O documento foi redigido pelo Grupo de Puebla, e tem a assinatura do ex-chanceler Celso Amorim, os ex-ministros Aloizio Mercadante e José Eduardo Cardozo, o ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo e o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper.
Ao longo da carta, a decisão britânica é tratada como um erro judicial que “abre sérios precedentes na violação ao direito humano à liberdade de expressão e de informação”.
“Hoje [12], no dia a dia dos direitos humanos, a liberdade de Assange é a liberdade de todos e de cada um. A prisão de Assange é o triunfo da opressão, do silêncio e do medo”, diz o manifesto.
Na última sexta-feira (10), o governo dos EUA ganhou sua apelação à Suprema Corte de Londres para extraditar Julian Assange aos Estados Unidos, com um juiz anulando a decisão de um tribunal inferior para bloquear a extradição.
Processo contra Assange
Em janeiro deste ano, uma juíza britânica decidiu que Julian Assange não deveria ser extraditado para os Estados Unidos por causa do forte risco de poder cometer suicídio na prisão nos EUA.
O cidadão australiano de 50 anos, caso seja condenado, enfrenta até 175 anos de prisão se for condenado em um tribunal dos EUA por acusações de espionagem.
Ele foi encaminhado para a prisão de Belmarsh, a prisão britânica de segurança máxima normalmente reservada para criminosos graves, incluindo pessoas acusadas de terrorismo, assassinato e outros crimes graves.
Assange enfrenta 17 acusações de espionagem e uma acusação de uso indevido de computador para a publicação de milhares de documentos diplomáticos e militares pelo WikiLeaks, incluindo vídeos expondo crimes de guerra cometidos pelos EUA no Iraque.
Escondido no Equador, Assange foi retirado da embaixada equatoriana pela polícia britânica em 2019, após o então presidente do Equador, Lenín Moreno, ter cancelado seu asilo, supostamente em troca de um acordo secreto com Washington.