Na semana passada em caravana de volta para o interior do Rio Grande do Sul, retornando do ato Fora Bolsonaro – Lula Presidente na cidade de São Paulo, uma militante foi abruptamente abordada pela Polícia Rodoviária Federal em uma revista de “rotina”.
Por volta das 21:00, três policiais militares, dois homens e uma mulher, entraram no ônibus, revistaram as bagagens de todos os presentes e nossa militante foi intimidada por essa agente feminina que se portava de maneira agressiva.
Durante o tempo da operação a policial feminina estava bloqueando o corredor para que ninguém fugisse da revista e encarando a militante, foi quando decidiu revistá-la de maneira persecutória, como ela mesmo relata:
De repente decidiu que queria me revistar em vez de ficar só vigiando, e aí começou a situação. Ela “achou muito estranho” a história de eu estar vindo do ato de SP, não ficou satisfeita com eu mostrando o que tinha na minha mochila (o que inclui camiseta do PCO, adesivos pelo Fora Bolsonaro, o Jornal Causa Operária, etc.) e no fim das contas meteu a mão nela e saiu revirando tudo, jogando em cima do banco do ônibus.
Lembrando que essa menina tem apenas 17 anos e nunca tinha viajado sozinha, nunca imaginou que poderia ser tão violada em seus direitos como naquele momento. Contou à nossa redação que qualquer coisa era motivo de “suspeita”, e toda resposta dada aumentava a agressividade da policial contra ela. Ela não leva bagagem, quase nada, porque era uma viagem “bate-volta”, não levava nenhuma roupa e um pote de lanche vazio.
“Parecia um cachorro, perguntando ‘cadê a droga, hein? Tem droga aqui? Hein? Se tiver é melhor você mostrar. Eu vou dar pros cachorros cheirarem’ e outras coisas do tipo. Não satisfeita, ela comentou com os outros policiais que eu estava sendo muito suspeita e ficava olhando para os lados, sacando e guardando a arma, cada vez com mais força”, completa. Por que será que essa policial sacou a arma várias vezes durante uma abordagem com uma adolescente, para simplesmente amedrontar?
Continua seu relato dizendo que eventualmente a policial decidiu que queria olhar seu celular, olhar o Whatsapp e entrar em umas conversas aleatórias. Se estressou mais ainda pela identidade ser de outro Estado, o mesmo de destino do ônibus, inclusive.
A abordagem durou entre 30 a 40 minutos de puro pânico e tensão para que ela de fato não encontrasse nada nos pertences dela e seguissem para aterrorizar mais cidadãos.