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Fala ao canal 202 Cinema

Rui fala sobre o neoliberalismo, o sindicalismo e o Afeganistão

Rui C. Pimenta, presidente nacional do PCO, foi entrevistado nesta segunda-feira

Na última segunda-feira, 4 de outubro, Rui Costa Pimenta participou de uma entrevista comandada por Arthur Moura no canal 202 Cinema, no YouTube. Foram abordados temas relativos à conciliação de classes e o efeito disso no movimento popular, a possibilidade de uma explosão social no período próximo, a necessidade de uma imprensa operária e de uma doutrina revolucionária, entre outros.

Rui começou expondo a contradição do nosso período atual, responsabilizando a política neoliberal que, segundo ele: “destrói uma boa parte do que havia sido construído no Brasil a partir da década de 30, a indústria brasileira teve um regressão muito profunda, o que fica oculto porque os economistas falam em ‘crescimento econômico’, mas o crescimento econômico não se manifesta em crescimento industrial, que é o que gera empregos, aumento da produção e tudo mais”, que debilitou a classe operária; o outro fator que o companheiro apresentou para analisar esse imobilismo foram a série de derrotas políticas dos trabalhadores:

“Quando o governo FHC assumiu, ele impôs uma derrota muito séria à classe operária na greve dos petroleiros, isso daí jogou pra baixo o movimento sindical, depois vieram mais demissões, etc. Quando a situação começou a se manifestar como uma situação crítica, a burguesia permitiu que o PT chegasse ao poder – o que também foi um meio de arrefecer a luta de classes, a luta das massas contra o regime político, porque logicamente é uma válvula de escape para a pressão existente. O Lula montou um plano para diminuir o problema da fome, que atingia milhões de pessoas, que exercia uma pressão muito profunda, muito forte na situação política. Fez outras reformas sociais; quer dizer, criou uma série de mecanismos que davam vazão à pressão social através da satisfação imediata de algumas necessidades mais prementes da população. Ele não fez nenhuma reforma verdadeiramente estrutural que mudasse o panorama”.

A entrevista prosseguiu e, mais à frente, foram lidas algumas perguntas dos espectadores que assistiam ao vivo. Foram lidas as perguntas de Paulo Souza, de Juca Simonard e de Antônio Diniz. Após isso, Rui respondeu a primeira pergunta, que versava sobre o tema das centrais sindicais brasileiras, e expôs a seguinte análise:

“As centrais sindicais não estão na mão da esquerda liberal, estão na mão da direita, em sua maioria. A grande exceção é a CUT: que é a única verdadeira central sindical que existe no Brasil. […] A maioria daquelas categorias que nós conhecemos que fazem greve – bancários, metalúrgicos, correios, servidores públicos… – fazem parte da CUT, a CUT foi formada com base nessas lutas. Eu acho que o que nós temos que pensar não é em centrais sindicais, é na CUT. Durante um período aí, um setor falou que nós tínhamos que sair da CUT. Nós discordamos disso daí; é um absurdo, porque, depois de você construir uma central sindical desse tamanho, aí você vai sair? Qual é o sentido disso daí? Começar do zero? Com que base você vai começar do zero? O argumento era que o sindicalismo da CUT era um sindicalismo governista. Nós argumentamos que, qualquer que seja a direção do movimento, o mais importante é o movimento. Direções vêm e vão, você pode fazer uma grande mobilização das bases que derrube as direções. O importante é ter uma central sindical que agrupe efetivamente as centrais sindicais do País, e esta é a CUT”.

Rui ainda analisou a situação internacional, afirmando que esta está completamente em crise. O companheiro, após dizer que uma crise econômica gera uma crise política e esta, por conseguinte, agrava a crise econômica, exemplificou com a derrota do imperialismo no Afeganistão. A derrota causou grande instabilidade no governo Biden, sendo falado até mesmo que, caso a eleição de 2024 transcorresse hoje, Trump a ganharia. Outro momento de grande instabilidade política é a relação entre EUA e China, causada justamente pelas disputas econômicas, por o imperialismo não aceitar que um país periférico controle setores importantes da economia mundial. A venda de submarinos nucleares à Austrália, territorialmente próxima, representou grande instabilidade e pode explodir em algo muito mais sério.

Para finalizar, tivemos a fala a respeito da comunicação, tratando sobre a importância de uma imprensa operária. Rui citou a frase “A arma da crítica não pode substituir a crítica das armas”, de Marx, para explicar que apenas a força material pode combater a força material. No entanto, ele acrescenta, as ideias se tornam uma força material quando se apoderam das massas. E esse processo só pode ocorrer através da difusão das ideias por meios populares, pela imprensa operária, como o jornal, as revistas, os canais na internet, no cinema, etc. A entrevista completa é imperdível e se encontra no canal supracitado, por meio do link: https://youtu.be/2aQhGHZKR8s.

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