A Organização Mundial de Saúde (OMS) noticia que os números de mortes pela covid-19 foram subnotificados em todo o planeta. O órgão imperialista fez estudos das mortes por covid ou associadas a ela, nos anos de 2020 e 2021, e chegaram à conclusão que de fato foram o triplo do que realmente notificado pelos órgãos oficiais dos países.
Os números oficiais apuraram 5,4 milhões de vítimas por covid, e esse novo estudo chegou a 14,9 milhões. Os dados levaram em consideração os números que eram esperados acontecer caso não houvesse a proliferação intensa de casos e foram comparados com os efetivos casos comprovados.
No Brasil, os números oficiais informados foram 619.109 vítimas e os resultados do estudo indicam que ocorreram 681.267, portanto ficaram faltando 60 mil casos, menos de 10%. Precisamos descobrir qual a mágica aplicada, onde no planeta foram encontrados o triplo de casos superiores ao informado e aqui, sem cuidados, sem prevenção, sem testes, sem hospitais, sem oxigênio, sem nada, apenas 9% de diferença.
Os EUA foram o país campeão em número de mortes e o Brasil o segundo colocado, um país que é o mais rico e desenvolvido do planeta e outro que é um país de desenvolvimento atrasado, muito importante no mundo, mas é capitaneado pelo primeiro. Países ricos e pobres tiveram resultados muito parecidos devido a que a política foi a mesma, salvar a economia deixando a população condenada à morte.
Especialistas dizem que o número pode ser ainda maior, pois houve situação onde os corpos ficaram espalhados pelas ruas, outros enterrados ou cremados rapidamente. Houve mortes por falta de atendimento médico para outras doenças como câncer, falta de oxigênio, medicamentos etc.
Dessa forma, o número de vítimas pode ser ainda maior tanto diretamente pelo contágio, como indiretamente onde por superlotação dos sistemas de saúde deixou-se de atender outras doenças, exames etc, pela falta de medicamentos, tratamentos que tenham levado à morte das pessoas nessa condição.
No país campeão de vítimas por covid, os EUA, tiveram como uma das consequências a geração de 200.000 crianças órfãs, com até 18 anos. Muitas perderam os dois cuidadores de uma só vez.
Essas crianças estão sem a atenção por parte do governo de Washington, que se gaba por ser “democrático, defensor dos direitos humanos” e não foi capaz de combater a pandemia em seu território, onde além das 200.000 crianças órfãs, teve quase 1.000.000 de mortes por covid.
Isso por falta de políticas públicas, planejamento e preparo para encarar a pandemia. Washington, assim, se ocupou de fazer o melhor para salvar a economia com os trilhões de dólares aplicados em Wall Street, para os poderosos capitalistas, e deixando a maioria da população trabalhadora no silêncio do anonimato, sem voz na sociedade, sem recursos, como as vítimas da maior tragédia da “superpotência”.
Nos EUA e no resto do planeta foram aplicadas a mesma política, salvo algumas exceções como Cuba, Rússia, Venezuela, por exemplo. Uma política que é a lógica mais natural do capitalismo, salvar o mercado de ações e proteger a economia, ao invés de cuidar das vidas humanas
Essa tragédia das superpotências, condenando à morte a população com menos recursos, idosos e doentes, de origem latina, enfim a população trabalhadora em todo o planeta, terá como consequência não o salvamento do capitalismo, visto que historicamente encontra-se na UTI, mas gerar a revolta na classe mais numerosa do planeta, os trabalhadores.
Acelera-se assim o próprio fim do sistema mais perverso que a humanidade já criou, o capitalismo, com as revoltas crescentes já observadas no planeta, podendo se converter num processo revolucionário de caráter global, aproximando-nos de um governo operário mundial.
Terminamos com uma colocação de Bharat Pankhania, especialista na Inglaterra que diz que é vergonhoso um número tão grande de mortes comparadas com os avanços da medicina. Podemos concluir que o colapso da vida das famílias vítimas da pandemia acelera o colapso do próprio sistema de produção global, agora fomentado pela expansão do conflito entre Rússia e o imperialismo mundial.
Para salvar a economia e fazer guerra não falta dinheiro, mas para cuidar da população sim, não tem nunca. Precisamos acelerar o processo de esgotamento do capitalismo, só assim a humanidade terá chance de sobreviver enquanto espécie.
