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Teoria

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Curso começou com uma exposição a respeito do ser-humano e seu desenvolvimento como ser social.

A Universidade Marxista começou na última terça-feira (13) com a primeira aula do curso ministrada pelo presidente do PCO, Rui Costa Pimenta. O curso “Democracia, Revolução e Socialismo” tem a previsão de um total de 10 aulas, com 3h de duração cada, toda terça e quinta das 18h30 às 21h30.

O tema foi escolhido para o curso por ter relevância atual, primeiramente, por ser muito controverso no meio da esquerda pequeno-burguesa que defende uma “democracia” em abstrato, segundo, porque a palavra “democracia” carrega vários significados que muitas pessoas não compreendem, terceiro, mas não somente, porque os direitos democráticos são vistos por grande parte da esquerda atual como algo diverso do socialismo.

Perguntas como: o que é a democracia burguesa? Como pode haver democracia se os comunistas buscam a ditadura do proletariado? O que significa uma revolução democrática? Entre outras tantas serão respondidas ao longo das 30 horas previstas de curso ministrado integralmente pelo companheiro Rui Costa Pimenta.

A primeira aula do curso está disponível e liberada a todos no site: https://universidademarxista.pco.org.br/.

A primeira aula começou com um esclarecimento de que se trata de um curso teórico, diferentemente do curso sobre o Stalinismo, que foi histórico e percorreu os diversos acontecimentos desde a pré-revolução até a queda de Stalin e os Processos de Moscou. Sendo um curso teórico, é necessário que os acontecimentos que deram origem à teoria sejam claros e de conhecimento de todos, portanto, a metodologia prevê que os fatos históricos sejam, pelo menos, resumidos para que os inscritos compreendam como se desenvolveu aquela determinada ideia.

O prefácio do livro Crítica da Economia Política publicado em 1859 por Karl Marx foi exposto e detalhado por Rui. O livro é um primeiro trabalho, sendo considerado pelo próprio Marx insuficiente para explicar toda a teoria, que viria a culminar na grande obra O Capital.

A crítica desenvolvida por Marx da filosofia do direito de Hegel teve o objetivo de modificar o sentido dessa teoria para explicita-la do ponto de vista concreto e prático, ou seja, marxista. Marx diz que as relações jurídicas caracterizadas como formas de Estado não podem ser compreendidas a partir de si mesmas ou pelo chamado “desenvolvimento geral do espírito humano”, mas nas relações materiais da vida. Portanto, os homens não escolhem sua posição na sociedade, mas são escolhidas para participarem de determinadas relações pela necessidade social imposta de acordo com o desenvolvimento das forças produtivas materiais em determinado momento.

O ser-humano como ser social e não individual foi tema de grande parte da primeira aula. Há animais que atuam individualmente na natureza, porém, o ser humano, “a partir do momento em que ele passa a controlar o ambiente em torno dele, ele só pode existir enquanto um determinado agrupamento, enquanto sociedade, ele não consegue sobreviver individualmente, ele é [um animal] muito fraco para sobreviver individualmente. Então, a existência do ser-humano está relacionada com essa conduta de relacionamento social entre vários seres-humanos”.

Algo que foi explicado é que, quando se trata do ser-humano, “nós não podemos de fato considerar que o fator ativo é o ser-humano individual, porque na verdade a realidade que permite a existência do ser-humano é a sua qualidade social, que é uma coisa que vem se intensificando desde o começo da existência da humanidade. Naquela época já era assim, mas hoje em dia é muito mais acentuado isso. Hoje em dia não dá para pensar na vida do ser-humano moderno sem levar em consideração que essa vida é o resultado do relacionamento reciproco, não de meia dúzia de pessoas, mas de milhões de pessoas. Você vive numa cidade, pro exemplo, em que você necessita da energia elétrica. É só para para pensar quantas pessoas são necessárias para fazer com que essa luz nesta sala acenda. É uma quantidade muito grande de pessoas. Sem essa quantidade de pessoas e sem o relacionamento entre essas pessoas, essa luza não acenderia nunca. Não é um fenômeno individual. Quase tudo que a gente faz se enquadra nesse mesmo critério”, explicou o companheiro Rui.

“Muita gente ignora o fato de que o conhecimento do ser-humano, que muita gente acredita que é um fenômeno individual – a sociedade capitalista ressalta ‘fulano é um gênio’ –, o conhecimento do ser-humano em primeiro lugar ele surge, ele pode se desenvolver porque o ser-humano nasce dentro de um meio natural com determinadas necessidades que precisam ser satisfeitas: a necessidade de se alimentar, de se proteger do frio, de se defender de determinadas situações e assim por diante. Se ele não tivesse nenhuma dessas necessidades ele não teria nenhum tipo de conhecimento e não teria nenhum tipo de evolução. Quer dizer, a evolução do ser-humano surge da maneira peculiar com o que o ser-humano resolve, soluciona, satisfaz essas necessidades naturais. Então, por exemplo, para comer ele vai evoluindo nas técnicas de domínio da natureza até chegar na agricultura. Ele chegou na agricultura porque alguém teve um lampejo e falou ‘vamos fazer a agricultura’? Não, ele chegou na agricultura porque ele precisava comer e a maneira como ele se alimentava era uma maneira muito precária. Ele chegou na criação de animais porque ele precisava comer e precisava da pele dos animais para se vestir, etc”, afirmou Rui.

O problema do eco-marxismo e do eco-socialismo também foi abordado. O ser-humano ou controla a natureza ou desaparece do planeta, coisa que essas pessoas “eco” não compreendem. A característica principal do ser-humano é o de atuar sobre a natureza, controlar os meios naturais para sobreviver e evoluir. Ao parar de fazer isso, a tendência é que o ser-humano desapareça.

A questão da inteligência artificial também foi perguntada. Para Rui Costa Pimenta, não há possibilidade de um robô possuir as mesmas características humanas, a não ser no caso de que, ao invés de se criar um robô, se criasse um novo ser-humano.

A substituição dos seres-humanos por robôs foi assunto e Rui analisou como algo que acontece desde sempre. A cada máquina inventada o ser-humano foi substituído por ela. Desde o primeiro machado, os indivíduos passaram a ser alocados em outras tarefas devido ao tempo economizado pela nova invenção.

“Essa substituição é própria da natureza social e produtiva do ser-humano. Muita gente olha e fala ‘nossa”‘. Inevitavelmente, vai chegar o dia em que o ser-humano vai ter  o controle da tecnologia, que é um aspecto, mas, principalmente, vai ter o controle do funcionamento social e vai substituir todo o trabalho pesado por máquinas. Isso é perfeitamente possível e é algo que estamos vendo ao vivo que é quase uma primeira exibição do que será o socialismo”, disse Rui.

A teoria da evolução das espécies também fez parte do primeiro dia de aula e serviu para explicar a evolução do animal especial ser-humano.

A barreira do capitalismo no desenvolvimento humano, obrigando pessoas a realizarem trabalhos pesados e insalubres também foi outro tema abordado na primeira exposição do curso. Trabalhos têxteis, por exemplo, em que máquinas expelem no ar partículas nocivas ao corpo humano são fartamente encontrados em locais muito pobres. Lugares em que haveria total possibilidade de se automatizar com máquinas toda a produção, porém o capitalismo não deixa visto ser mais lucrativo para o sistema a morte de trabalhadores oprimidos.

Esses e outros temas foram discutidos na primeira exposição que se encontra aberta a todos na página da Universidade Marxista.

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