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Rui no 247

Rui Costa Pimenta:”os golpistas levaram a saúde ao colapso”

"Vivemos uma hecatombe. Veremos gente morrendo do lado de fora dos hospitais", analisou Rui no programa exibido, excepcionalmente, nesta sexta-feira.

No programa desta semana ocorrido, excepcionalmente, nesta sexta-feira (26), o presidente do PCO foi entrevistado por Leonardo Attuch e, em apenas meia hora de programa, discutiu temas importantes da situação política nacional e internacional.

O programa Análise Política na TV 247 ocorre, normalmente, toda terça-feira às 16h e na próxima semana já voltará ao horário normal.

O primeiro assunto foi sobre o governo Biden. Rui analisou o ataque ordenado pelo presidente dos EUA a uma base do Hezbollah na Síria e disse se tratar de uma demonstração clara da agressividade do governo. Mas, que ainda demoraria para que caísse a máscara de governo democrático de Joe Biden.

Rui explicou que o Hezbollah é uma organização política de esquerda com um histórico de luta anti-Israel e anti-imperialista. A Síria e o Líbano são praticamente dominados pelos xiitas, corrente religiosa que domina o governo iraniano, portanto, para Israel é uma questão de sobrevivência impedir o crescimento dos xiitas ao redor de suas fronteiras.

Comparando a política de guerras do governo Trump com o atual, Rui explicou que a política de Trump não era a de guerrear com países estrangeiros, apesar da demagogia do ex-presidente dos EUA, pelo contrário. E que os ataques do governo norte-americano ocorridos em seu mandato ocorreram por pressão do setor militar norte-americano, que é um organismo praticamente independente.

Ainda sobre o atual governo norte-americano, quanto à política de imigração, ocorre uma reprodução da política de Trump que era a mesma política do Obama. “O que temos que ver é a política econômica. Aí é onde eu acho que as mudanças serão maiores e é complexo. (…) Porque eles tem que lidar ao mesmo tempo com a recessão e impor a mesma política neo-liberal, que é muito contraditório”, analisou Rui.

“Acho que o governo Biden vai ser um governo linha dura, ao contrário do que o pessoal está pensando, em todos os sentidos, ele vai disfarçar. Inclusive, essa alta dose de demagogia identitária é um indício de que eles vão jogar pesado”, disse Rui. Esse identitarismo serve para seduzir uma parte da esquerda de classe média universitária de tipo liberal.

Falando do governo brasileiro, especificamente o governo Bolsonaro, Rui analisou que a militarização do governo segue um padrão anterior. Já sobre a escolha de um militar para comandar a Petrobrás, Rui analisou que os militares são uma burocracia muito voraz que vive atrás de privilégio. Que eles parasitaram por duas décadas as estatais durante a ditadura.

“A mudança é a crise que o Bolsonaro decidiu abrir com o mercado financeiro internacional. (…) Porque a medida que ele tomou é uma medida contrária ao que os especuladores querem. Ele meio que indicou que irá administrar a Petrobrás de maneira política e não de uma maneira cem por cento subserviente ao mercado financeiro. Uma coisa interessante. A gente precisaria ver até aonde vai isso daí, essa disposição política do Bolsonaro. Pode ser que não vá muito longe (…)”, explicou Rui.

Rui analisou o governo Bolsonaro como um governo ambíguo e “não-tradicional da burguesia. Justamente por fazer coisas como a demissão do presidente da Petrobrás que bagunça o mercado financeiro, fazendo com que pessoas percam muito dinheiro. Porém, os neo-liberais não conseguiram retirar o Bolsonaro e colocar uma pessoa totalmente alinhada com o mercado.

O governo Bolsonaro não é um governo neo-liberal tradicional e, com o aumento da crise, que tende a se estender enormemente, pode ser que haja alguma política por parte do governo que não seja exatamente a política neo-liberal. Isso, inclusive, estaria alinhado com a política da extrema-direita internacional.

Sobre o Lula, Rui disse que ele é um homem muito consciente sobre o atual momento político. Rui elogiou as críticas duras contra os Estados Unidos feitas por Lula, uma mudança profunda na política do próprio Lula, resultante da experiência obtida com o golpe de estado no Brasil. Além disso, Lula tem plena consciência da sua importância para a luta política, o que é muito importante. O ex-presidente também sabe que a burguesia não pode lançar dois candidatos e que as próximas eleições tendem a ser entre ele e um único candidato da burguesia.

Sobre as mobilizações de rua, Attuch questionou “como ir às ruas, numa situação de pandemia?”. Para Rui, trata-se de um movimento essencial. Desde o começo da pandemia o PCO vem alertando que o “fique em casa” era uma ilusão por se tratar de uma medida isolada, que o apoio ao Dória era uma fantasia total. Visto o caráter meramente propagandistico do fique em casa. Afinal a imensa maioria da população continuou trabalhando e fora de casa durante todo o período. Hoje existe um verdadeiro colapso administrativo, ninguém sabe quando terá vacina, quantas pessoas irão vacinar, é um caos total.

“Os governo são completamente incompetentes. Eu acho que alguém precisa fazer alguma coisa. Eu acho que a maneira de fazer alguma coisa é o povo protestar. O povo está na rua. Por exemplo, eu fui ao médico hoje, andei pela cidade, passei por vários lugares e está tudo funcionando no geral. Transporte, comércio, o pessoal está na rua, os transportes estão lotados. É uma ficção esse negócio. (…) Se ninguém fala nada [continuaremos no caos], esses governantes são irresponsáveis, o Dória, todos conhecem, é um psicótico, ele não liga pra ninguém, é tudo jogo de cena. Ele colocou um toque de recolher na madrugada, enquanto não tem quase ninguém na rua. Não sei quem ele quer enganar”, analisou Rui.

Ainda sobre a pandemia, o jogo dos governantes é o de jogar a culpa pela pandemia para cima da população. O povo seria culpado porque não obedece as medidas restritivas, isso se trata de uma mentira, na opinião de Rui pois, se o cidadão trabalha todos os dias, pegando transportes cheios, por quê durante a noite ele não pode sair para um bar, por exemplo?

Enquanto coloca a população como culpada pela pandemia, a administração pública está falida, de norte a sul do país. O cientista Miguel Nicolelis, que ajudava os governos do Nordeste, renunciou ao cargo porque ele falou que teria um conflito muito agudo entre a parte econômica e a saúde dos governos. “Ele não falou abertamente porque ele não quer comprar uma briga, mas eu vou falar: ninguém está fazendo nada de significativo, por isso ele saiu fora. Ele viu que isso daqui vai à loucura total. É capaz de que, no Brasil, dobre o número de mortos, que chegue a meio milhão de pessoas. E não adianta esperar que a política do Dória vá resolver a parada não. Isso é a pior loucura de todas, na minha opinião”, opinou Rui.

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