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Entrevista

Rui no DCM: é um erro dar o governo Bolsonaro como liquidado

Presidente nacional do PCO participou do Café da Manhã no DCM

Apresentamos aqui um breve resumo da entrevista do companheiro Rui Costa Pimenta na sexta-feira, 10 de setembro, no programa Café da Manhã do DCM. Clique aqui para assistir na íntegra:

O apresentador Leandro Fortes começou dizendo que estava muito ansioso para conversar sobre o 7 de setembro, os atos bolsonaristas e as manifestações da esquerda e seus desdobramentos, como o ‘acordo’ mediado por Temer entre Bolsonaro e Alexandre de Moraes, ministro do STF. Segundo o apresentador existiria “uma espécie de consenso”, tanto na grande imprensa, quanto na maioria da imprensa progressista, de que Bolsonaro teria ‘arregado’”.

Rui Pimenta disse que sua análise vai em outro sentido; a esquerda esperava, erroneamente, que Bolsonaro estivesse em vias de dar um golpe, de fazer uma “Marcha sobre Roma” e, como isso não ocorreu, ficou-se com a sensação de que se trata de uma derrota. Outro equívoco apontado é o de que os atos bolsonaristas teriam sido pequenos. Antes o contrário, foram muito grandes, e este último foi o maior da série que vimos desde o golpe de 2016.

“É um erro dar o Bolsonaro como liquidado”.

Na sequência do ato, muito se esperou do STF, que essa corte iria para cima do presidente ilegítimo, que este seria punido por mais um de seus inescapáveis crimes contra a democracia. No entanto, o tribunal tirou uma nota muito defensiva e simplesmente falou que ‘as decisões do STF devem ser cumpridas’. A avaliação da imprensa, dos dois campos, é de que a reação teria sido muito enérgica, o que é muito mais propaganda do que realidade.

Uma coisa que não ficou clara para a maioria dos analistas é que o ‘recuo’, na verdade, tem a ver com a greve dos caminhoneiros. Há uma crise econômica muito grave que se aprofundou com a pandemia, os caminhoneiros entraram em greve por sua insatisfação com o preço do diesel, não se trata de uma greve bolsonarista como muitos querem apontar. Apesar de haver caminhoneiros bolsonaristas, essa não é uma classe hegemônica e, além, disso, Bolsonaro não tem como paralisar todos os caminhoneiros para defender seu governo. Isso só seria possível com uma articulação no interior da categoria, o que não se verifica.

Em um cenário de crise entre os três poderes: STF, Executivo e Congresso, uma greve de caminhoneiros tem um efeito muito poderoso, em poucos dias o País poderia ser paralisado criando uma situação muito perigosa. Bolsonaro se reuniu com Temer e os militares para decidirem o que fazer com a greve antes que ela escape do controle, daí o recuo. Na hipótese apresentada, Bolsonaro teria que conter a greve com uma espécie de estado de sítio e no meio de uma briga com o STF, o que poderia ser interpretar como um golpe efetivamente. Nesse sentido, o acordo serve como uma espécie de aviso para que esses outros setores reprimam a greve no caso de o governo falhar.

Rui deixa claro o porquê de a greve dos caminhoneiros ser uma coisa tão grave. O Brasil é um barril de pólvora. Se os caminhoneiros paralisarem toda a distribuição de comida, isso poderá convulsionar o País e espalhar a greve para outros setores, como o dos petroleiros, por exemplo. Temer deve ter dito “Olha, Bolsonaro, essa greve vai cair no seu colo”. O que seria um perigo para o conjunto da burguesia e a burguesia sabe se unir nesses momentos.

Bolsonaro está com medo da greve, ele não está a favor”

Leandro Fortes concordou com a análise de Rui e ponderou que o envolvimento de Temer, como uma espécie de mensageiro, foi para dar um ‘freio de arrumação’ pois o aprofundamento da crise só pode favorecer a candidatura Lula, coisa que a burguesia não quer.

O papel da esquerda

Existe um setor da esquerda que está boicotando os atos, fizeram uma verdadeira ‘campanha do medo’. Enquanto Bolsonaro colocou 125 mil pessoas na Paulista, para o Anhangabaú foram 10 mil manifestantes. Para piorar, tem uma parte da esquerda, PCdoB, setores do PSol e do PT, querendo ir no dia 12 ao ato da terceira via, o que é uma verdadeira loucura, pois a palavra de ordem deles é de “nem Lula, nem Bolsonaro”. Como se não bastasse tudo isso, o próprio PSDB (MBL) não quer o impeachment.

A situação do Brasil é muito difícil e muito complexa e difícil para todo mundo: esquerda, direita e ‘terceira via’. Sinal de que há um impasse muito grande no regime político e um impasse dessa natureza é resolvido, ou por uma eclosão das massas populares na cena política, ou, pelo contrário, pela erupção da forças repressivas do Estado na cena política para romper o impasse porque não dá para viver assim por mais três anos, é impossível.

“O ato bolsonarista tem que acender todas as luzes vermelhas na esquerda”

Como sempre, as críticas que o PCO faz à esquerda não visa apenas uma competição para ver quem está certo. No momento atual a correlação de forças nos ficou desfavorável e a esquerda precisa recuperar ao terreno perdido. Precisamos superar as dificuldades, e isso só pode ser feito com uma análise fria dos fatos. Só assim se pode avançar na luta política.

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