Kiev, Prensa Latina:
Só que desta vez, consideram analistas, enfrentam um governo que chegou ao poder depois de manifestações violentas e um golpe de Estado com apoio de paramilitares neofascistas, que mantêm sua pressão sobre a sociedade ucraniana.
Por isso, ainda que baixem os salários, aumentem as tarifas do gás e outros serviços à população, assim como cresce a corrupção, ninguém espera aqui uma repetição das ações violentas de 2014 que tiveram direto respaldo de políticos e países ocidentais.
De acordo com uma pesquisa da empresa independente Sociopolis, 86,9 por cento dos entrevistados assinalou que os que estão agora no governo só trabalham em seu benefício e defendem seus próprios interesses.
Muitos recordam que o presidente ucraniano Piotro Poroshenko, ao assumir o poder em maio de 2014, prometeu sair de todos os seus negócios, inclusive de seu empório chocolateiro, embora na realidade tenha ocorrido tudo ao contrário, e durante seu governo obteve milhões de dólares adicionais.
Somente 4,8 por cento dos entrevistados considera que o Governo trabalha para o povo e defende seus interesses.
Cerca de 57 por cento dos consultados estima que o principal problema na Ucrânia é o conflito na zona hulhífera de Donbass, que inclui as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk.
Um segundo problema para os ucranianos é a corrupção (31,1 por cento) e um terceiro as altas tarifas dos serviços públicos (26,4 pontos) e em quarto o desemprego (25,1).
As eleições presidenciais ucranianas estão previstas para março do próximo ano. As pesquisas situam a ex-primeira ministra Yulia Timoshenko à frente da popularidade de possíveis candidatos, com 21 por cento, enquanto Poroshenko ocupa a quarta posição, com 10.