No domingo 24 de janeiro, próximo à ilha Kalimantan, a Indonésia anunciou que sua guarda costeira apreendeu petroleiros do Irã e do Panamá por suspeita de transferência ilegal de petróleo.
Segundo o porta-voz da guarda costeira da Indonésia, Wisnu Pramandita, “Os petroleiros, detectados pela primeira vez às 5h30, horário local [19h30 de 23 de janeiro no horário de Brasília], esconderam suas identidades, não mostrando suas bandeiras nacionais, desligando os sistemas de identificação automática e não respondendo a uma chamada de rádio”.
Wisnu afirmou ainda que o navio MT Horse, de bandeira iraninana, estava transferindo petróleo para o navio MT Freya, pananmenho, ocorrendo inclusive um derramamento de óleo. Foram detidos na apreensão um total de 61 tripulantes. Os petroleiros passarão por investigações no arquipélago de Riau.
Por meio de seu porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Saeed Khatibzadeh, o Irã já solicitou detalhes sobre o caso, pois segundo o porta-voz “há vários relatos sobre essa apreensão”.
Os petroleiros, cada um com capacidade de transportar 2 milhões de barris de petróleo, estavam com seus tranponders e identidicadores desligados. A organização Marítima Internacional exige que se usem esses aparelhos para dar uma maior “segurança e transparência nas viagens”, em outras palavras, para controlar toda a atividade marítima.
As tripulações podem desligar os dispositivos se houver perigo de pirataria, mas os transponders são frequentemente desligados para ocultar a localização de um navio.
No ano passado, esse navio MT Horse enviou à Venezuela 2,1 milhões de barris de petróleo condensado. Por conta disso, o Irã vem sofrendo seguidas sanções dos EUA para zerar suas exportações. Em 2018, o ex-presidente Donald Trump as intensificou, quando retirou Washington do acordo nuclear com o país, além de impor várias sanções para acabar com as exportações de petróleo do Irã. Ou seja, trata-se de um ataque dos EUA ao Irã e à Venezuela, 2 países atrasados que tem um papel destacado no setor do petróleo.
O imperialismo dos aliados dos Estados Unidos, através da Indonésia, intensifica suas ações contra o Irã, que é o segundo maior produtor de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), possuindo ainda 10% da reserva mundial desse fóssil e a segunda em gás natural, sendo esse um dos motivos para as corriqueiras ações imperialistas dos americanos e seus aliados, cuja demagogia e falsas acusações serão mais frequentes em época de crise econômica e política como a atual.