O segundo dia da realização do XXV Foro de São Paulo, foi marcado pela realização de dezenas de grupos temáticos de discussão dos movimentos populares e sindicais das mais de 190 organizações participantes e cerca de 800 presentes, dentre os quais cerca de 500 vindos do exterior.
A dinâmica adotada no Encontro, como na maioria das demais edições do Foro, dispersa a discussão, colocando os principais encaminhamentos nas mãos das principais organizações membros do Foro, como o Partido dos Trabalhadores (PT), do Brasil, o Partido Comunista Cubano e, desta feita, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSTU).
Ausências destacadas
Claramente pressionadas pela campanha da direita fascista e pró-imperialista brasileira, que ameaça com a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o Foro de São Paulo, que nos discursos dos bolsonaristas – ligados às milícias, amigos dos assassinos de Marielle e “eleitos” graças à criminosa operação lava jato – é apontada como “organização criminosa”, destacadas lideranças da esquerda brasileira, como as presidentes do PT e PCdoB, deixaram de comparecer ao Encontro. Esses partidos enviaram outros dirigentes, como a secretária de Relações Internacionais do PT, Mônica Valente, secretária-geral do Foro, e o vice-presidente do PCdoB, Vicente Sorrentino.
Até o momento, também não estiveram presentes os presidentes da CUT e CTB, que participaram de outras edições do Foro.
No caso do PT, a situação expressa nitidamente a pressão das ala direita do partido, em um momento de disputa do comando do partido, cuja política de aproximação com setores da direita golpista levou a que criticassem – junto com a direita e a imprensa golpista – a presença da presidenta do partido, deputada Gleisi Hoffmann, na posse do presidente Nicolás Maduro, em 2018.
Protestos
A direita golpista venezuelana convocou protestos contra a realização do Foro, compreendendo que o mesmo serve, neste momento, para fortalecer iniciativas concretas de apoio à luta do povo e do governo venezuelano (como também de Cuba) contra o bloqueio econômico, as sabotagens e ameaças de invasão do imperialismo norte-americano.
Mostrando o apoio cada vez mais reduzido que os servos do imperialismo têm entre a população, os protesto foram um fracasso total, Convocados para cinco pontos da Capital, os protestos não chegaram a reunir sequer 100 pessoas, no total.
Os “coxinhas” venezuelanos portavam poucas bandeiras da organização de oposição Primeiro Justiça e cartazes contra o Foro de Sao Paulo, além de protestos contra a falta de a água (em alguns pontos da cidade) e de luz, resultado da sabotagem provocada pelos próprios grupos direitistas e pelo imperialismo, conforme vem denunciando o governo.
Em contrapartida, por toda a cidade partidos e organizações de esquerda, afixaram milhares de cartazes e galhardetes de apoio ao encontro e dando boas vindas aos convidados internacionais e nas ruas e comércio eram visíveis as manifestações de apoio e a “torcida” para que o encontro ajude a defender a Venezuela contra as agressões do imperialismo.