medicina, contudo, colocaram suas vidas em risco antes dos demais, pois a volta às aulas presenciais do curso será antes.
Essa decisão vale também para a Insper e a ESPM, cujas aulas voltarão no dia 14 de fevereiro. A Insper, no entanto, colocará em prática o esquema do passaporte vacinal. Quem não apresentar o passaporte completo não poderá assistir aula. A Ibmec, no que lhe concerne, não sabe se cobrará o passaporte, mas já tem data marcada para dia 15 de fevereiro com aulas presenciais. Já a Universidade Presbiteriana Mackenzie foi mais cautelosa. As aulas voltarão no dia 1.º de fevereiro, porem de forma remota.
Essa situação ocorre enquanto o governo de SP admite que os dados estaduais da Covid-19 estão defasados. Ora, o que dizer quando o governo contabiliza menos casos para o estado inteiro em comparação ao registrado pela prefeitura somente na capital. Algo de estranho acontece na burocracia controlada pela direita paulistana. Entre 1.º e 19 de janeiro o município notificou 96.932 casos, ao passo que o governo paulista teve apenas 67.413 notificações para o estado todo. Essa política é um verdadeiro genocídio se considerarmos o aumento vertiginoso nos casos por conta da variante Ômicron. Logo em São Paulo, um dos estados mais deficientes no combate à pandemia. Toda essa articulação por parte da burguesia busca rifar a vida dos estudantes e trabalhadores para acumular mais capital.