O que começou nos EUA, o chefe dos países imperialistas, parece que virou moda em seus pares. Depois de Obama ser eleito presidente da república em 2008 e posteriormente ser reeleito, e agora Kamala Harris (também negra) ser a vice-presidenta de Biden, pela primeira vez na história da Alemanha duas mulheres transexuais conquistaram assentos no Bundestag, o Parlamento do país, na eleição do último domingo (26/09).
Tessa Ganserer e Nyke Slawik se tornaram deputadas pelos Verdes, partido que ficou em terceiro lugar, conquistando 118 cadeiras num total de 735. Deste modo elas e seus correligionários terão papel importante na estruturação política do próximo período quando será escolhido o próximo primeiro-ministro.
Como não poderia deixar de ser, devido à falência ideológica da esquerda alemã, a euforia é geral. “É uma vitória histórica para os Verdes, mas também para o movimento emancipatório das pessoas trans e para a toda a comunidade”, afirma Gaserer à agência de notícias Reuters. Para ela, os resultados indicam que a sociedade alemã está se tornando mais aberta e tolerante. Até se acentuar a crise econômica, o acirramento da luta de classes, aliança da burguesia com a extrema-direita e a reinauguração dos campos de concentração! E adivinhem quem vai puxar a fila para ser queimado?
Entre suas prioridades no Legislativo, Gaserer elencou a permissão para que mães lésbicas adotem crianças e a desburocratização do procedimento para a mudança de gênero em documentos de identidade. A deputada pretende fazer avançar no Legislativo alemão um plano de ação nacional contra a homofobia e a transfobia, além de leis de autodeterminação de gênero e antidiscriminação. É uma ilusão atrás da outra.
É como se os capitalistas com o passar do tempo e num passe de mágica começassem a ficar sensíveis e bonzinhos, assim negros, gays, trans, etc ganhariam destaque e notoriedade na vida política, criando leis cada vez mais democráticas. Assim acabando por resolver as exclusões sociais, desemprego, exploração do trabalho, etc. Uma baita ilusão.
A Alemanha, principal país imperialista europeu, só nos últimos 20 anos, foi direta ou indiretamente responsável pela destruição de países inteiros como Iraque, Líbia, Síria e Afeganistão, Iêmen, Palestina, causando a morte de milhares de famílias, mulheres, crianças.
Nos últimos anos, devido à sua política neoliberal, a população alemã tem ficada cada vez mais em situação de extrema pobreza, com aumento cada vez mais da desigualdade social.
Com isso, o tal “identitarismo” ganha destaque, pois camufla toda realidade política perpetrada pela classe dominante alemã em relação aos países mais pobres como também sua própria população. É um engodo muito bem construído que tem como seu grande propósito esconder a lutas de classes e a mobilização do povo alemão contra os seus grandes opressores ─ dentre os quais, o Partido Verde.
É preciso denunciar esta manobra espúria do imperialismo e acabar de vez com a farsa do identitarismo.