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Ataque à Nicarágua

Pedro Castillo junta-se a Biden pelos golpes na América Latina

O alinhamento com o imperialismo golpista mostra que o presidente peruano tem características de farsa traidora tipo Lenín Moreno no Equador

castillo

Por falta de análise politica histórica e conjuntural, a esquerda brasileira comemorou a vitória de Pedro Castillo no Peru, em 10 de junho deste ano. O presidente que se declarava marxista durante sua campanha eleitoral, venceu a filha do ex-ditador do Peru Alberto Fujimori, Keiko Fujimori. A disputa foi bastante acirrada, a burguesia estava dividida, a crise no país era e ainda é muito intensa. O apoio popular que recebeu, foi baseado no fato de ele ser supostamente um radical de esquerda.

Apesar de se mostrar como candidato oficial da esquerda, o histórico de Castillo e suas declarações em campanha, sempre levantava duvida sobre sua atuação politica pós eleição. Membro de uma organização chamada Rondeiros – um grupo paramilitar reacionário chamado Ronda – que perseguia e combatia o Sandeiro Luminoso, que era um grupo de guerrilhas campesinas no Peru, que ganhou muito destaque durante a ditadura militar de tal país, Castillo também se colocava contra o aborto e se declarava conservador.

Não deu outra, assim que assumiu a presidência, rachou com seu partido, Peru Libre, abandonou completamente o programa que foi eleito prometendo defender, rompeu com as lideranças de seu partido e começou a distribuir cargos no governo para a direita. Situação muito parecida com Lenín Moreno, no Equador, que traiu seus eleitores e até mesmo Rafael Corrêa – líder popular equatoriano – que apoiou Moreno durante a campanha eleitoral e que inclusive hoje se encontra exilado na Bélgica.

Diante da crise e a polarização politica no Peru, a burguesia fez o que a esquerda não costuma fazer, analisou a conjuntura e optou por Pedro Castillo, pois vislumbrava que sua vitória acalmaria as massas populares e por outro lado poderiam controlar o suposto marxista. E foi o que aconteceu, a burguesia elegeu Castillo e na sequencia articulou para que ele traísse o povo e seu próprio partido. E agora se encontra rodeado de banqueiros e capitalistas na Casa de Pizzaro na capital do Peru.

No dia 6 de outubro, a guinada a direita em direção ao imperialismo ficou bastante clara. Guido Bellido renunciou à presidência do Conselho de Ministros – a pessoa mais a esquerda do Peru Libre – e Pedro Castillo anunciou um novo gabinete ministerial. Todos aqueles que a imprensa burguesa considerava “radicais” foram substituídos por empresários e representantes do capital considerados “moderados”. Neste momento não há no governo nenhum membro do Peru Libre, com a exceção da deputada, Betssy Chávez, que por ser contra uma nova assembléia constituinte, foi considerada traidora.

Já no segundo turno das eleições, Castillo, já apresentava sua face direitista. Nomeou  Pedro Francke, primeiro como assessor de campanha e depois como ministro da Economia. Francke é aquele homem da burguesia, que garante aos capitalistas nacionais e internacionais, que o governo não vai sair do controle. Suas declarações são aqueles clichês que a direita adora escutar, tipo, “não vamos interferir no livre mercado”, “politica fiscal e monetária responsável”, “proteção total a propriedade privada”.

Retirando de vez sua máscara e mostrando seu alinhamento direto com o imperialismo norte americano, Castillo resolveu dar pitaco sobre as eleições na Nicarágua que aconteceram no último domingo (7), onde Daniel Ortega da Frente Nacional Sandinista, venceu o pleito com 75% dos votos e foi eleito para o seu 4º mandato.

Peru acompanhou com preocupação os acontecimentos anteriores às eleições presidenciais e parlamentares ocorridas no domingo, 7 de novembro na Nicarágua, que não atendem aos critérios mínimos para eleições livres, justas e transparentes estabelecidas pela Carta Democrática Inter -Americano, viola a sua credibilidade, a democracia e o Estado de direito e merece a rejeição da comunidade internacional. Aponta o comunicado oficial do Ministério das Relações Exteriores do Peru.

Resultado esse, que foi celebrado e parabenizado por presidentes progressistas da América Latina como por exemplo, Nicolás Maduro da Venezuela que caracterizou como “histórica” a vitória e Miguel Díaz-Canel de Cuba que ressaltou, “uma demonstração de soberania e civilidade diante de cruel campanha midiática”.

A nota do governo peruano ainda afirma que o Peru apoia as resoluções da Organização dos Estados Americanos, OEA. Instituição essa responsável por participar de vários golpes de Estado e desestabilizar governos de esquerda em todo continente, como vimos em 2019 com o golpe na Bolívia. “(…) O Peru continuará trabalhando no Conselho Permanente da OEA, integrado pela Nicarágua e os países do continente, a fim de preservar o direito do povo nicaraguense de realizar eleições livres, justas e transparentes”.

Em relação as eleições na Nicarágua, o imprensa golpista internacional já está em ação. O presidente norte americano Joe Biden disse que a votação no país caribenho, não foi “nem livre nem justa e menos ainda democrática” e já ameaçou de atacar com sanções. Perceba que Castillo faz coro com o imperialismo estadunidense, sobre a vitória do líder sandinista Ortega. E é óbvio que sob acusações de que Ortega é um ditador, de que as eleições foram fraudadas, a ofensiva contra o país tende a ser intensa no próximo período e o golpe de Estado é perigo real.

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