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Análise política do PCO.

Rui Costa Pimenta fala sobre Lula, Alckmin e a luta popular

Rui Costa Pimenta sobre a questão Alckmin e Lula: "A função do vice é conspirar contra o titular do cargo".

ruicp 25dez2021

O presidente do Partido da Causa Operária, Rui Costa Pimenta, em sua análise semanal transmitida pelo canal do PCO no Youtube (Causa Operária TV, COTV), neste sábado (25 de dezembro), afirmou que “a federação de partidos é uma medida anti-democrática que complementa a cláusula de barreira, que por sua vez, complementou as normas draconianas para a criação de novos partidos”.

O dirigente comunista fez uma extensa análise do sistema político e eleitoral brasileiro tomando como mote a entrevista concedida pelo deputado Paulo Pimenta (PT) ao site Brasil 247. Nesse evento o parlamentar petista tentou justificar a formação da federação partidária e a política de colocar Alckmin como vice de Lula.

Pimenta criticou a passividade do PT e da esquerda de modo geral frente as constantes alterações no regime: “Há uma adaptação passiva às arbitrariedades do sistema eleitoral. Por que a esquerda se adapta a isso?”; “O deputado do PT deixou isso claro quando declarou na entrevista que a federação não é um problema, considerando inclusive que é uma boa proposta”.

O dirigente do PCO argumentou que para a burguesia nacional, a multiplicidade de partidos torna o regime mais difícil de ser controlado. Com pouquíssimos partidos o controle seria mais fácil. Pimenta citou como exemplo os Estados Unidos da América, onde os dois partidos com chances são controlados pelos bilionários e se tem um regime plutocrático controlado pela riqueza, uma antítese da democracia.

Segundo Rui Costa Pimenta, as leis que dificultam a criação de partidos políticos, juntamente com a cláusula de barreira e a possibilidade de criação de federações partidárias “são uma forma de suprimir uma parte do eleitorado, não estão na verdade suprimindo partidos, estão suprimindo eleitores dos partidos suprimidos. Sobrarão só partidos de direita. Uma parcela da opinião pública será suprimida. Esses partidos de esquerda vão acabar criando uma federação de direita. A federação vai consolidar os elementos de direita. O PSB, por exemplo, é na realidade de direita e numa federação com o PT , o PSB vai se consolidar ainda mais. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o PSB apoia o Eduardo Leite do PSDB, seus parlamentares, na esmagadora maioria, são políticos de direita. Esquerdistas em partidos de direita valem muito pouco. Essas federações não vão representar todas as parcelas da opinião pública. Quem que determina o número ideal de partidos? O eleitor é que deve definir isso. A única coisa que é democrática é que os eleitores possam criar seus partidos para os representar”.

Quanto a propaganda direitista de que os partidos são um negócio, Rui Costa Pimenta esclareceu que na verdade as medidas de restrição é que transformam cada vez mais os partidos em negócio: “A raridade de partidos é que fez isso. Essa legislação não atua contra a transformação dos partidos em um negócio, ela atua em favor disso. Para mudar isso é necessário que exista liberdade dentro do regime para que sejam formados quantos partidos as pessoas quiserem fundar. A esquerda é participante de um sistema eleitoral corrupto. Montado para ser corrupto. Um regime em si corrompido. Quando a política se torna um privilégio, é um sistema corrupto. A esquerda em vez de questionar isso daí, tenta se adaptar. A política da esquerda em geral está toda baseada nesse sistema: ser realista e jogar o jogo do jeito que a direita joga. O realismo aqui não é realismo nenhum, é só uma maneira de entrar de cabeça em um jogo que só pode resultar em algo desastroso para o país. A federação e o sistema eleitoral são um beco sem saída, areia movediça, quanto mais se mexe mais se afunda”.

Pimenta chama a atenção para o fato da esquerda não se posicionar sobre essas mudanças frequentes nas regras eleitorais, demonstrando que não tem consciência do sistema extremamente anti-democrático existente no país.

Sobre a possibilidade de Alckmin vir a ser o vice de Lula, o presidente do PCO considera que pelo andar da carruagem isso não parece ser uma proposta séria, mas sim uma provocação. Indicando que as chances da união da esquerda em torno da candidatura de Lula são cada vez menores. O dirigente considera que teremos uma eleição com poucas possibilidades. Ao que tudo indica, a disputa ficará entre Bolsonaro, Moro, Dória e Lula: “se o mais importante é derrotar essa quadrilha, por que não resolvem apoiar o Lula? Por que não querem” concluiu o comunista. Nesse momento, qualquer acordo do PT com a esquerda parece inviável, demonstrando que a burguesia na verdade quer isolar o Partido dos Trabalhadores. Para Rui, a unificação da esquerda deveria ocorrer sob a base do interesse de classe, o interesse da classe trabalhadora.

O dirigente também teceu comentários sobre questões internacionais.

Quanto a situação na Ucrânia, envolvendo a Rússia e a OTAN, o Presidente Vladimir Putin foi enfático em não admitir a colocação de mísseis na Ucrânia. Houve um diálogo com os norte-americanos, adiando o desenvolvimento da questão até meados de janeiro. Os norte-americanos usam a justificativa que de que a Rússia estaria interferindo na independência da Ucrânia, quando na verdade, a OTAN tenta usar a Ucrânia para atacar a Rússia. A política da OTAN aponta para a guerra e a situação atual demonstra claramente que a Rússia está em uma posição defensiva.

Rui Costa Pimenta relacionou os acontecimentos envolvendo Ucrânia-Rússia-OTAN, o conflito China-Taiwan, o desenlace eleitoral no Chile e a situação brasileira com a atuação cada vez mais agressiva do imperialismo. “O governo Biden se revela uma das maiores ameaças para o planeta. Fica claro que estamos diante de um projeto geral, uma operação de conjunto” disse RCP.

Para levar adiante essa política, os Estados Unidos necessitam de uma coesão grande no seu próprio país e nos seus países satélites, não sendo possível a existência de países na américa latina com líderes nacionalistas, que possam se aliar aos russos ou chineses. Tradicionalmente o nacionalismo dos países atrasados adota uma política popular, pois a burguesia nacional, frágil, necessita do apoio da classe trabalhadora para enfrentar o imperialismo.

O dirigente do PCO destacou que o recém eleito presidente do Chile, Gabriel Boric, foi muito claro ao se declarar contrário ao regime vigente na Nicarágua, em Cuba e na Venezuela. O Chile está se mostrando o primeiro país que está colocando no poder uma esquerda subserviente ao imperialismo. “É uma esquerda que comunga com o imperialismo” disse. O caso Boulos, denunciado pelo PCO, aponta para o financiamento dessa esquerda pelo imperialismo.

O companheiro Rui Costa Pimenta concluiu a análise respondendo perguntas e super chats dos internautas que acompanharam ao vivo a transmissão.

A COTV confirmou que no próximo sábado, 1º de janeiro de 2022, teremos nova análise política semanal, desta feita, às 17 horas, horário de Brasília.

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