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Café da manhã no DCM

“Não podemos esperar, precisamos sair às ruas”

Vacina, crise econômica, crise política, "efeito Lula", repressão. Os temas vigentes na política nacional foram analisados por Rui junto com André Constantine.

Excepcionalmente, nesta terça-feira, o companheiro Rui Costa Pimenta participou do Café da Manhã no DCM. Juntamente com André Constantine do Movimento Nacional de Favelas e entrevistado por Leandro Fortes, o presidente do PCO discutiu os principais problemas políticos do momento, enquanto articulou com Constantine uma união para a luta prática nas ruas.

Rui começou, após questionado por Leandro Fortes, falando do caso Felipe Neto, que foi conduzido à delegacia por pretensa violação da Lei de Segurança Nacional, após chamar o presidente da República de “genocida”. Leandro Fortes enfatizou a previsão que Rui havia feito quando essa mesma lei havia sido usada contra o deputado bolsonarista Daniel Silveira: “pau que dá em Chico, também dá em Francisco”, disse Rui na ocasião, alertando para o fato de que a esquerda estava cometendo um grave erro ao apoiar o aumento da repressão do Estado.

“Estamos vendo o crescimento da repressão. E eu acho que nós vamos ver rapidamente que o crescimento da repressão [será] contra a esquerda. (…) Não só nós temos um aumento da repressão semi-legal, institucional, como está se esboçando uma ofensiva da direita contra a esquerda. Acho que isso é o resultado da liberação do Lula. O que criou na direita um clima de grande preocupação”, analisou Rui.

A violência contra a esquerda tem o objetivo de tentar conter uma forte mobilização popular que a direita prevê que aconteça com a liberação dos direitos políticos do ex-presidente Lula. A direita está se preparando para conter uma possível explosão popular, algo muito provável com a crise da pandemia e a crise econômica do pais.

A situação é grave e, como coloca Rui, se a esquerda não sair às ruas para contrapor a política direitista, a situação vai piorar. Rui lembra que, à época do golpe de 2016, a direita tentou impedir manifestações da esquerda, tanto a extrema-direita, como a direita dita “civilizada”. Não se podia sair de vermelho que havia o risco de sofrer agressão. As eleições de 2022 estão longe e a situação, tanto da pandemia, quanto do ponto de vista político, pode piorar e muito. Não podemos esperar 2022.

As operações das Forças Armadas, chamadas de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), foram lembradas por Rui e estão acontecendo por todo o país. Trata-se de medo da explosão popular e também é uma preparação para colocar o país sob estado de sítio. Na últimas semana, provocado pelo efeito Lula, há uma mudança política muito evidente da direita.

O tema “Polícia Militar” entrou na roda e Rui foi enfático ao dizer que apenas a extinção da PM é uma solução viável. Ao contrário de boa parte da esquerda que defende algum tipo de reforma ou controle sobre o órgão da ditadura militar. Rui destacou que, em meio à pandemia, a população está sendo encurralada com ataques econômicos e a repressão estatal. Como exemplo, está a lei aprovada no Congresso que congela salários de servidores públicos por vários anos.

“Esta situação já deveria ter explodido no Brasil. É muito mais grave do que a situação que levou à explosão no Chile e na Bolívia. É gravíssima a situação brasileira. Atingiu uma gravidade inédita. A esquerda tem que colocar na ordem do dia de fomentar essa explosão. Não dá para ficar parado assistindo isso daí”, comentou.

Discurso no Congresso e pequenos protestos não irão sensibilizar ninguém. Os governos que controlam as polícias militares obedecem uma política estabelecida há muito tempo, que é uma política genocida. Ninguém está nem aí para o que está acontecendo no país. Nem o problema da vacina eles conseguem resolver. Estamos mergulhados num completo caos social e econômico.

Uma resposta enérgica é a única saída para o caos que se instalou no país. Pedir o fim da PM é essencial, exigir as vacinas também. Os governos burgueses só entendem a linguagem da força, eles não entendem a civilidade. Não adianta denunciar na imprensa ou no Congresso Nacional. Só quando a população sai à rua e fazer como fizeram no Chile e na Bolívia (e acontece hoje no Paraguai), interromper o tráfico nas estradas, botar para quebrar tudo como fizeram nos Estados Unidos, aí sim a burguesia ficará na defensiva.

“Mobilizar é a única saída neste momento no Brasil. Nem a pandemia interrompe a mortandade da polícia nas favelas”, disse Rui, ao se referir a um caso de uma mulher que morreu com um tiro de fuzil no rosto no Rio de Janeiro.

Rui afirmou que, se não mobilizarmos na pandemia, vai morrer muita gente. A situação fica cada vez pior. Rui repetiu: “Há toda uma movimentação da direita e das Forças Armadas que inspira uma enorme preocupação. Se ficarmos parados seremos vítimas indefesas, sem resistência dessa situação”, enfatizou.

Rui colocou a sede do PCO à disposição do companheiro André Constantine para as aulas de auto-defesa que o movimento dele tem organizado. Além disso, Rui defendeu uma articulação para organizar a defesa pessoal do companheiro, que tem sido alvo de ameaças de morte por causa de suas denúncias contra a PM e a burguesia.

Rui explicou que, uma explosão social sem organização, participação de sindicatos e movimentos populares tende a ser algo sem direcionamento e se perder rapidamente. A esquerda deve estimular, oferecer as palavras de ordem e organizar as massas para lutar nas ruas.

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