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Política dirigida

A farsa da vacinação: nem pobres, nem negros são vacinados

A política genocida do governo é dirigida para fazer com que as consequências da crise recaiam principalmente sobre os negros e pobres

A imprensa capitalista alardeia que, na última terça-feira (17), o país teria ultrapassado a marca de 39 milhões de pessoas vacinadas, o que corresponde a pouco mais de 18% da população. Porém, a marca, nada animadora ante a tragédia, 437 mil mortos e mais de 15 milhões de infectados, estampada no título das matérias da imprensa burguesa em tom alvissareiro, não corresponde à verdade. Ao ler as matérias que anunciam a boa nova descobrimos que se trata dos vacinados com a primeira dose das vacinas correntes do país, os supostamente imunizados (há quem diga que duas doses não será suficientemente seguro), os que receberam as duas doses são, na realidade, 19. 423.560 pessoas, ou 9, 17% da população.

O resultado da vacinação no Brasil é pífio, nesse ritmo, menos de 10% em quatro meses, o início da vacinação foi em 17 de janeiro de 2021, chegaremos a 50% de imunização da população total em outubro de 2022. Essa vacinação é um verdadeiro crime que o Estado brasileiro comete contra nacional, estendendo o massacre da população por um longo período, sem fazer absolutamente nada para conter o massacre, mesmo tendo as condições (compra em massa de vacinas disponíveis, como a Sputnik, quebra das patentes e produção em massa, etc.).

Esse número dado em absoluto esconde ainda uma outro crime, a absurda desigualdade racial e socioeconômica da vacinação. Embora o governo tenha desobrigado a coleta de dados étnico-raciais e socioeconômicos a cerca de um ano, estudos revelaram a proporção de vacinação entre brancos e negros.

Uma reportagem da Agência Pública deu conta de que 3,2 milhões de pessoas que se declararam brancas durante a vacinação recebeu a primeira dose, já entre os negros, 1,2 milhões. Devido a manobra do governo para impedir a coleta de dados, os números precisos ainda são desconhecidos.

No entanto, tomamos o caso de Goiânia, capital do estado de Goiás. Segundo dados fornecidos pelo SUS e pelo IBGE, coletados pelo Pindorama, até 25 de março, 2% da população do bairro Parque Bom Jesus, periferia da cidade, com 70 % dos moradores que se autodeclaram negros, tinha sido vacinados com a primeira dose, já no bairro Marista, no centro da cidade, em que 20% da população se declara preta ou parda, 13% tinham sido vacinados.

Evidencia-se aí a diferenciação racial e social, os negros e os pobres estão sendo colocados deliberadamente no final da fila da vacinação pelo Estado. Não há motivo para considerar o que ocorreu em Goiânia uma exceção, pelo contrário, talvez, seja esse mesmo o motivo de o governo se esmerar para que os dados étnico-raciais e socioeconômicos sejam desprezados durante a vacinação.

A situação fica ainda mais dramática, considerando que estudos mostram que justamente negros e pobres são mais propensos consequências graves da doença e de mortes. Um estudo do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde, da PUC-Rio, em uma pesquisa com 30 mil casos graves, considerando diferenças como étnico-racial e socioeconômica avaliou-se que a proporções de mortes era maior entre os negros, 55% dos avaliados morreram, já entre os brancos o índice caiu para 38%.

A pesquisa mostrou ainda que um preto ou pardo analfabeto tem 76% de chances, avaliando casos graves, de morrer, enquanto que um branco com ensino superior, avaliando casos graves, esse índice cai para 19,6%. Uma diferença assombrosa.

Também uma pesquisa do Instituto Polis, mostrou que a taxa de óbitos por covid-19 entre negros na cidade de São Paulo foi de 172/100 mil habitantes, enquanto para brancos foi de 115 óbitos/100 mil habitantes. A política genocida do governo é efetivamente dirigida contra a população negra e pobre, são esses que pagam com suas vidas pela crise sanitária e também econômica.

Um estudo publicado no Jornal Britânico de Medicina (BMJ, sigla em Inglês) aponta que os setores socialmente desfavorecidos, ou seja os setores oprimidos, caso dos negros, pobres, operários e ainda outros setores no brasil, são mais vulneráveis a internação e mortes por Covid-19, isso por uma maior incidência de morbidades, devido a baixa qualidade de vida em comparação com outros setores sociais, também correm mais risco de infecção devido a maior exposição, ou seja, a maioria não pode se isolar ou fazer home office.

Se depender dos governos ainda muitos negros e pobres perecerão vitimas da COVID-19, podemos mesmo considerar que a vacinação caminhará cada vez mais lentamente, quanto mais elementos da burguesia e da classe media, majoritariamente brancas, forem vacinadas, mais o Estado perderá o interesse que já não é muito em dispor de vacinas.

É preciso denunciar veementemente a política genocida, racista e burguesa dos governos, mas mais que isso, é preciso lutar pela vacinação em massa, pela quebra das patentes, por auxílio emergencial, dentre outras demandas urgentes. Somente a mobilização das massas por pode levar a bom termo essa demandas, por fora Bolsonaro e todos os golpistas, somente a força dos próprios negros, pobres, trabalhadores e todos os oprimidos pode levar a vitória contra o genocídio, a opressão social e racial e o racismo que se expressa violentamente na política do governo para a COVID-19.

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