Na sexta-feira, 8 de outubro, a Petrobras anunciou um novo aumento de 7,2% no preço da gasolina e do gás de cozinha (GLP). De acordo com a administração da petroleira, o preço médio da gasolina passará de R$ 2,78 para R$ 2,98 por litro e o preço médio do GLP subirá de R$ 3,60 para 3,86 por kg, o equivalente a R$ 50,15 por botijão de 13kg.
A parcela da Petrobras na bomba da gasolina nos postos passará para a ser de R$ 2,18 por litro, o que equivale a um aumento de R$ 0,15 por litro. Até o momento a Petrobras não anunciou aumento para o etanol e o diesel, embora tenha aumentado 8,89% no diesel no final de setembro.
Em comunicado, a petroleira disse que o aumento sobre o gás de cozinha acontece após “95 dias de preços estáveis, nos quais a empresa evitou o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais”. Os preços refletem, segundo a companhia, os patamares internacionais de preços do petróleo, a oferta limitada frente à demanda e a cotação do dólar.
O dólar e a cotação do petróleo se tornaram fatores fundamentais para o preço dos combustíveis após o golpe de Estado de 2016, que se materializou com o impeachment fraudulento da presidenta Dilma Rousseff (PT). Michel Temer (MDB), ao assumir o governo federal, implementou a política de Preço de Paridade Internacional (PPI), o que alinhou a empresa brasileira de petróleo com as flutuações do mercado mundial.
O dólar, por sua vez, atingiu a maior cotação frente à moeda brasileira, fechando em R$ 5,5160.
Os aumentos contínuos nos preços dos combustíveis têm impacto no encarecimento dos gêneros básicos da população. Conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-IBGE), a inflação acumulada dos últimos doze meses atingiu 10,25% Desta taxa, quase 2% é da gasolina. Depois do combustível, os maiores impactos na inflação vieram da energia elétrica (1,25 p.p.), carnes (0,67 p.p.) e gás de cozinha (0,38 p.p.)
A inflação penaliza sobretudo as camadas mais pobres da classe trabalhadora. Quanto menor a renda, maior o impacto na redução do consumo. Milhares de brasileiros tiveram que cortar carnes e outros gêneros da alimentação. O preço do gás de cozinha inviabiliza o uso do fogão e obriga com que milhões tenham que retornar ao uso da lenha para cozinhar.