O Partido da Causa Operária (PCO), frente à capitulação dos principais setores da esquerda pequeno-burguesa para a política da frente ampla, decidiu chamar em conjunto com os Comitês de Luta, ativistas políticos e militantes de outras organizações da esquerda, uma nova plenária do Bloco Vermelho neste final de semana, como forma de organizar uma grande campanha em torno da convocação e organização dos atos pelo Fora Bolsonaro neste dia 2 de outubro, que estão sendo convocados pela Frente Fora Bolsonaro, CUT e demais organizações da esquerda em todo país e em algumas cidades no mundo.
As manifestações chegam à marca de 5 meses desde o seu primeiro ato ocorrido em 29 de maio, desde então são seis atos realizados e centenas de milhares de pessoas mobilizadas graças à grande radicalização politica que toma conta da classe operaria brasileira. Estes atos apenas ocorreram devido à disposição das massas à mobilização. A todo momento, desde o início da pandemia, os partidos da esquerda pequeno-burguesa, as direções dos sindicatos e outras organizações populares decidiram adotar a politica do principal setor da burguesia, que em meio ao genocídio contra a população, defendia a politica do fique em casa e apoiavam a criação de leis que inclusive barravam o direito a livre manifestação dos trabalhadores.
Enquanto a esquerda defendia esta política, a classe trabalhadora era obrigada a trabalhar nas ruas sem o direito de protestar. A situação mudou justamente no primeiro de maio de 2021, quando o Partido da Causa Operária em conjunto com os comitês de luta convocaram um ato nacional na Praça da Sé, sendo o único ato de primeiro de maio no País, justamente no momento em que a classe trabalhadora era obrigada a observar os bolsonaristas se manifestando na Avenida Paulista. Esta resposta pela esquerda mostrou a todos que era possível sim mobilizar na pandemia e a radicalização crescente da população brasileira fez com que nas semanas seguintes explodissem atos em todo país.
A esquerda vendo suas bases entrarem em movimento sem o acompanhamento das direções decidiu enfim agir e organizar a Frente Fora Bolsonaro, convocando o ato de 29 de maio, uma manifestação que mesmo pouco convocada e mal organizada foi capaz de levar centenas de milhares de pessoas às ruas em todo país, quebrando a paralisia imposta pelas direções da esquerda ao movimento popular e iniciando uma onda de mobilizações pelo Fora Bolsonaro.
A esquerda pequeno-burguesa jamais largou no fundo a política do fique em casa e a campanha contrária às manifestações. Contudo, foi obrigada a acompanhar a tendência de explosão social para não ser ultrapassada pelos trabalhadores.
Agora, esta mesma esquerda defensora do “fique em casa” decidiu por encabeçar a política criminosa de frente ampla com o principal setor da burguesia golpista, o mesmo que derrubou Dilma Rousseff em 2016 e elegeu Bolsonaro em 2018, garantindo seu governo até o momento. Dessa forma, partidos como PSOL e PCdoB se lançaram na política em torno da terceira via, hoje representada principalmente pela candidatura de João Doria, governador do PSDB em São Paulo. O fascista organizou junto ao MBL e com apoio da esquerda pequeno-burguesa os atos do dia 12 de outubro, que na prática apenas reforçaram a total impopularidade da frente ampla em todo movimento.
A frente ampla agora tenta mais uma vez empurrar para o interior do movimento dos trabalhadores partidos como PSDB e organizações fascistas como o MBL, organizando por fora da Frente Fora Bolsonaro o chamado fórum de partidos do Congresso, que de maneira clandestina passaram a definir os rumos da campanha pelo Fora Bolsonaro. Estes setores querem mais uma vez impor o verde e amarelo nas manifestações, infiltrar a corja fascista de Doria e do MBL que sequer defendem o Fora Bolsonaro, em uma clara campanha contra o PT e principalmente a candidatura de Lula.
Por isso, em meio a esta confusão generalizada do movimento, onde o próprio PT, partido alvo de toda esta operação golpista decidiu por permitir o avanço da frente ampla, é de extrema necessidade a realização de plenárias do Bloco Vermelho, o bloco criado nas vésperas do ato de 3 de julho, quando os tucanos decidiram se infiltrar nas manifestações e foram completamente escorraçados pelo movimento popular.
Em defesa da bandeira vermelha, contra a frente ampla e a terceira via, o Bloco Vermelho organizará plenárias em todo país neste final de semana. Em São Paulo, onde ocorrerá a plenária central, a atividade ocorrerá no CCBP, assim como em outras partes do país. O objetivo é reunir centenas de pessoas em todo Brasil, discutindo de maneira democrática com todos aqueles que querem de fato defender o Fora Bolsonaro e lutam pela candidatura do ex-presidente Lula, organizando o movimento, a campanha de rua e ação nas manifestações, defendendo a politica dos trabalhadores e barrando a ação golpista apoiada pelos defensores da frente ampla.
