Daniel Ortega foi reeleito presidente da Nicarágua. O imperialismo não aceitou.
Os EUA e seus sócios utilizam desculpas como a prisão de opositores para atacar Ortega como um ditador. Escondem o fato de os sandinistas terem o apoio da maioria da população nicaraguense, devido ao seu enraizamento nas massas populares e suas políticas reformistas, apesar de extremamente conciliadoras.
Se Ortega tratasse a oposição golpista, financiada pelos EUA, como, por exemplo, o PT tratou os tucanos, certamente já teria havido um golpe na Nicarágua e possivelmente Ortega estaria na cadeia e a Frente Sandinista teria sido ilegalizada. A economia do país teria sido completamente privatizada e a Nicarágua teria voltado a ser uma colônia de Washington. É preciso defender a soberania do país centro-americano e a autodeterminação de seu povo.
Esse é o papel de toda a esquerda e de qualquer um que se diz progressista e revolucionário. Infelizmente, setores da esquerda brasileira, com rabo preso com a burguesia e o imperialismo ─ como o youtuber e treteiro de Twitter Jones Manoel ─ recusam-se publicamente a defender o país do imperialismo, fazendo, na prática, frente com a burguesia contra toda a nação nicaraguense.
Ao mesmo tempo em que o imperialismo se intromete na Nicarágua, também tenta um golpe em Cuba. No dia 15 de novembro, os agentes americanos na ilha procuram realizar um protesto golpista, pedindo a intervenção no país. Repudiando e condenando o golpe, o Bloco Vermelho (composto pelo PCO e os setores mais combativos da esquerda), publicou uma moção de apoio à Revolução Cubana, na qual também informa sobre a realização de um ato no Brasil contra o golpe em Cuba e em defesa do Estado Operário.
Essa moção é um dos produtos da Plenária Nacional Fora Bolsonaro – Lula Presidente, realizada no último final de semana em São Paulo. Dentre as resoluções do evento, seus representantes também se comprometeram em estabelecer um programa e uma agenda de lutas e organização popular para o final deste ano e todo o ano de 2022, por Lula Presidente e um governo dos trabalhadores.
Até porque os ataques a Lula por parte da burguesia não cessam. Uma das estratégias da direita é sabotar sua candidatura “por dentro”. Para isso, a imprensa golpista inventa histórias de que Lula estaria se aliando aos piores inimigos do povo, como Geraldo Alckmin (PSDB), a fim de desmoralizar sua candidatura, tirar parte de seus votos, e facilitar a vitória da terceira via ou mesmo de Bolsonaro.
Faz isso porque sabe que não depende de suas próprias forças, uma vez que a própria burguesia está dividida. Sintoma disso é a crise interna no PSDB expressa na briga entre BolsoDoria e BolsoLeite nas primárias presidenciais do partido.
Outra estratégia é impulsionar uma frente ampla que tem como principal inimigo não Bolsonaro, mas sim o próprio Lula. Até porque, os integrantes dessa frente têm a mesma política, ou uma política ainda mais agressiva contra os trabalhadores, do que o próprio Bolsonaro. Isso ficou evidente com a aprovação do roubo da aposentadoria pela Câmara Municipal de São Paulo, onde os partidos que fingem ser contra Bolsonaro e integram a falida frente ampla (tais como PSB, PV, Solidariedade, Cidadania e o próprio PSDB) se uniram aos bolsonaristas contra os servidores municipais. Além disso, mostraram que mesmo no quesito repressão não deixam nada a desejar aos fascistas, mandando a polícia esmagar os manifestantes que protestavam contra a votação.
A nível nacional, essa frente ampla também está comendo nas mãos de Bolsonaro. Os deputados do centrão se venderam novamente ao governo no segundo turno da votação da PEC dos Precatórios na Câmara. Enquanto fingem estar combatendo o fascismo, na verdade fortalecem Bolsonaro. Assim, o governo vai aparelhando o sistema judiciário, abrindo caminho para um possível controle até mesmo eleitoral em 2022, pois, dominando as cortes, poderá impedir “pela lei” adversários como Lula de concorrerem.
Citamos Jones Manoel acima. Ele é um representante da esquerda identitária, embora se diga marxista. Essa esquerda, confundindo os trabalhadores, faz o jogo da direita e atrapalha a luta contra o golpe. Um de seus líderes é Guilherme Boulos, financiado indiretamente pelo NED (agência do governo dos EUA para “mudanças de regime”), como mostramos em duas reportagens.
Para fugir das denúncias e críticas do PCO, defensores de Boulos acusam, através de “argumentos” identitários, de “racismo”, por exemplo. Foi o que fizeram Kiko Nogueira e Pedro Zambarda, após entrevista chapa-branca com Boulos no DCM. Mas por que o PCO seria racista? Ora, porque critica Jones Manoel, que é negro… Algo simplesmente risível!
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