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Polarização econômica

Crise social: classe média entra em extinção nos EUA

Diversos estados americanos registram diferença aguda entre ricos e pobres e uma consequente diminuição na classe média

O período entre o fim da Segunda Guerra Mundial e a crise terminal do capitalismo, da qual nunca saímos, dos anos 70, foi marcado pelo estado de bem-estar social no países imperialistas. Através de políticas que garantiam uma boa qualidade de vida para a população, foi possível estabelecer uma espécie de paz social marcada pela predominância das classes médias que servem de sustentáculo para o regime capitalista.

Este período está definitivamente encerrado, uma evidência clara sendo a sua dissolução nos países imperialistas e o crescimento de uma polarização econômica que divide a sociedade entre aqueles que têm tudo e aqueles que mal têm o suficiente para sobreviver.

Em reportagem publicada nesta quarta-feira (6) no jornal New York Times com o título de The Shrinking of the Middle Class (O Encolhimento da Classe Média), muitos dos dados referentes ao tópico foram expostos. A reportagem começa trazendo o já conhecido fenômeno da “gentrificação” que, em linguagem bem direta, procura descrever a simultânea elitização de bairros e cidades e a expulsão de seus habitantes originais, que já não são mais capazes de arcar com os custos de ali morar e são, portanto, empurrados às periferias.

O resultado é evidente: formam-se bolhas de riqueza e bolhas de pobreza. A população operária é empurrada a uma situação de ainda maior degradação em bairros onde a infraestrutura é insuficiente, o emprego muito distante, as escolas péssimas etc. Este fenômeno não explica, no entanto, o desaparecimento das classes médias. É, na verdade, uma consequência dele, da contínua piora das condições de vida da população no países imperialistas.

Além disto, observamos um grande aumento no preço dos imóveis, muito acima daquilo que seria previsto pela inflação, fruto da especulação: fundos de investimentos compram cada vez mais imóveis com o intuito de usá-los como fonte de renda. Com isto, os preços sobem e se tornam cada vez mais inacessíveis ao grosso da população.

O fenômeno é global, até mesmo em paraísos da esquerda pequeno-burguesa como a Nova Zelândia e a Suécia. A situação é naturalmente pior em muitos países atrasados, tal qual o Brasil, onde o sonho da casa própria se tornou nada além de um sonho para a maior parte da população. Afinal, nos grande centros urbanos, o aluguel custa em média mais do que o salário mínimo.

Tratemos dos dados presentes no artigo do NYT. O percentual de famílias vivendo em bairros de “classe média” – bairros que não passaram pelo crivo ou de profunda elitização, ou de profunda precarização – em 25 dos maiores centros urbanos norte-americanos em 2020, foi comparado com a mesma cifra referente ao ano de 1990. A queda é universal (não há exceção alguma), e não é restrita a estes centros urbanos, mas sim ao conjunto de todas as áreas metropolitanas dos Estados Unidos: 62% das famílias viviam em bairros de classe média em 1990, e, hoje, este número desceu para pouco menos de 50%.

Centros urbanos que marcavam em certa medida a prosperidade da população em geral, tais quais Charlotte e Orlando, observaram uma queda intensa: de 69% para 43% e de 68% para 46%. Regiões que já se encontravam em relativa pobreza devido à desindustrialização intensa sofrida no último quarto do século XX, tais quais os centros urbanos do Centro-Oeste norte-americano, evidenciaram uma queda ainda maior, como Chicago, de 56% para 44%, e Detroit, de 54% para 43%. No país imperialista mais rico do mundo, os Estados Unidos, a população não é mais capaz de se sustentar e levar uma vida digna!

A polarização política vivida no mundo capitalista de hoje é fruto desta polarização econômica evidente das “estatísticas”. Não há política que a burguesia esteja disposta a levar adiante que possa tratar da questão. O neoliberalismo é, antes de tudo, uma política de empobrecimento da classe operária e das classes médias. A situação caminha para um contínuo acirramento nas contradições sociais, e a única saída que se põe na ordem do dia é a saída revolucionária.

A esquerda deve se mostrar verdadeiramente contrária ao neoliberalismo e combatê-lo não somente em palavras – muitas vezes vazias-, mas também em atos. No caso norte-americano, isto significa se desvencilhar do Partido Democrata e se distanciar da política falida do mau menor: Biden não se mostrou por um segundo sequer ser melhor que Trump.

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