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Bloco vermelho

Contra a frente ampla, conquistamos nossa independência nos atos

O movimento de rua cresceu o suficiente para não depender mais das principais organizações e partidos para realizar grandes manifestações

Um dos principais fatores que tornam um partido uma organização efetivamente operária é a sua independência de classe. Para manter essa independência, para manter um programa político que não seja pautado pela burguesia, o partido operário deve se manter como um partido de militantes, organizado pelos militantes de ponta a ponta. Desde o financiamento da atividade partidária, até o funcionamento de sua imprensa e as campanhas políticas que serão defendidas, devem ser todas baseadas na própria atividade militante.

Isso é o que de fato permite um partido como o PCO de levar suas campanhas adiante, mesmo que muitas vezes não contemos com apoio de alguns setores da esquerda. Assim foram iniciadas as campanhas da luta contra o golpe, pela liberdade do ex-presidente Lula e a campanha pelo “Fora Bolsonaro”, por exemplo, e que, após iniciadas, começaram a aproximar amplos setores petistas, fortalecendo todo o movimento. No ano passado, de forma semelhante, nos empenhamos em organizar as manifestações desde o início da pandemia, enquanto a esquerda aderia à política da direita do “fique em casa”. Aqui cabe destacar que a independência de classe do partido em relação à burguesia permitiu essa possibilidade de levar nossa política adiante sem cair na histeria que a própria burguesia implementa no interior da esquerda. Os partidos, as centrais sindicais e as principais organizações dos trabalhadores fecharam suas portas no momento mais crítico dos últimos anos e, ao mesmo tempo, defendiam abertamente que não se deveria realizar manifestações de rua por medo do contágio.

Pandemia. Por conta do “fique em casa”, PCO ia praticamente sozinho às ruas. Foto: Reprodução

Nesse momento, o partido manteve sua política e a firmeza necessária para defender os trabalhadores que se expunham ao vírus se deslocando até seus locais de trabalho. Dessa forma, o partido não arredou por um momento sequer e, no ato de 1º de maio realizado neste ano de 2021, pudemos enfim consolidar a capacidade do partido em realizar manifestações mesmo sem o aval do resto da esquerda. No Dia Internacional dos Trabalhadores, o PCO, junto dos comitês de luta, os setores mais combativos do PT e algumas outras poucas organizações realizaram um ato nacional com 2 mil pessoas na Praça da Sé, em São Paulo, escancarando para todos de que realmente era possível realizar grandes manifestações.

Desde então, a situação política entrou em um novo estágio, com a volta das grandes manifestações, que passaram a ser convocadas pelas tradicionais organizações dos trabalhadores como a Frente Brasil Popular, a CUT e etc. Diante da crise política e econômica que o país enfrenta, a burguesia precisa pôr à prova todas as suas habilidades para tentar retomar o controle do regime político, visto que a revolta da população só vem aumentando, sobretudo desde que o golpista Jair Bolsonaro assumiu a presidência. Era totalmente esperado que, no momento em que a esquerda e os trabalhadores rompessem a trava das manifestações de rua, ficaria cada vez mais difícil tirá-los de lá.

O que de fato assusta a burguesia é o povo na rua, é a aglomeração. Justamente por isso, a campanha do “fique em casa”, encabeçada pela direita golpista, tinha como foco evitar as aglomerações, que, no final das contas, ocorriam em todos os transportes públicos e nas fábricas. Sendo assim, após o ato de 1º de maio, seguiu-se uma onda de manifestações com intervalos de aproximadamente 15 dias entre um ato e outro – e que se segue até agora! A burguesia operou de todas as maneiras possíveis para destruir as manifestações, infiltrando elementos que trabalham para a direita nas manifestações. Para combater essa medida, o PCO, junto dos comitês de luta, começou a organizar os blocos vermelhos em todo o país, para manter a ala esquerda dos atos cada vez mais firmes.

Nos últimos atos, principalmente o do dia 18 de agosto, vimos um grande boicote por parte da esquerda, que esperou até o último minuto para finalmente começar a convocar, às vésperas do ato. Apesar de tudo, o bloco vermelho fincou firme suas bandeiras e teve papel fundamental na convocação e na realização do ato.

Se observarmos os últimos anos, poderemos notar que os grandes atos, que reúnem milhares de pessoas, dependiam quase exclusivamente da boa vontade das burocracias que dominam as organizações de esquerda. Em 2019 por exemplo, no primeiro ano de governo Bolsonaro, houve enormes manifestações contra os cortes na educação. A presença da União Nacional dos Estudantes, da Frente Brasil Popular e da CUT foi o que garantiu o tamanho dessas manifestações. Naquele momento, apesar de estar em crescimento, o PCO ainda não tinha pernas para sustentar algo dessa grandiosidade.

Mantendo o ritmo. Agora que os atos contam com grande participação das organizações de trabalhadores, nossa
tarefa é ampliar cada vez mais o movimento de rua para derrubar o regime golpista. Foto: Reprodução

Agora o movimento está muito maior do que o que as burocracias conseguem controlar. Os blocos vermelhos contam com carro de som próprio, com uma enorme quantidade de materiais, cartazes, faixas aéreas e muito mais. Não dependemos das burocracias para falar em seu carro de som, que só tem direito a fala, de fato, os parlamentares, os partidos que tem cadeiras no congresso, ou seja, os partidos que neste momento compõem a frente ampla.

Não é do interesse dessas burocracias que os atos sejam enormes, pois isso radicaliza a população e a própria militância. As bases dos grandes partidos, das centrais sindicais, não concordam em gênero, número e grau com a política de alianças que as direções adotam em sua ambição por cargos públicos. O movimento não quer levar a luta para o congresso, que é o cemitério das mobilizações. O movimento não quer basear sua luta em CPIs, em super perdido de impeachment, em manobras parlamentares que, até o atual momento, fizeram um total de zero efeito no governo golpista de Bolsonaro.

Por isso a necessidade de fazer essa sabotagem das manifestações; de mudar local e data de ato; de convocar o ato para locais desconhecidos e sem nenhum vínculo ou tradição com o movimento operário; de realizar plenárias com uma meia dúzia de burocratas para definir os rumos do movimento, entre várias outras barbaridades e manobras que a esquerda desvinculada dos trabalhadores realiza.

A direita tentou de muitas maneiras e vários setores da esquerda contribuíram para esvaziar as manifestações. Pois não conseguiram! E o bloco vermelho estará nas ruas, independente das atitudes mais absurdas cometidas pelas burocracias. O movimento tem suas autoridades, mas não têm donos. É um grande avanço para a luta contra o golpe. É uma grande vitória para a luta de toda a classe trabalhadora, que não será mais impedida de ocupar as ruas pelas suas reivindicações históricas.

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