Na última edição do principal programa da COTV, a Análise Política da Semana, o companheiro Rafael Dantas, diretamente do front em Popasnaya, a dois quilômetros das posições ucranianas, relatou que a milícia Popular de Lugansk, com o apoio das forças russas, segue em batalha no sentido de recuperar os 5% do território que ainda estão sob o domínio das forças ucranianas.
Essa reconquista pode, ao que tudo indica, vir nos próximos dias. O que seria mais uma vitória contra o imperialismo representado pela OTAN e os EUA, além do atual estado fascista ucraniano, que tem promovido um genocídio contra as populações da região do Donbass há mais de oito anos. E vale lembrar que é isso mesmo: estado fascista, porque os diversos grupos fascistas ucranianos já há muito se integraram ao governo do país.
Estado fascista
Após o golpe de estado, em 2014, que culminou com a retirada de Ianukóvich e a tomada do poder por Volodymyr Zelensky, o governo ucraniano imediatamente integrou grupos nazistas, que assim como o imperialismo, contribuíram para seu estabelecimento.
Volodymyr Zelensky nunca escondeu a sua estreita ligação com grupos nazistas presentes no país. Prova disso é a foto em que ele posa acompanhado de dois representantes do Batalhão Azov em frente ao Parlamento grego. Dado esse fato, não é de se estranhar que forças de extrema-direita participem diretamente do governo do comediante “antissistema”.
De acordo com o jornal alemão Junge Welt, em um artigo intitulado Nós gostamos de matar, publicado no dia 21 de maio, membros do Batalhão Azov compõem a Guarda Nacional. Podemos observar um Kitsch da morte nos diversos símbolos nazistas presentes nos uniformes das forças armadas. Além disso, os fascistas ucranianos, logo após o golpe, desconsiderando qualquer processo democrático, passaram a exercer seu poder tomando as ruas em inúmeros momentos.
Ainda na matéria, fica claro que a imposição de um regime fascista na Ucrânia se deu também pelo alinhamento ideológico desses grupos com a chamada classe média. O jornal esclarece que liberais nacionalistas estavam colaborando com entidades fascistas, uma vez que ambos os campos dividem um ódio mortal pela Rússia e “uma atitude consistentemente pró-ocidental”.
Sem contar, como ressalta o periódico, na profunda influência que “poderosos atores informais”, leia-se extrema-direita, exercem sobre a política do país em ministérios como o do Interior e o da Defesa apenas para citar alguns setores onde os nazistas se encontram integrados.
É preciso atentar ainda para a total liberdade com a qual os nazistas têm exercido sua brutalidade contra seus opositores, a perseguição contra funcionários públicos, as prisões realizadas de maneira totalmente arbitrária, sem contar os “patrulhamentos” que quase sempre resultam em espancamentos e assassinatos.
Devido à sua ligação com setores do Ministério da Justiça, como Pavlo Petrenko e com o representante da procuradoria geral Yuriy Lutsenko, segundo declarações do jornalista Dmitry Kovalevich, “os neonazistas podem fazer o que quiserem”. Ele afirmou, ainda, ainda que “os grupos paramilitares nazistas gozariam de total impunidade mesmo se roubassem empresários, especialmente se matassem opositores do governo e jornalistas críticos”.
Essa união reafirma o fato de que um golpe de estado, convertido em estado ultrarreacionário, precisa mais do que a brutalidade para se impor. Precisa da colaboração também da burguesia nacional e de representantes das instituições tradicionais burguesas o que é uma verdadeira carta branca para todas as atrocidades perpetradas pelos nazistas na região do Donbass, por exemplo.
Massacre no Donbass e o silêncio da mídia internacional
Durante oito longos anos, forças ucranianas tem cerceado, bombardeado, torturado e assassinado uma população de maioria russa que vive na região localizada ao leste da Ucrania. Acredita-se que mais de 15 mil pessoas já tenham sido mortas por tropas nazistas em Donetsk e Lugansk.
Apesar da confirmação de tamanha atrocidade, instituições como a ONU e a Cruz Vermelha, por exemplo, têm se negado a reconhecer o genocídio que vem ocorrendo na região do Donbass. Essa atitude cínica segue as ordenações do imperialismo, que não só tem empenhados todos os meios e recursos para mascarar os fatos e promover uma verdadeira caça às bruxas contra o povo e a cultura da Rússia, como também tem armado, treinado e financiado grupos nazistas há anos.
Em relação à imprensa golpista e burguesa tanto nacional quanto internacional, não poderíamos esperar o contrário. Basta assistir aos noticiários ou ler os jornais para se deparar com a enxurrada de falsificações promovidas contra o governo russo e sua atitude defensiva, atitude esta apresentada na imprensa burguesa como mais um capricho do suposto senhor da guerra Vladmir Putin e que levaria o mundo ao encontro do desastre total, da aniquilação.
Em relação à falsificação, o importantíssimo 1984, de George Orwell, é brincadeira de criança perto da imprensa imperialista atual. Em resumo, essas são o mais do mesmo da política de destruição e terror perpetrada pelo “Ocidente civilizado”, que vem encobrindo, e não de hoje, a matança promovida pelos nazistas no Donbass.