Com o início da operação da Rússia na Ucrânia, no dia 24 de fevereiro, o foco da campanha do imperialismo se dirigiu em grande medida a combater a investida russa contra o avanço da OTAN. Enquanto os países imperialistas faziam da Ucrânia sua base para avançar contra a Rússia, o governo de Vladmir Putin reagiu, e em uma ação defensiva entrou na Ucrânia para combater o avanço das tropas da OTAN. Em meio a esta situação a campanha contra a Rússia se tornou o foco da imprensa imperialista, e de suas filiais ao redor do mundo.
Os verdadeiros assassinos
De Putin como o novo Hitler a assassino de crianças, a campanha caluniosa e cínica do imperialismo vem atingindo níveis absurdos: como forma de “combater” a Rússia, por exemplo, proibiram sessões de exibição das músicas de Tchaikovsky, um dos maiores compositores da história, como também proibiram a cantora soprano de ópera russa Anna Netrebko, a maior da atualidade, de cantar no Metropolitan Opera de Nova York, devido ao fato de ela não ter se colocado contra a Rússia. Ameaças de morte, e uma intensa campanha que está sendo denunciada como “russofobia” tomaram conta da propaganda imperialista, e vem sendo seguido a frente pelos principais setores da extrema-direita mundial.
Se na Ucrânia os nazistas levam a frente a campanha contra a Rússia, no Brasil a campanha vai além do setor bolsonarista, na realidade, está sendo levada a frente por um setor dito “democrático” e que na prática vai assumindo as posições de toda a extrema-direita fascista internacional. Com as declarações de Sérgio Moro e da imprensa burguesa, a terceira-via entrou de vez na campanha nazista contra a Rússia.
Não é Bolsonaro, não são os bolsonaristas, mas sim os “democráticos” da burguesia que vem levando a cabo o principal da política fascista no país. O caso na realidade não é uma surpresa, a terceira-via é de fato o setor principal que orquestrou o golpe de 2016 contra Dilma Rousseff, o setor que mantém o regime golpista de pé e que foi o pai do bolsonarismo no país.
É com a terceira-via que o imperialismo tem seus principais aliados no País e que busca reorganizar o movimento golpista internacional, agora contra a Rússia e a China. E é justamente com estes “nazistas democráticos” que a esquerda pequeno-burguesa brasileira se relaciona.
Aliança com nazista pode?
E não poderia ser diferente, como já denunciado neste mesmo Diário, diversos setores da esquerda pequeno-burguesa brasileira estão completamente infiltradas e controladas pelo imperialismo. Sendo financiadas pelas instituições norte-americanas, como o NED, braço direito da CIA, figuras chave deste setor, como Guilherme Boulos e seu partido, o PSOL, levam a frente a mesma campanha orquestrada pela imprensa imperialista.
Hoje, a esquerda pequeno-burguesa, que oscila entre atacar diretamente a Rússia ou afirmar que há “dois imperialismos em luta” nada mais faz do que se juntar a mesma campanha da terceira-via brasileira, que por si só é a campanha dos nazistas ucranianos.
Agora, virou “normal” e “democrático” a perseguição a russos em toda a parte do mundo. A censura de seus órgãos de imprensa, como também de tudo que envolva a cultura de um dos países mais importantes do mundo de forma criminosa, típica da política nazista de “cancelamento” de tudo que é russo.
Este ataque a Rússia é repercutido no interior da esquerda pequeno-burguesa. Políticos do PSOL, PSTU, entre outros, se esforçam para criar uma “teoria” capaz de justificar o por que devemos nos juntar as tropas da OTAN e combater o “mal” representado por Vladmir Putin. Os mesmos foram aqueles que no passado comemoraram o golpe nazista na Ucrânia em 2014, chamados de “revolução” por estes setores. Agora, de maneira criminosa, vemos estes mesmo setores de juntarem ao que há de mais fascista no Brasil: a terceira-via, o braço direito do imperialismo no país, o mesmo que financia os nazistas e estimula a perseguição contra os russos em todo o globo.
Uma esquerda a reboque do nazismo
Assim, acompanhando o que é considerado como a política “bem pensante” da imprensa “democrática” burguesa brasileira, como a Folha de São Paulo, a esquerda pequeno-burguesa entra de cabeça mais uma vez, e de maneira cada vez mais definitiva, na política do imperialismo.
O problema no entanto é, como foi revelado no caso ucraniano, que cada vez mais a aliança com o imperialismo significa a aliança com os verdadeiros nazistas. Nada de Monark ou qualquer figura secundária que a esquerda pequeno-burguesa decidiu crucificar, agora quem está no jogo são os nazistas de verdade, que crucificam pessoas de verdade, em todo o território ucraniano. É com estas pessoas, é com as tropas criminosas da OTAN que a terceira-via, e a seu reboque, a esquerda pequeno-burguesa se juntam em mais uma investida contra a classe operária mundial.