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Entrevista

“Os jovens são a potência de mudança, de transformação”

Conheça o candidato a Deputado Federal por Curitiba

O Diário Causa Operária tem feito uma série de entrevistas com os pré-candidatos do Partido da Causa Operária (PCO), dando espaço a candidaturas efetivamente revolucionárias e contestando os processos eleitorais burgueses, que selecionam seus candidatos a dedo e lhes dão todo espaço necessário na imprensa, na TV aberta e em todos os locais possíveis, enquanto escondem outros partidos que não são de seu interesse e que possuem reivindicações compatíveis com os anseios do povo, como é o caso do PCO.

Leia a seguir a entrevista com o companheiro Diogo Furtado, candidato a Deputado Federal pelo PCO em Curitiba.

Diário Causa Operária: pode falar um pouco sobre você?

Diogo Furtado: eu tenho 32 anos, sou natural de Bragança Paulista, moro em Curitiba. Sou formado em arquitetura na UTFPR e trabalho hoje como designer gráfico.

Minha militância começou em Curitiba, durante o movimento estudantil, em 2017. Comecei a participar logo na campanha da luta contra o golpe, depois que Lula foi preso. Depois da eleição golpista de Bolsonaro, me filiei ao Partido. A partir daí, fui convocado para as Conferências Estaduais dos Comitês de Luta aqui do Paraná, participei e comecei a militar no partido.

A essa altura, já era dezembro. Participei do Réveillon Vermelho com o partido na vigília do Lula aqui em Curitiba, o partido todo estava reunido, foi uma das experiências mais legais que eu já tive, principalmente em Réveillon, um Réveillon vermelho. No dia 1º de Janeiro, inclusive, fizemos basicamente a primeira manifestação “Fora Bolsonaro” do País, na frente da vigília, encabeçada pelo PCO.

Atuo também na AJR, a Aliança da Juventude Revolucionária, o coletivo de juventude do PCO; e participo do GARI, o coletivo de artistas.

DCO: como você vê o papel do PCO, como um partido revolucionário, nas eleições atuais?

DF: Eu acho o PCO e, inclusive, é por isso que eu estou nele. Não é querer fazer autopromoção, propaganda do próprio partido, mas eu considero a política do PCO a mais acertada. Não conheço muito bem todas as políticas da América Latina, mas é possível dizer que é uma das mais acertadas, senão a mais acertada, de toda a região. A posição do PCO vai ao encontro com todo o anseio popular, que a classe trabalhadora, que a juventude buscam. A reivindicação por Lula Presidente é a palavra de ordem mais popular do País e é um meio para a tomada do poder, para a mobilização.

Entretanto, buscar a mobilização sem ter um caminho é dar um tiro no pé, é não sair do lugar. Por isso, o PCO se lança às eleições, mesmo sendo um jogo de cartas marcadas. Nós não temos ilusão nenhuma quanto a isso. Entramos nas eleições justo para denunciar isso, para aproveitar esse espaço e abrir esse debate, que não é falado em nenhum lugar. Na verdade, é totalmente o contrário: todo mundo só faz a campanha das eleições como se fossem democráticas, como se conseguíssemos mudar alguma coisa do regime vigente quando, na realidade, não têm nada de concreto.

Os governos do PT foram os que mais tentaram e conseguiram mudar o sistema por dentro e hoje, depois do golpe, da derrubada da Dilma, da prisão do Lula, não sobrou nada, praticamente voltamos à estaca zero. Ou seja, por dentro, é sempre isso porque o regime é deles, da burguesia, da classe dominante, que controla o STF, que coloca seus políticos nessas cadeiras do Congresso.

Logo, a política correta é a revolução, é a rebelião popular de uma maneira organizada, luta que precisa ter um partido com um programa concreto e firme e já muito bem trabalhado. O PCO tem justamente isso: 40 anos construindo esse programa para que, na hora que essa panela de pressão explodir, atuarmos, não só de maneira passiva, para esquentar ainda mais tal situação por meio da consciência de classe dos trabalhadores.

Ademais, o PCO é o partido que mais defende a campanha por Lula presidente. Lógico que não concordamos com esses esquemas com o Alckmin, com o PSDB, com a Federação partidária, entregando o programa de luta. Todavia, de qualquer maneira, o Lula é um caminho, e os outros partidos que se dizem revolucionários não entendem bem o Lula como um caminho para a revolução.

Demorou muito para que o PSOL, por exemplo, apoiasse a candidatura do Lula e, mesmo assim, continua fazendo uma campanha fantasma por sua vitória. Sem contar nos outros partidos como o PCB, a UP e o PSTU que colocaram candidaturas próprias para apoiar o Lula só no segundo turno, quando as coisas já podem ter desandado. É um risco grande demais. Finalmente, a questão do Lula não é um desespero para derrubar o Bolsonaro, na luta de tudo e todos contra o suposto “fascismo”. Serve para derrubar o golpe de Estado, Bolsonaro é só um pedaço dentro disso.

O PCO é crucial para abrir os olhos dos trabalhadores, para que não caia nesse jogo eleitoreiro por cargos. O Partido denuncia o regime totalmente vendido, as eleições armadas e, ao mesmo tempo, propõe, junto aos trabalhadores, a campanha por Lula. Um caminho em que os trabalhadores vão chegar no poder e vão poder conquistar mais.

Até porque, se não for o Lula, nessas eleições, não vai ter outro caminho. O PCO tem aberto os olhos não só dos trabalhadores, mas da própria esquerda por meio de uma luta ferrenha. Acho que se não fosse o PCO, estaríamos muito atrás disso e perdendo feio, da burguesia e dos golpistas.

DCO: No começo da sua fala, você chegou a falar um pouco sobre a juventude, falou até que você faz parte da AJR, o coletivo de jovens do PCO. Qual você acha que é o papel da juventude no momento atual em que vivemos, num momento de crise política?

DF: a juventude, pelo tempo que eu tenho no partido, eu já consegui perceber que é o que tem de mais importante na luta dos oprimidos. É o setor mais explorado. Eu estava conversando com um companheiro e ele estava comentando que ele pulava o muro do estádio para poder assistir a um jogo porque ele não tinha nem 15 reais para pagar o ingresso, que na época era 15 reais. Essa é a juventude brasileira, não tem 15 reais.

A família pressiona a juventude a fazer o que dá na cabeça dos pais. Enquanto isso, nós, a juventude, temos que fazer o que queremos. Se os pais não concordam, vamos discutir, mas não dá para ficar nessa ditadura eterna, nesse regime fechado do lar. Isso é um absurdo e é isso que acontece com os jovens, imposição o tempo todo.

O mercado de trabalho para o jovem é péssimo. Os espaços que aceitam o jovem sem tempo de serviço, sem experiência, são o McDonalds e qualquer call center, o que é horrível. Com todo respeito a esses espaços de trabalho, mas a condição é muito ruim mesmo.

Dentro disso, é a juventude quem mais sofre e quem tem mais revolta. Afinal, está com as questões do momento à flor da pele, possui menos entraves do que os adultos no quesito econômico. Então, os jovens se configuram como a potência de mudança, de transformação. São os que acabam entendendo de maneira mais clara a situação, com menos pressão de trabalho, menos pressão dos patrões, menos pressão da sociedade. Em outras palavras, é a potência revolucionária, é a potência de transformação.

DCO: você já nós deu uma introduzida no tema, mas, para finalizarmos, pode nos falar um pouco mais sobre o apoio do PCO ao Lula? Qual foi a decisão do partido quanto a isso?

DF: o apoio ao Lula é crucial, é o que o povo quer. O povo, diferentemente da esquerda, critica as posições capituladoras do PT em relação às suas alianças, por exemplo, com o PSB, partido reacionário disfarçado de “socialista”. O Alckmin não deixou, e não vai deixar de ser, um tucano, um nazista maquiado e, no final, um consagrado inimigo dos trabalhadores brasileiros.

Mesmo o povo não tendo de maneira muito bem consciente o marxismo, tem claro os meios, o caminho para ele se tornar independente ou pelo menos para sair do sufoco. O povo conhece o governo Bolsonaro, o governo Temer, os governos golpistas e até mesmo essa frente ampla e essa terceira via que estão se armando contra o povo.

O povo tem claro os caminhos, pelo menos mais imediatos, para a sua vitória, que é justamente a questão do Lula. É uma liderança,  alguém que pode vencer, alguém que é anti-imperialista, que é pela soberania nacional, que é contra a entrega dos postos de trabalho nas empresas estatais, dos direitos, é contra essas reformas que acabaram com aposentadoria, que acabaram com renda, com a remuneração, com os direitos. 

O Lula é um caminho. Nós não podemos confiar em uma única pessoa para transformar o País. Temos que ter claro que somos nós os trabalhadores que vamos mudar esse País. Não podemos ter esperança em uma pessoa só, mas precisamos de um caminho dentro dessa política burguesa que, agora, se da pelo Lula. Pelo Lula, vamos conseguir aumentar o debate dentro desse regime de ditadura, de censura da burguesia.

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