O PSDB anunciou oficialmente que pretende participar do ato pelo “fora Bolsonaro” deste dia 3 de julho na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo seus dirigentes, o partido vai levar seus membros (na verdade, pessoas pagas) de verde e amarelo. Essa decisão faz parte da manobra da burguesia para destruir a mobilização popular que tomou fôlego nos dias 29 de maio e 19 de junho.
Por que querem se infiltrar nas nossas manifestações?
Diante dos gigantescos atos de massas, a direita percebeu que a situação pode sair do controle. Se é para derrubar Bolsonaro, então a burguesia só pretende permitir que isso aconteça de maneira controlada pela direita, não pelo povo. Por isso querem levar o povo que está mobilizado nas ruas a acreditar que a CPI e o “superpedido de impeachment” vão resultar na derrubada do governo quando, na realidade, estão todos mancomunados para impedir que o regime político estabelecido com o golpe de 2016 seja abalado pela mobilização.
“Fora Bolsonaro” não é a mesma coisa que “impeachment”
A mobilização nas ruas não está sendo feita para pressionar o governo e tampouco para servir de trampolim eleitoral para oportunistas. Além das reivindicações emergenciais, como a vacinação e um auxílio emergencial de verdade, o povo está mobilizado nas ruas para lutar pela derrubada imediata do governo Bolsonaro. Nenhuma manobra no Congresso vai resolver os problemas do País. Colocar o movimento a reboque de um eventual – embora improvável – impeachment seria o caminho para a derrota.
São todos genocidas!
É muito cinismo do PSDB e da direita. Quem colocou o povo na rua e representa os interesses populares é a esquerda, não a direita.
A direita fez de tudo para impedir as manifestações. A direita, particularmente o PSDB, é cúmplice do genocídio. Foram eles que sucatearam o sistema de Saúde, privatizando e cortando investimentos por todo o País.
Foram PSDB, MDB e DEM, no governo Temer, que impuseram o congelamento de gastos na Saúde e Educação por 20 anos. São tão ou mais responsáveis pelo genocídio de 500 mil brasileiros que o próprio Bolsonaro.
O PSDB é o partido de João Doria, aquele mesmo que em 2018 foi eleito com o apoio de Bolsonaro, na campanha “BolsoDoria”, e que apoiou Bolsonaro na eleição para presidente da República em uma campanha fascista contra os trabalhadores e a esquerda.
As ruas são do povo! Fora a direita golpista e fascista!
A direita tenta se infiltrar nos atos fazendo o discurso demagógico de que “todos” deveriam ter vez nos atos, e também por meio das cores verde e amarela – as cores dos coxinhas que derrubaram a ex-presidenta Dilma Rousseff e elegeram Bolsonaro, as cores do próprio Bolsonaro!
Os trabalhadores e a esquerda não podem deixar que a direita tome conta dos atos, porque ela quer destruí-los. Se ousarem provocar nosso movimento com a tentativa de se misturar ao povo nas ruas, é preciso expulsar o PSDB e toda a direita golpista, neoliberal, fascista e verde e amarela dos atos, na marra, se for preciso!
O que queremos?
Precisamos de um plano de lutas que dê continuidade e desenvolva a mobilização, mantendo a população nas ruas até a derrubada do governo.
É preciso levar os protestos para todos os cantos do País. Organizar a luta em cada bairro, cada cidade, cada Estado, em todas as regiões do País.
É preciso mobilizar as categorias de trabalhadores que estão sendo duramente atacadas, com particular atenção às ameaçadas pelas privatizações dos Correios, da Eletrobrás etc. É necessário ir às comunidades e bairros operários fazer um trabalho de convocação dirigido à ampla massa de trabalhadores e oprimidos de nosso país.
Uma frente única da esquerda
As manifestações de rua são o resultado de uma frente única da esquerda. Para conseguir desenvolver e ampliar a mobilização, é preciso dar a essa frente única um caráter organizado.
Para isso, é necessário criar comitês de luta com a participação de todos os que queiram lutar e realizar reuniões públicas.
A mobilização tem que ser a mais democrática possível, é preciso que essa frente única se mantenha como uma frente única da esquerda. Ou seja: os partidos e organizações de direita têm que ficar de fora da organização da mobilização.
Nesse sentido, levantamos algumas reivindicações fundamentais, que unem os trabalhadores da cidade e do campo, a juventude e todos os explorados na luta contra o regime golpista,
- Vacina para todos! Com a quebra das patentes e controle popular
- Auxílio emergencial já! De, pelo menos, um salário mínimo enquanto a crise durar
- Não à privatização dos Correios e da Eletrobrás. Reversão de todas as privatizações
- Fim da violência policial! Dissolução da Polícia Militar
- Não ao desemprego, redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais
- Estatização da saúde
- Estatização da ensino, educação para todos
- Não ao fechamento das universidades públicas, aumento da verba federal para as universidades
- Direito a terra e moradia, em defesa das ocupações na cidade e no campo
- Fim da ditadura dos bancos, estatização do sistema bancário
- Fora Bolsonaro!
- Por um governo dos trabalhadores!
- Lula presidente!