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Liberdade de expressão

Rui Pimenta comenta a censura contra Monark

Em entrevista ao Brasil 247, Rui comentou sobre o caso Monark e outros assuntos.

Não é de hoje que a esquerda pequeno-burguesa tem adotado a tática de defender que o Estado burguês censure opiniões que considere antidemocráticas – isto é, que, na prática, atue como regulador da opinião pública. Ou seja, em bom português, com a desculpa de combater o nazismo, o Estado deveria censurar a opinião pública e ter o direito de perseguir inclusive a esquerda.

Monark, um youtuber que participava do Flow Podcast, defendeu o direito de se criar mesmo um partido nazista, ou seja, que a liberdade de expressão deveria ser irrestrita, que o povo teria direito de opinar como bem entendesse.

Rui Costa Pimenta analisou o caso e a demissão do youtuber: o ponto crucial é o fato de a ditadura imposta pelos capitalistas estar se aprofundando. Basta alguém dar uma opinião que a imprensa burguesa, ou seja, o setor fundamental do imperialismo, não concorde, que a pessoa perde patrocínios, é desligada de seu trabalho e perseguida pela imprensa – é o que aconteceu com Maurício Souza, por exemplo.

A esquerda defender a supressão da liberdade de expressão e de opinião por parte de seus maiores inimigos é uma confusão completa, que leva a esquerda a ficar à reboque dos capitalistas. De acordo com Rui Pimenta, esta é uma manifestação de opressão sem limites por parte da burguesia, visto que o simples ato de opinar já é motivo para ser perseguido, atacado, até mesmo preso – como algumas pessoas, defendendo uma ideia, essa sim, reacionária afirmaram que deveria ocorrer.

Rui Pimenta citou que a liberdade de expressão ser irrestrita, inclusive para os nazistas, é uma bandeira historicamente defendida pelos marxistas. O companheiro Rui citou a declaração de Trótski sobre o fascismo, que foi a primeira pessoa do mundo a caracterizar o fascismo como um perigo total para a classe operária, em que ele se opõe à criminalização do fascismo. Justamente por entender que não é o Estado burguês que vai combater o fascismo e isso apenas serve para combater as organizações de esquerda; apenas a classe operária, organizada, pode derrotar o fascismo.

Além disso, os patrocinadores que censuraram Monark são os que apoiaram o golpe de Estado no Brasil e em todo o mundo; muitas dessas organizações que atuarão, segundo o preceito de defender a censura, para moderar a opinião pública são financiadas pela Fundação Ford – sendo que Henry Ford, justamente, era ele próprio um nazista. Com isso, fica claro que dar o direito ao Estado de perseguir quem expor tais ou quais opiniões se voltará apenas contra a esquerda.

Os reacionários do STF que terão o direito de censurar; serão os capitalistas, inimigos do povo, que terão o direito de perseguir a opinião pública. Comentando sobre a possibilidade de tal censura contra o Monark incitar um debate sobre a criminalização do comunismo, o companheiro Rui comentou:

 “Pode levar. Vários países que proibiram o fascismo, Alemanha é um deles, proibiram também o comunismo. Porque, veja bem, se você fala que o nazismo é uma doutrina genocida e antidemocrática, a mesma coisa pode ser dita do comunismo em abstrato. Na URSS, morreram um monte de gente; Stálin matou gente adoidado. Eu, por exemplo, não tenho nada a ver com Stálin, acho Stálin uma figura que não merece a menor consideração. Agora: quem garante que não vão proibir o comunismo todo, o socialismo todo, por causa de Stálin? Por causa dos campos de concentração, dos gulags e todas essas coisas?”.

Inclusive, foi citado o projeto do fascista Eduardo Bolsonaro para proibir o comunismo, utilizando-se da lei que criminaliza o nazismo. A ditadura e a censura só servirão para perseguir a classe operária e isso foi salientado no programa, defendendo-se a posição de Trótski a respeito da liberdade de expressão.

Rui também comentou sobre outras questões na entrevista: por exemplo, a aproximação da Argentina com o BRICS e a possibilidade de ela integrar a nova rota da sede. Rui citou os dados de que, dos mais de 40 milhões de habitantes no país, apenas 8 milhões trabalham e a maioria da população vive de caridade – fruto das políticas neoliberais que foram aplicadas. E de que há a possibilidade que a Argentina procure uma saída por fora do FMI e dos mecanismos imperialistas e neoliberais para essa que é a pior crise que o país atravessa em, mais ou menos, 100 anos.

Outro tema comentado foi a invasão de uma igreja, durante uma manifestação, por parte de um vereador do PT. O companheiro Rui considerou a atitude desrespeitosa por parte do petista, visto que a religião alheia, mesmo não sendo algo positivo, precisa ser respeitada. Não obstante, o companheiro também alertou contra a histeria que a extrema-direita tem feito em relação ao tema, aproveitando-se de algo extremamente secundário para fazer ataques contra o PT e contra a esquerda em geral.

A gravidade da crise na Argentina é o principal motivo para essas novas movimentações. O assunto da censura a Monark, da liberdade de expressão, opinião e agitação, além da crise na Argentina e de outras questões foram comentadas na Análise Política da TV 247, que pode ser encontrada tanto no referido canal, quanto na Causa Operária TV.

A análise está disponível para ser assistida aqui.

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