Com a participação da direita nos atos do dia 2 de outubro, a esquerda volta a insistir no erro em convidar os golpistas para a manifestação. Os atos do dia 12 deveriam ter encerrado de uma vez por todas esse debate. Não levaram ninguém, mesmo tendo mais de um mês para organizar e com o esforço coletivo de dezenas de organizações da direita, e até da esquerda: Cidadania, PDT, PCdoB, PSDB, Cidadania, MBL, Vem para a Rua, Novo, Força Sindical, Nova Central Sindical Trabalhadores (NCST), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB/PCdoB), além de toda a propaganda e o apoio da imprensa burguesa. A soma de todas essas organizações e os esforços da imprensa burguesa não foram suficientes para levar mais do que umas centenas de manifestantes às ruas. Além do fracasso, os atos foram marcados pela campanha anti-esquerda, sobretudo anti-Lula e anti-PT.
Porque convidar uma força falida, que ataca a esquerda violentamente, responsável pelo impeachment de Dilma e eleição de Bolsonaro? É uma política de desespero eleitoral de pessoas cegas pela incompetência e pelo medo de perderem assentos em Brasília. Os partidos que convidaram para as manifestações além de não agruparem ninguém são inimigos da esquerda e nem sequer disfarçam.
O dia 3 de julho e a campanha que vinham sendo anteriormente para expulsar a direita dos atos foram cruciais para barrar a frente ampla com Doria. Foi graças a isso que o ato do dia 12 foi marcado. Separamos o quem quer realmente quer derrotar Bolsonaro de quem apenas quer sair por cima nas próximas eleições.
Agora, com o fracasso do ia 12 a direita está pressionando novamente os setores direitistas e os setores vacilantes a formarem uma frente ampla. Sozinha a direita não tem base social, precisa estar nos atos da esquerda para parecer que tem algum apoio. Não podemos deixar isso acontecer.
Precisamos denunciar energicamente as intenções da direita e de seus aliados dentro do movimento se queremos impedir que acabem com a mobilização.
Enquanto a extrema-direita está se fortalecendo, Bolsonaro mobiliza sua base para as próximas eleições, trava uma luta aguerrida contra as arbitrariedades que o prejudicam, sem medo de fazer oposição ao STF. A esquerda pequeno-burguesa coloca-se completamente a reboque da burguesia e das instituições golpistas, mesmo tendo sob sua direção uma base radicalizada com um potencial maior do que a da extrema-direita. A 3ª quer essa base para poder se eleger no lugar de Lula e Bolsonaro ano que vem. Dando para a esquerda, se muito, um pequeno apoio para eleger um ou dois na câmara dos deputados. Temos a faca e o queijo na não, não podemos trocar por migalhas.
