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COP26

Manobra para pintar o imperialismo de mocinha e a China de vilão

Inimigas do meio ambiente, potências econômicas querem culpar os países pobres pelo desastre ambiental provocado por elas

cop26

O desfecho da Conferência Climática COP26 em Glasgow (Reino Unido), no dia 13 de novembro, deixou mais uma vez claro que o capitalismo, com sua fase derradeira e caquética do imperialismo, está a cada dia destruindo o  meio ambiente, extinguindo empregos, explorando economias nacionais e aumentando a miséria e desigualdade social no planeta. Enquanto esse regime de opressão perdurar, o meio ambiente também estará a caminho da degradação total e as consequências maléficas desses ataques recairão primeiramente para os países mais pobres.

Após as potências mundiais destruírem o meio ambiente por séculos, agora, diante da catástrofe iminente, querem frear o desenvolvimento dos países mais pobres e culpá-los cínica e hipocritamente como responsáveis por não assumir maiores compromissos com a diminuição de gases poluentes.

A COP26 estabeleceu um acordo, assinado por quase 200 países, que prega a eliminação das fontes poluentes de energia. China e Índia pressionaram por mudança e, no último momento, conseguiram aprovar o termo “eliminação” por “diminuição” de emissão de gases, o que no fundo agrada a todos, sobretudo aos países ricos (EUA em primeiro lugar), que são altamente industrializados, responsáveis diretos por esse estágio decadente do planeta na questão da preservação do meio ambiente.

O premiê britânico Boris Johnson, cujo país é um dos maiores poluidores, disse que o acordo é ”divisor de águas”, “sentença de morte” para combustível fóssil, mas no fundo não conseguiu esconder a decepção. Hipócrita e injustamente, culpam China e Índia, dois países em desenvolvimento e historicamente explorados pelas potências imperialistas, por ainda não conseguirem se libertar dessa fonte de energia.

A mudança de última hora no texto final da Conferência foi uma vitória da China e da Índia, extensivo aos demais países em desenvolvimento, apesar do estágio doentio do meio ambiente no contexto atual.

Ambientalistas e analistas viram um certo enfraquecimento no acordo final, nada diferente das análises comuns. Alok Sharma, Presidente da COP26, capacho da burguesia imperialista, teve o cinismo de dizer que China e Índia teriam que prestar contas aos países sujeitos às consequências do aquecimento global, esquecendo de acusar os demais e principais países poluidores, como os Estados Unidos, que 21 anos atrás havia deixado de aprovar o Protocolo de Kyoto, no Japão.

“Vou conclamar todos (os países) a fazerem mais. Mas, com relação a o que aconteceu ontem (sábado), China e Índia terão de se explicar e explicar o que fizeram aos países mais vulneráveis ao clima”, disse Alok Sharma ao programa de Andrew Show, da BBC.

O cinismo e hipocrisia de Boris Johnson também foi explícito:

“Aqueles para quem as mudanças climáticas já são uma questão de vida ou morte, que só podem assistir enquanto suas ilhas se submergem, suas terras agrícolas se convertem em deserto, que têm suas casas destruídas por tempestades, essas pessoas exigiam um alto nível de ambição da conferência. Enquanto muitos de nós estávamos dispostos a isso, o mesmo não valeu para todos”, disse o premiê britânico se referindo à China e Índia.

Na conferência anterior, em Paris, no ano de 2015, a meta era manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC, mas não foi alcançado.

O carvão ainda é uma fonte energética importante para a Índia e a China, sendo esta a maior consumidora mundial do fóssil.

A China reagiu e denunciou a hipocrisia americana e dos demais países imperialistas aliados. Para os chineses, os países desenvolvidos são os maiores responsáveis pela poluição e aquecimento global. Eles se tornaram ricos nesse mesmo processo. Agora vestem uma máscara de defensores do meio ambiente e jogam a responsabilidade naqueles que ainda não podem eliminar a única fonte geradora de energia para as suas indústrias. Os países ricos não estão defendendo a natureza, estão preocupados com a economia. É o capitalismo que fala mais alto.

Os países em desenvolvimento reconhecem que o combustível fóssil (carvão) está perdendo sua licença social para existir, mas é preciso tolerância para essa transição para outras energias renováveis. Não pode ser no tempo dos países imperialistas, cujo objetivo nunca foi preservar o meio ambiente, mas alavancar suas indústrias e dominar a economia mundial.

É preciso denunciar a manobra da burguesia mundial na sua defesa nefasta dos Estados Unidos e demais potências imperialistas.

Enquanto o mundo seguir esse modelo capitalista de exploração humana e do meio ambiente, essas conferências serão inócuas, pois nessa corrida desenfreada pela industrialização e dominação das economias nacionais o meio ambiente não será preservado. A economia capitalista não para, concentra riqueza, acaba com o emprego, cria apenas subemprego e exploração das economias nacionais. Querer que os países em desenvolvimento que estão inseridos nesse processo paguem a conta pela degradação ambiental é mais um ataque imperialista aos países pobres.

Abaixo toda a hipocrisia do imperialismo com o meio ambiente, que sempre foi um alvo do capitalismo.

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