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Candidato Operário

“Não é só o fim da polícia, mas também do Judiciário”

Leia a entrevista do candidato à deputado federal de São Paulo pelo PCO

Candidato a deputado federal de São Paulo pelo Partido da Causa Operária (PCO), o companheiro Tiago Pires, concedeu uma entrevista ao presente Diário em que discute questões de primeira importância sobre as instituições políticas brasileiras e a condição em que os trabalhadores estão submetidos neste período pós-golpe de 2016.

Tiago Pires tem 37 anos e é bancário, conheceu o PCO em 2015, quando estava em marcha o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. Foi através do trabalho militante do Partido, que recebeu um panfleto de denúncia do golpe que estava em marcha, se filiando em 2017 já para militar ativamente.

Junto aos companheiros de Araraquara, interior do estado de São Paulo, construiu o Comitê de Luta contra o Golpe de Araraquara, organização política de maior atividade nos últimos anos na cidade. Realizaram diversas caravanas para Brasília para defender o Lula ou Nada, para São Paulo, lutar contra o avanço do fascismo, e pela liberdade do Lula em Curitiba.

Além de sua organização em célula partidária, o companheiro também é um elemento ativo na Corrente Sindical Bancários em Luta – da Corrente Nacional Causa Operária da Central Única dos Trabalhadores (CUT) -, e no Coletivo de Negros João Cândido do PCO.

Em entrevista

DCO: Tiago, você é candidato pela primeira vez ou é sua segunda vez, após ser para vereador ou prefeito?

Tiago Pires:  Isso, minha primeira vez foi para prefeito de Araraquara-SP.

DCO: Você é do coletivo João Cândido e também do coletivo sindical do PCO?

Tiago Pires: Sou, faço parte da Corrente Sindical Nacional Causa Operária e da corrente Bancários em Luta.

DCO: Me diz uma coisa, ontem os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) aprovaram aumento do salário deles para 46 mil reais, o que você acha disso?

Tiago Pires: É um absurdo. A população morrendo de fome com os preços super elevados, a inflação (dos alimentos) que já representa quase três vezes o índice deste ano, índice de 14,1%, uma população de 125 milhões de pessoas com insegurança alimentar, que não têm todos os alimentos para comer, sem contar os mais 30 milhões de pessoas que estão na fome literalmente, então a gente vê esses aumentos, com preços exorbitantes, enquanto o salário mínimo não tem qualquer reajuste.

A população está desempregada, a maior parte dos trabalhadores ou estão desempregados ou estão em condições precárias de trabalho, então é um aumento muito desproporcional e que mostra, na verdade, que eles legislam para os seus próprios interesses, enquanto população fica em uma situação muito degradante.

DCO: Que legal isso daí de você aumentar o próprio salário, você não queria?

Tiago Pires: Exatamente. O povo deveria ter o direito de falar qual seria o salário ideal para o trabalhador. Por exemplo, a gente defende que, nesse momento, deveria ter um aumento emergencial de 50% nos salários. A gente defende que o Salário Vital de uma família de quatro pessoas seria por volta de 7.500 reais, então eu queria dar também o direito ao trabalhador de falar como é o salário que julga necessário para manter suas condições de vida.

DCO: Agora, como é esse negócio de você não ser eleito e mandar no país como é o caso do Judiciário, principalmente do STF? O PCO defende uma eleição para todos os representantes no judiciário e defende ainda que o STF não deveria existir, não é?

Tiago Pires: Exatamente. É um poder que não é eleito por ninguém e que inclusive tem usurpado as funções do Legislativo, tem cassado deputados que foram eleitos pelo voto popular, mostrando que eles são verdadeiros deuses. Não são eleitos por ninguém, ficam em um cargo vitalício, praticamente monarcas no poder, então a gente defende a dissolução e o fim do STF, e a eleição de todos os juízes do Judiciário, que seja eleito pelo voto popular, já que o judiciário é um poder e que todo o poder emana do povo, nada mais justo que o povo eleger seus representantes.

DCO: Perfeito, e o judiciário é um dos principais responsáveis pelos mais de 800 mil presos no Brasil, inclusive a maior parte é negro. Você que é membro do coletivo João Cândido, o que você pensa a respeito de tantas pessoas presas sendo a maioria negra?

Tiago Pires: Exatamente, você tem o judiciário em que eles (os juízes) não dão qualquer direito de defesa para a população. A gente viu o caso do ex-presidente Lula e que ilustra bem essa situação, você chega lá (no tribunal), é acusado e condenado sem provas. A gente também viu isso com José Dirceu. Então, se isso acontece com grandes lideranças da política, imagina para a população pobre preta que são jogados aos montes, mais de 50% está lá (nos presídios), sem ter sido condenado, sem ter direito nenhum à defesa. Então, a gente defende, não só o fim dessa máquina mortífera, que é a polícia militar e todas as polícias, mas também o fim de todo esse aparato que esmaga a população pobre preta.

Ou seja, o judiciário, que deveria salvaguardar a Constituição, coloca a população pobre e preta nessas masmorras, nesses campos de concentração nazistas, onde eles (os presos) são torturados, não se alimentam bem, pegam doenças e tudo mais, principalmente na pandemia (da COVID-19), já existia uma epidemia de tuberculose e de várias doenças dentro dos presídios, e na pandemia se massacrou, se matou milhares de pessoas. Então são ambientes degradantes, onde o cidadão está preso ali e ele é torturado todos os dias, é colocado em isolamento, então passa fome. Saiu uma denúncia que na pandemia os presos ficavam sem alimentos no momento em que eles mais precisavam, então é um campo de concentração nazista mesmo. E não é só o fim da polícia, e não é só o fim dos presídios, mas o fim também do Judiciário que é quem mantém, quem condiciona, a população população pobre e preta a essa situação de tortura.

DCO: Porque o fim da polícia e qual que é a solução para isso?

Tiago Pires: O fim da polícia porque é só pra isso que serve, para reprimir a população todos os dias. Tem um dado de que, nos últimos 15 anos, em todos os anos a polícia bateu o recorde de assassinato de pessoas, ou seja, todos os anos a polícia bate recorde de mortes, então é preciso acabar com essa máquina mortífera que ataca a população de periferia, que junto com os pistoleiros massacra também o trabalhador do campo, massacra os índios, tudo isso com o apoio e a ajuda da polícia. Os trabalhadores também, quando lutam pelos seus direitos, são reprimidos fortemente pela polícia do estado, o que mostra que a polícia serve aos interesses da burguesia, e a gente defende no lugar que a segurança tem que ser feita pela própria população.

A população tem que organizar as suas milícias, eleger os agentes de segurança nas comunidades. Ter direito de eleger e destituir os agentes de segurança nas próprias comunidades. Ou seja, seria uma segurança feita pela própria população, não uma suposta segurança que fica submetida ao Governo do Estado.

Conheça Tiago Pires, candidato do PCO a deputado federal em São Paulo

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