Nessa sexta-feira, 06 de agosto, Rui Costa Pimenta apresentou a análise política da semana, em mais um Café da Manhã no DCM. O principal assunto tratado foi a polêmica criada pela burguesia sobre o voto impresso e o quão confiável as urnas eletrônicas são. O PCO mais uma vez defendeu que as urnas podem sim ser violadas e por isso precisam de mais ferramentas que possam mitigar a quantidade de fraudes nas eleições.
Logo ao ser chamado para a conversa, Rui Costa apresentou uma previsão sobre o futuro próximo do cenário político brasileiro. Segundo ele, tudo indica que a burguesia está se agrupando em defesa da campanha de João Doria em 2022, dada a forte campanha a seu favor já iniciada pela imprensa burguesa e a grande mobilização pela defesa das urnas eletrônicas, o que é um forte indício de intenção de fraude pela terceira via. “Estou começando a ficar com a impressão de que o grosso da burguesia está com João Doria, o imperialismo com certeza. Parece que o Bolsonaro está sendo deixado para trás pela burguesia, não do ponto de vista de que ele seria derrubado agora, mas do ponto de vista de que a eleição está sendo montada para derrubá-lo e, obviamente e principalmente, para derrubar o próprio Lula”, ressaltou Rui.
A possibilidade de uma tentativa de golpe, conforme a esboçada por Trump, também foi questionada. Para o presidente do PCO, a possibilidade não pode ser descartada, mas como no caso dos Estados Unidos as chances de sucesso de uma investida são baixas, visto o baixo apoio da burguesia pelo seu governo.
Em seguida, Rui Costa introduziu sua defesa ao voto impresso e relembrou que uma proposta parecida foi sancionada em 2009 pelo então presidente Lula, colocando a impressão do voto como obrigatório em 2% das urnas. A proposta foi revogada pelo senado em 2011. No entanto, a incessante defesa das urnas eletrônicas, inclusive por uma grande parte da esquerda, dá a entender que estamos diante de um possível golpe nas próximas eleições. “É curioso, porque o que o Bolsonaro fez foi levantar uma reivindicação democrática. O voto impresso é uma medida elementar, com ele você pode, sem a tecnologia auditar o voto, claro que não há voto que seja impossível de fraudar, mas a esquerda deveria prestar atenção nisso, porque a campanha foi tão forte contra o voto impresso que dá a impressão de que eles vão mesmo fraudar a eleição”.
“A capacidade de o aparato político de fazer uma fraude é muito grande, a burguesia tem muitos recursos. A esquerda logicamente tem que tentar fiscalizar, mas o que precisa é uma mobilização que coloque em xeque as possibilidades de fraudes muito descaradas.”
Segundo Rui, toda essa movimentação política indica para a terceira via, caso a eleição seja fraudada, Bolsonaro não será a única vítima, mas sim Lula que será o principal inimigo nas eleições de 2022. Diante disso, a possibilidade da eleição de João Doria representa um enorme perigo para a população brasileira, visto que, com um grande apoio da burguesia e principalmente do imperialismo, seu mandato possivelmente será pior do que o de Bolsonaro. A política neoliberal seria levada com muito mais rigor em seu governo, haja vista a quantidade de privatizações realizadas no seu governo em São Paulo, além de que os militares continuarão apoiando o governo.
Outro problema abordado por Rui é a passividade da esquerda. Para ele, a esquerda precisa se movimentar de forma mais incisiva no cenário político e não ficar a reboque das decisões da burguesia. Em 2018, por exemplo, o PT se comportou de forma excessivamente passiva diante de um golpe em sua candidatura, “Se o Lula, ao ver que não poderia concorrer sub judice, não lançasse um candidato e começasse uma campanha denunciando o golpe, ele provavelmente teria ganho mais e o Bolsonaro já entraria fragilizado no governo”, concluiu Rui.
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