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Universidade Marxista

A importância dos bandeirantes à formação e à história do Brasil

Na décima terceira aula do curso "Brasil, 500 anos de história", Rui Costa Pimenta analisou os pormenores dos registros históricos dos bandeirantes no Brasil

Nesta quarta-feira (06), foi ao ar mais uma aula da Universidade Marxista. Ministrada por Rui Costa Pimenta, Presidente Nacional do Partido da Causa Operária, esta exposição compõe o primeiro módulo do mega-curso Brasil, 500 anos de história e representa mais um avanço na interpretação marxista do que é conhecido como o “Brasil Colônia”.

Vejamos o que foi abordado.

Antes de ir para frente, o que ficou para trás?

No começo da décima terceira aula, Rui Costa Pimenta realizou uma breve retrospectiva do que já foi abordado durante o curso. Para tal, separou os acontecimentos históricos já vistos em 5 etapas:

Século XVI

1 Etapa – Reconhecimento;

2 Etapa – Início do povoamento da colônia portuguesa;

3 Etapa – Consolidação da autoridade e centralização da colônia portuguesa;

Século XVII

4 Etapa – Crise e de superação da crise, etapa representada pela guerra com os Holandeses e pela independência de Portugal em relação à Espanha;

5 Etapa – Expansão territorial.

Ou seja, procuramos mostrar aqui as etapas fundamentais de constituição do país enquanto tal. No começo do curso, o companheiro Rui colocou um problema que é uma questão chave do marxismo: o materialismo histórico. Em outras palavras, que, na realidade, o critério fundamental do marxismo e, consequentemente, de uma análise histórica marxista, é que o desenvolvimento da sociedade se pauta pelo desenvolvimento das forças produtivas sociais.

A criação de uma nação, que se constitui como nação efetivamente no marco de uma sociedade capitalista, é consequência direta do desenvolvimento das forças produtivas da humanidade em conjunto. Se nós tomamos como questão chave o problema da luta pelo socialismo, o mais importante é entender como essas forças produtivas se desenvolveram no mundo inteiro ao longo da história.

Nesse sentido, as etapas acima são as etapas que levaram à constituição de nosso País como nação. Significam a real história do desenvolvimento das forças produtivas no que hoje conhecemos como o Brasil e, por conseguinte, a real história do povo brasileiro. Por isso, é o que deve ser analisado.

Adiante!

Os bandeirantes:
No seu tempo, uma revolução histórica;
Mais tarde, uma revolução na história

Por que é importante estudar o bandeirantismo?

Primeiramente, o caso dos bandeirantes é no mínimo curioso no que diz respeito à evolução da historiografia nacional. Sua história era tratada como algo marginal ao longo da história do Brasil.

O grande historiador brasileiro dos primeiros tempos, Adolfo Varnhagen, trata muito pouco dessa questão Ele descreve inúmeros acontecimentos da história do Brasil, mas dá mais importância aos acontecimentos políticos que chamavam mais atenção ao observar a história nacional, como por exemplo, a guerra contra a Holanda.

De maneira geral, a história do bandeirantismo foi colocada em segundo plano até o começo do século XX. Nos 100 primeiros anos de historiografia nacional, que vai da independência até 1922, a questão dos bandeirantes era algo relativamente obscuro, e o porquê será discutido mais à frente.

Em segundo lugar, é importante discutir este assunto por uma questão de combate ideológico.

Nos últimos tempos, apareceu a tese de que todo o episódio da história nacional que foi o bandeirantismo seria uma elaboração puramente ideológica da elite paulista, que teria criado uma lenda para engrandecer-se, para mostrar que teria tradições. Além disso, os bandeirantes também seriam, segundo essa lógica, responsáveis por todos os males dos dias de hoje, como o racismo e a tentativa de embranquecimento do País.

Logicamente, esse tipo de raciocínio é completamente absurdo. Para sustentar tal tese, seria necessário, no mínimo, realizar uma avaliação rígida de conjunto sobre as questões levantadas. Ou seja, porque seria algo exclusivo de São Paulo? Enfim, é algo sem pé e nem cabeça.

Por isso, precisamos mostrar aqui que o episódio dos bandeirantes não se trata de mito nenhum. Tanto é que, no momento em que se produz essa história, no sentido mais científico da palavra, ocorre uma verdadeira revolução na historiografia nacional.

Para deixar tal declaração clara, o companheiro Rui leu um trecho do livro Bandeiras Paulistas, de Afonso Tounay, que mostra como a história dos bandeirantes de fato aprofundou e revolucionou o estudo da história do Brasil. Entretanto, este detalhe está reservado àqueles que tomarem a decisão correta e decidirem por se inscrever na Universidade Marxista…

Uma revolução na história do Brasil

Um dos aspectos mais importantes para a história brasileira, durante este período em que redescobriu-se a história dos bandeirantes, foi o início de uma perspectiva que conta a história de pessoas comuns, de pessoas anônimas que fizeram parte da formação do País. Justamente por isso que, durante o começo do século XX, o modernismo impulsionou muito a questão das bandeiras, exatamente por ser uma renovação da história brasileira.

Ou seja, muda-se a perspectiva das personagens principais do legado brasileiro. Não é mais a história dos grandes homens, das grandes figuras, dos príncipes, dos reis. É a história do povo. História essa que hoje em dia, inclusive, está sendo criminalizada cada vez mais.

As campanhas contra o bandeirantismo

No seu tempo, os bandeirantes foram alvo de uma campanha moral duríssima por parte dos religiosos, principalmente dos jesuítas. Estes trataram de criar a sua própria versão dos acontecimentos relativos às bandeiras, algo que contribuiu para sua ocultação na história nacional.

O fato é que o bandeirantismo se chocou contra os jesuítas principalmente por um problema político da época. Problema que decorre de uma série de acontecimentos já abordados em detalhes anteriormente:

Justamente no momento em que os brasileiros derrotaram os holandeses no Nordeste, os portugueses realizaram uma revolução para se libertar da Espanha em suas próprias terras. Essa revolução tem um efeito muito grande no Brasil, espalha-se o clima revolucionário da época pelo País. Nesse sentido, os bandeirantes não estão apenas procurando dominar os sertões, os minérios preciosos etc. Mas sim, estão imbuídos de um espírito revolucionário, um ânimo verdadeiramente implacável.

Regredindo alguns anos, em determinado momento da dominação espanhola sobre Portugal, a Espanha procura golpear a dominação portuguesa no Brasil. Com isso, expulsa os bandeirantes de várias regiões por serem contrários ao domínio espanhol.

Inclusive, é um dos motivos pelos quais os bandeirantes não ligavam para os tratados entre Portugal e Espanha. Eles queriam expulsar os espanhóis desses lugares após eles próprios terem sido expulsos. O próprio Antônio Raposo Tavares, o bandeirante mais famoso desse período, disse que um dos principais aspectos do bandeirismo é um ataque à ocupação espanhola.

Estabelecido este confronto, a derrota dos holandeses, assim como a revolução de libertação contra a Espanha, acarretam uma onda de expansão das rotas das bandeiras. Algo que, inevitavelmente, colocou os jesuítas que, agora, estavam do lado da Espanha, contra os bandeirantes.

Só daí vemos quão nocivo é tratar a história do ponto de vista religioso. Que é o que realmente é feito quando se coloca os bandeirantes como sendo malvados e genocidas. Sem contar que se torna fácil de perceber que as pessoas que falaram sobre o problema das bandeiras não sabem de absolutamente nada do que estão falando.

Além disso, um dos grandes motivos pelos quais o bandeirantismo permaneceu obscuro por tanto tempo, é o fato de que foi um movimento composto, em sua grande maioria, por pessoas mestiças e pobres. Quase todas, além disso, completamente iletradas, que é o porquê da ausência de relatos diretos da mobilização.

Finalmente, deve ficar claro que o trajeto das bandeiras no Brasil foi extremamente complicado e extremamente desafiador, ainda mais por ocorrer durante o século XVII. Por isso que diversos historiadores colocam o episódio das bandeiras como a continuação da epopeia das grandes navegações. Algo que, invariavelmente, só poderia ser feito por pessoas de altíssimo calibre.

São apenas alguns dos motivos pelos quais os bandeirantes devem ser estudados, analisados e, além disso, comemorados como um fator imprescindível para o desenvolvimento do Brasil enquanto nação.

Inscreva-se hoje mesmo e garanta sua participação nos próximos módulos

Caro leitor, aqui, neste limitado artigo, relatamos somente os aspectos mais gerais da discussão feita nas aulas do curso Brasil, 500 anos de história. Nas aulas, o companheiro Pimenta não só analisa a fundo o que de fato ocorreu no Brasil, como também relata anedotas indispensáveis àqueles que se interessam pela história do País. Sem contar nas inúmeras polêmicas com as posições que procuram sabotar esse legado hoje em dia.

Além disso, é um espaço onde qualquer telespectador pode realizar perguntas diretamente para o companheiro Rui! Uma oportunidade imperdível.

Não perca mais nenhuma aula e inscreva-se agora mesmo na Universidade Marxista por meio deste link. Lembrando que, àqueles recém chegados, todas as aulas ficam gravadas, então você não vai perder absolutamente nada.

Por fim, a primeira aula do curso está disponível gratuitamente pelo canal no YouTube Causa Operária TV (COTV). Confira, abaixo, o vídeo na íntegra e descubra o que lhe aguarda:

AULA ABERTA: Introdução - Aula 1 (Mód.1) | Brasil, 500 anos de história - uma interpretação marxista

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