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Revoada dos tucanos

Por que bater no PSDB salvou as manifestações de rua?

Após 2 meses do entrevero na Av Paulista fica claro que o ocorrido foi importantíssimo para impedir a infiltração direitista que visava canalizar os atos para a eleição de Doria

O sexto ato nacional pelo fora Bolsonaro se aproxima neste dia 07 de setembro, a conjuntura política de amplas mobilizações de rua se iniciou no dia 1 de maio com o ato convocado pelo PCO na Praça da Sé na cidade de São Paulo, ou seja, entramos já no quinto mês da campanha de ruas e tantos fatos importantes aconteceram ao longo desse tempo que muitos são esquecidos. Um dos mais relevantes de todos, se não o maior, que marcou um ponto de inflexão nos atos foi justamente no ato que seria o mais frenteamplista de todos, marcado a reboque da CPI do Covid, o dia 03 de julho, quando manifestantes de esquerda expulsaram os tucanos infiltrados para fora da Av. Paulista. O ocorrido é a causa direta do ataque fascista de Doria ao ato do dia 07/09, isto é, a reserva da Paulista para os fascistas e a tentativa de proibir qualquer ato de esquerda no estado, um tiro que saiu pela culatra.

O primeiro grande ato realizado no primeiro de maio foi um ato classista, totalmente vermelho e composto apenas pelos trabalhadores e suas organizações, o PCO, os Comitês de Luta, a FNL, setores do PT e outras pequenas organizações de esquerda tomaram a Praça da Sé e enterraram a política capituladora do “fique em casa”. Ao longo do mês se desenvolveram centenas de manifestações em todo o país, e no dia 29 o primeiro grande ato convocado pelo conjunto da esquerda que impressionou a quase todos por seu tamanho, incluindo a própria burguesia. Imediatamente se iniciou a manobra de infiltração nos atos por meio da campanha do verde amarelismo, uma campanha da frente ampla a favor da chamada 3a via eleitoral.

Burguesia prepara o termidor

A direita foi aumentando sua presença nos atos principalmente com os partidos burgueses pseudo esquerdistas, PDT, PV, PSB, Rede, foi no mês de junho que duas importantes figuras da esquerda pequeno burguesa passaram abertamente para a direita, Freixo e Dino. A presença de organizações de tipo ONG financiadas pelo imperialismo, como a fundação Lemann, também se fez presente nos atos. Contudo o golpe final estava sendo armado para o ato do dia 03 de julho. Após a operativa secreta que controlava os atos jogar de forma totalmente irresponsável o próximo ato para o dia 24 de julho, com mais de 1 mês de distância, subitamente com menos de uma semana de antecedência foi convocado o ato do dia 03 devido a revelações importantíssimas de CPI da Covid, que ninguém mais lembra da existência, em conjunto com um espalhafatoso super pedido de impeachment (imediatamente engavetado em uma super gaveta).

O golpe estava armado, se criou uma confusão no movimento, um ato sem preparação, uma semana de ampla campanha da burguesia em cima da CPI e do impeachment e o elemento final seria a participação do próprio PSDB na manifestação de São Paulo. Uma grande campanha política já vinha sendo travada pelo PCO em defesa de uma frente única de esquerda, de atos vermelhos e contra a infiltração da direita, essa campanha por exemplo, garantiu que o MBL fugisse deste ato e marcasse o seu próprio para o 12 de setembro. Contudo a manobra que estava sendo armada era muito importante para a candidatura de Doria e o PSDB não recuou. Sua presença era tão repudiada no ato que o próprio PT vetou que qualquer representante do partido que organizou o golpe de 2016 estivesse presente no principal carro de som, mas o repúdio nas bases era muito maior do que o das direções.

Alguns minutos de democracia operária

O Bloco do PSDB, posicionado na frente do ato para sair com grande destaque em todas as capas de jornal da imprensa burguesa, após a chegada das organizações da classe operária desmanchou, como na tradição brasileira, em uma revoada de tucanos. O acontecimento reverberou em todo o Brasil e o PCO, que ganhou os louros da ação apesar de não ter sido a única organização cujos militantes estiveram presentes no entrevero, nunca recebeu tantos elogios quanto nesse momento. A armação da direita desmoronou, o povo de São Paulo e de todo o Brasil odeia o PSDB e toda a direita, sua participação nos atos só é possível com a colaboração de direções frenteamplistas que abertamente sabotam as mobilizações de rua.

Os atos que se seguiram mostram como esse dia foi crucial, já que no dia 24 de julho o PSDB decidiu formar um bloco separado há quilômetros de distância da manifestação real no MASP com a vergonhosa participação do PCdoB e das organizações que ele controla (UNE,UBES). Já no dia 18 o PSDB nem tentou se fazer presente, afinal a principal pauta da mobilização era justamente barrar a reforma administrativa, cujo um dos principais expoentes é o próprio PSDB! Passados 2 atos desde os dia 3 de julho não só os tucanos saíram das ruas como a tática da frente ampla verde amarela caiu por terra, os atos se tornam cada vez mais vermelhos, e cada vez mais cresce a presença das principais organizações da esquerda nacional, o PT e a CUT.

18 de agosto. Último ato, contra Bolsonaro e o PSDB, foi a prova de que as manifestações sobreviveram à sabotagem e agora podem crescer novamente

O debacle de João Doria

A chave virou completamente para o ato do dia 7 de setembro, Doria passou daquele que queria se infiltrar nos atos da esquerda para seu tradicional bolsonarismo. Reservou a Av Paulista para a extrema direita e tentou proibir na base da força o ato da esquerda no Vale do Anhangabaú, o tiro saiu totalmente pela culatra, os ataques das duas vias da direita, Doria e Bolsonaro, demarcaram ainda melhor os campos e levantaram os ânimos da esquerda para mobilizar os trabalhadores. O PSDB teve até de recuar por meio de uma decisão da justiça que permite que aconteçam os atos pois seria uma grande desmoralização de Doria. A situação virou tanto que até mesmo o ex-presidente Lula, no momento do fechamento desta edição, pensa em participar do ato de São Paulo, o que seria uma enorme vitória da esquerda.

Passados 2 meses do ocorrido fica claro que a expulsão do PSDB do ato do dia 03 foi um momento fundamental de todas as mobilizações pelo Fora Bolsonaro. Foi uma vitória da ala esquerda do movimento, do militante de base que repudia completamente o conluio das direções com a direita golpista. Essa batalha contra infiltração direitista foi vencida e teve uma gigantesco impacto sobre o movimento, mas a luta contra as sabotagens internas do movimento segue, os aliados do PSDB dentro da esquerda ainda seguem atuando contra a mobilização e contra a classe trabalhadora, boicotaram completamente o ato do dia 18 e boicotam o ato do dia 07. Enquanto isso, a luta do PCO em conjunto com os demais setores mais combativos da esquerda continua sempre em defesa da mobilização popular, da frente única da esquerda pela derrubada imediata de todo o regime golpista, e por um governo dos trabalhadores com Lula presidente.

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