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Programa Semanal

Rui fala sobre 1º de maio, aborto nos EUA e Daniel Silveira

Rui Costa Pimenta, em sua tradicional aparição às terças-feiras na TV247 dialoga com Leonardo Attuch sobre os principais temas nacionais e internacionais

No dia de ontem (3), aconteceu mais uma edição do programa Análise Política com Rui Costa Pimenta, na TV 247. Como de costume, o presidente nacional do PCO foi entrevistado por Leonardo Attuch e tratou de vários temas sobre a política nacional e internacional.

Rússia x Ucrânia

Começaram com a questão da Ucrânia. A situação quase se resolvendo com os avanços russos em Mariupol e civis saindo do cerco de Azovstal. Alguns países estão se recusando o comprar gás russo e pagar em rublo, e Attuch queria saber como o companheiro Rui enxergava esse quadro. Para Rui, toda a questão se desenvolve em volta da situação militar e ao contrário de muitos que apontam que a Rússia vem cometendo diversos erros, que estão tendo muitas baixas, vê o quadro como amplamente favorável com a conquista de praticamente toda fronteira oriental e sul, fechando o acesso ao Mar de Azov e quase todo ao Mar Negro. Se for conquistada Odessa e com o apoio da Transnístria, a Ucrânia ficará sem saída para o mar e para ter acesso ficará na dependência dos russos.

A operação tem demorado um pouco mais por conta do envio de armas por parte dos países europeus e EUA. A operação vai tão bem que obrigou os EUA a entrarem oficialmente no conflito e o governo Biden deve aprovar o envio de US$ 33 bilhões em armas para a Ucrânia. E estamos a um passo de uma guerra generalizada com a inclusão de outros países, como a Polônia.

A derrota do imperialismo americano é muito grande, maior ainda da que sofreu no Vietnã, ou Iraque. O que pode redundar em uma subversão geral do quadro político

Attuch perguntou se a Europa vai partir para o “suicídio” não comprando gás russo e sofrendo consequentemente uma desindustrialização, ou os países ficarão apenas na retórica. Rui descreveu a situação da Alemanha, país onde crescem movimentos contra o envio de armas para a Ucrânia. Os europeus, historicamente, não apoiam essas hostilidades contra a Rússia por parte dos EUA e acham que vão acabar pagando um preço altíssimo por uma briga que não é deles.

Situação interna dos EUA

O país está sofrendo os efeitos negativos da política neoliberal que unificou o mundo contra os banqueiros. Biden é o defensor dessa política, ao contrário de Trump que se apresentou como grande opositor, o homem que iria reconstruir a indústria americana, reimportar as fábricas, criar empregos e, desse ponto de vista, é mais progressista que Biden.

A esquerda, por sua vez, foi aliciada por um governo que não tem política social, que sofreu um derrota humilhante no Afeganistão e agora padece contra os russos. E Biden é o presidente mais mal avaliado desde o início do século XX e ainda está no começo do mandato.

Aborto e a Suprema Corte

Sobre o vazamento da informação de que a Suprema Corte formou maioria e pode revogar o direito ao aborto, mostra que a direita se sente bem posicionada. A esquerda resolveu reagir. Pode haver aí um grande acirramento nos embates sociais, pois isso é um tema muito importante nos EUA.

Elon Musk

Parece que, pelo menos a princípio, a compra do Twitter é favorável. Musk prometeu democratizar o algoritmo democrático e transparente. Parte da esquerda está contra, mais preocupada em censurar e isso é uma política suicida. A compra é um fator de crise porque, embora Musk não seja exatamente trumpista, não quer ficar na mão do governo americano.

Daniel Silveira

Andam dizendo por aí que as instituições não podem ser atacadas. Se isso for verdade, então voltamos para o tempo da ditadura. Os órgão e homens públicos estão sujeitos ao escrutínio público. Se for assim, não se poderia xingar Bolsonaro, pois ele é presidente da República. Crime de opinião é característica de sociedades autoritárias e antidemocráticas.

Como pode o STF, que sofreu a agressão de Silveira, julgá-lo? Isso é completa irregular. Mas o STF não tem freio.

As eleições estão em risco no Brasil?

Aparentemente, não há risco, pelo menos não por enquanto e há uma contradição na esquerda. Se não se pode criticar o STF, também não se poderia acusar um estamento militar de estar tentando roubar as eleições.

Um espectador perguntou: “em caso de golpe de Estado não seria mais provável o STF junto com os militares e Bolsonaro descartado?”. Rui respondeu que sim, que o STF, na história do Brasis, sempre esteve com todos os golpes. Foi essa corte que abriu caminho para vitória de Bolsonaro quando prendeu Lula ainda na segunda instância.

Balanço do 1º de Maio

O 1º de Maio foi um anticlímax, foi deprimente. Entregaram a Paulista para extrema-direita bolsonarista. O 1º de Maio é de propriedade da classe trabalhadora e de suas organizações. A CUT não poderia ter deixado isso acontecer.

A escolha do Pacaembu foi muito infeliz. Além de não terem feito o esforço suficiente para encher a praça. Não tinha ninguém do MST, tinha no máximo 5 ou 6 mil pessoas. Para que submeter o Lula a um vexame desses?

A cúpula do movimento tem que se reunir e convocar um novo ato que leve no mínimo 20 ou 30 mil pessoas, mas para isso tem que trabalhar. Quanto ao problema de parecer campanha antecipada é possível conseguir pretextos.

Apesar de as pesquisas apontarem o favoritismo de Lula, as eleições ainda estão em risco. E a terceira via está nos bastidores cozinhando sua candidatura. O MDB está aventando apoiar Bolsonaro se não viabilizar candidato. A direita está mais engajada que a esquerda que está sem motivação e sem comando. Todas as bases sociais e sindicais deveriam ter convocado sua base para discutir a candidatura Lula.

Finalizando, Rui disse que não está sendo negativo, apenas realista e que este é momento de se apontar os erros. Que as direções do movimento precisam fazer um balanço deste 1º de Maio, temos de corrigir isso imediatamente

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