Nesta quinta (29), durante o 1º debate com os candidatos a prefeito de Paranaguá (PR), o companheiro Emmanuel Lobo, candidato do Partido da Causa Operária (PCO), foi censurado em favor do candidato a prefeito Julio Lima (Patriotas, Aliança Pelo Brasil).
O episódio ocorreu durante o bloco de perguntas e respostas entre os candidatos. Julio Lima, do Patriotas, escolheu o companheiro Emmanuel Lobo.
“Na década de 50, 60, 70, até meados da década de 80, Paranaguá era uma cidade turística. A partir daí, o trem vinha para cá, a estação ferroviária cheia de ônibus. (Julio Lima – Patriotas)
Então acabou o tempo de 1 minuto para fazer a pergunta, sem ser possível ouvir pelo microfone, o candidato perguntou qual era o programa do PCO para o turismo. Então o candidato do PCO respondeu:
“Dava para deixar ele falar, quanto mais ele fala, mais bobagem e mais mentira o povo tem que escutar.” E foi prontamente interrompido pela mediadora, que ameaçou: “Candidato! Por favor o decoro ou nós cortaremos o seu tempo!”
“Estou fazendo críticas políticas aqui, não tenho nada pessoal contra ninguém. Mas se um candidato defende a política genocida do Bolsonaro e faz pergunta sobre problemas técnicos minuciosos, ele está debochando da cara dos trabalhadores parnanguaras. Se o cara defende o governo que está matando a população de coronavírus, o governo responsável pela primeira vez na história do país mais desempregados do que empregados. O que vem de falar de turismo aqui? Tem que falar da defesa do interesse dos trabalhadores. Nós viemos aqui não para fazer demagogia. Nós não temos poder para fazer nada sozinho. Eu sou professor, de uma escola pública destruída e agora militarizada pelo Ratinho Jr., que apoia o candidato atual [que concorre à reeleição] e é um filhote do Bolsonaro e do Beto Richa do PSDB. O candidato que fez a pergunta também é um filhote, como ele mesmo admitiu, e agora fica fazendo demagogia. [Aqui o companheiro foi concluir a resposta, mas teve seu microfone cortado e só foi possível ouvir ‘O povo’] e deduzir que ele falou algo como O povo precisa saber que eles são inimigos dos trabalhadores.
Mas esta não é a primeira vez que os candidatos do PCO são censurados.
“O candidato do Partido da Causa Operária, companheiro Luiz Delvair, após ter falado uma vez que sua proposta é propor mobilizar pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas e defender Lula candidato, por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo, foi prontamente censurado.”
https://www.causaoperaria.org.br/eleicoes-antidemocraticas-candidato-do-pco-e-censurado-em-debate/
Durante sua fala, o candidato foi interrompido pelo golpista representante do DEM, que ficou discutindo com o companheiro, desrespeitando o tempo de exposição dado a Victor. A mediadora no entanto não voltou o tempo perdido pela ação do candidato burguês, atribuindo ainda o tumulto iniciado pelo golpista ao companheiro Victor. Veja o vídeo:
https://www.causaoperaria.org.br/candidato-do-pco-e-censurado-e-atacado-em-debate-virtual/
O primeiro deles foi o companheiro Luiz Delvair, candidato a prefeito de Porto Alegre (RS). Em seguida, os companheiros Diogo Furtado (Curitiba-PR), Rodrigo Pereira (Salvador-BA), Victor Assis (Recife-PE), também foram. Todos candidatos do partido que tiveram microfones, vídeos ou entrevistas cortados por defenderem o programa do partido, sobretudo as palavras de ordem de “Fora Bolsonaro e Lula presidente por um governo dos trabalhadores”.
Atacar a direita é contra as regras, atacar a esquerda é permitido
Logo após censurar o candidato do PCO, de forma totalmente arbitrária, a mediadora ainda deu 1 minuto de direito de resposta ao candidato bolsonarista, que o utilizou para atacar o companheiro Emmanuel Lobo:
“Esquizofrênico!” disse o bolsonarista, para a risada, satisfeita, da mediadora.
No entanto, após ser atacado, o candidato do PCO não teve direito de resposta, o que indica que a parcialidade da “mediação” do debate.
Segundo o critério da mediadora, chamar um bolsonarista – que já tinha admitido ser filhote de Bolsonaro – de filhote de Bolsonaro, é ataque pessoal, que deve ser punido com censura. Por outro lado, chamar o candidato comunista de esquizofrênico não é ataque pessoal, nem resulta em direito de resposta. Essa incoerência mostra que a mediadora não vê problema no ataque a esquerda.
Logo no início do debate, durante a apresentação, o companheiro Emmanuel Lobo disse que no debate haviam filhotes do Bolsonaro, inimigos dos trabalhadores. Na 1ª oportunidade, o candidato Julio Lima (Patriotas, Aliança pelo Brasil) disse que era filhote do Bolsonaro sim, com muito orgulho. Desde então, o debate se polarizou entre o PCO e o Patriotas, que ficou desmoralizdo diante dos demais candidatos, que procuraram evitar a todo custo a discussão política sobre o golpe de Estado e as questões centrais da política no País, procurando ocultar a ligação de seus partidos com a burguesia e os golpistas.
Este novo episódio mostra que não se trata de um acaso, mas de uma política da burguesia que procura ocultar da campanha eleitoral as principais palavras de ordem dos trabalhadores no momento. A censura contra os candidatos do PCO, portanto, faz parte desta tática da burguesia de evitar que se discuta política na campanha eleitoral.