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O cemitério dos impérios

Imperialismo reconhece o sucesso do Talibã

A Vitória do Talibã inspira todos os povos do oriente médio a revolução popular armada.

A gigantesca vitória do Talibã sobre o imperialismo é reconhecida por toda imprensa burguesa imperialista: The Economist, CNN, Washington Post, El País, todos fazem duras críticas ao presidente estadunidense Joe Biden. 

O El País, em 19/08/21, publicou a manchete: “Declínio dos EUA como superpotência no Afeganistão projeta sombras sobre o Oriente Médio”. No mesmo dia, na CNN: “Afeganistão: Saída dos EUA ofusca protagonismo internacional prometido por Biden”. E em 21/08/21, o The Economist lançou: “O desastre de Biden: o que isso significa para o Afeganistão e a América”.

O The Economist inclusive, afirma que o líder do Talibã Mullah Abdul Ghani Baradar, foi procurado por vários líderes, recebendo um tratamento digno de quando um novo presidente dos EUA toma posse.  Foi uma corrida para ver quem falaria primeiro com os grandes vencedores da guerra do Afeganistão, e quem chegou primeiro foi Ismail Haniyeh, líder do Hamas, o que é bem simbólico. O Hamas é um grupo islâmico que controla a faixa de gaza e que resiste na luta contra o Estado de Israel, este que por sua vez é apoiado e financiado pelos EUA. 

Na mesma matéria do The Economist, é relatado que Ismail ao cumprimentar o Mullah Abdul disse que “o sucesso do Talibã é uma inspiração para que todos os povos oprimidos pelo imperialismo se sintam impulsionados para fazer o mesmo”. Ismail coloca ainda que vislumbra o fim da opressão do estado de Israel sobre a Palestina. 

A vitória do Talibã, referiu um jornalista egípcio, “está capturando a imaginação popular”. Outro ex-soldado que lutou na Síria disse que a ação do Talibã “renovou a fé na ação das massas, eles querem um movimento de massas”. E fez apontamentos sobre o movimento de massas que virou a ação do Talibã, um movimento de massas armada. O jornalista egípcio citou que se no Egito ao invés de um ativismo pacifico tivessem se armado, o desfecho poderia ser diferente.

O companheiro Rui Costa Pimenta, no programa semanal Análise Política da Semana citou, no último sábado, dia 28/08/2021, essa matéria do The Economist, cujo di: “a vitória do talibã está inspirando os povos do oriente médio a irem pelo caminho de uma ampla revolução armada, a revolução popular para derrubar os governos corruptos financiados pelo EUA”. 

A vitória do Talibã sobre o imperialismo estadunidense inspira todos os oprimidos, não só no Oriente Médio. O fiasco no Afeganistão leva o mundo a constatar que os EUA está em franco declínio, esta constatação poderá levar a uma nova fase de lutas no mundo. 

Roteiro da derrota

Em 2001 o exército dos EUA invadiram o Afeganistão com a desculpa que iriam caçar Osama Bin Laden, que lá estaria escondido pelo governo Talibã, após os ataques de 11 de setembro; 

Em 2004 um novo governo tomou o poder no Afeganistão, com o apoio do imperialismo estadunidense. Na verdade um presidente laranja dos EUA;

Em 2009 Barack Obama aumentou as forças das tropas estadunidenses, mas estas espantaram os Talibãs por pouco tempo;

Em 2014, que foi o pior ano da guerra, sendo que em 2011 o exército estadunidense já havia assassinado Osama Bin Laden, e continuaram no Afeganistão com o pretexto de que “Osama estava morto, mas a Al Qaeda não”. As forças da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte – cumpriram sua missão e delegaram a responsabilidade pela segurança ao exército afegão, sendo que essa ação permitiu ao Talibã conquistar mais territórios.

Nos anos seguintes o Talibã continuou a ganhar força e foi conquistando territórios. Os gastos dessa guerra foram ficando cada vez maiores para os estadunidenses, entre 2010 e 2012, chegaram a 100 bilhões por ano. 

Para o povo afegão, só restaram miséria,morte, a destruição do seu País, além de muita corrupção.

Nos 20 anos de ocupação estadunidense, como o próprio Joe Biden disse, não foi feito nada para a formação do estado afegão. Pelo contrário, o IDH em 2019 estava em 169º lugar, em 2011 ocupava o 166º lugar, em 2000 no 162º lugar, e em 1991, 137º lugar. Está claro que Joe Biden não mentiu…

O início do fiasco

Em abril de 2021, o presidente estadunidense Joe Biden anunciou que iniciaria a retirada das tropas do exército norte-americano do Afeganistão, e que a saída se encerraria no dia 11 de setembro, uma forma de tentar ter uma saída hollywoodiana. Foi divulgado como seria essa saída, com o envio de cerca de 650 forças terrestres de segurança das tropas que ficavam mais no interior do País, nas áreas mais remotas. Os estadunidenses também enviaram sistemas adicionais de artilharia e foguetes do Exército para proteção da força. 

O porta-aviões USS Dwight D. Eisenhower permaneceria no Mar Arábico para realizar ataques aéreos contra o Talibã, se necessário. A Força Aérea também posicionou vários bombardeiros B-52 na região do Golfo. 

O general Austin Scott Miller, comandante das Forças dos EUA no Afeganistão e da Missão de Apoio Resoluto da OTAN, disse que algumas tropas estavam sendo deslocadas dentro do país: “Todas as nossas forças estão agora se preparando para retroceder. Oficialmente, a data da notificação é primeiro de maio, mas ao mesmo tempo em que começamos a tomar medidas locais, já começamos isso”…já estavam saindo. 

Foi divulgado na época, que o exército estadunidense pretendia manter algumas forças contra-terroristas no Afeganistão, pretendiam manter a influência militar e a capacidade de realizar ataques aéreos no País depois que as tropas americanas e da OTAN fossem retiradas. Os ataques poderiam se dar por aeronaves guiadas ou através de drones, que durante todo o período de ocupação foi usado por soldados estadunidenses, como um jogo de videogame, só que real. 

No final, não foi assim que aconteceu. Como já deu para verificar, só a  esquerda pequeno burguesa brasileira ainda não se convenceu disso, mesmo com a imprensa estadunidense, a elite, toda a burguesia criticando duramente Joe Biden por essa derrota.

A esquerda pequeno burguesa brasileira que não faz ideia do que é viver esse terror imposto por invasores, que se preocupam com as roupas que as mulheres afegãs usam, enquanto as mulheres afegãs estão tentando lutar por água, alimentação, poder andar sem medo de uma bomba cair na sua cabeça, ou ser estuprada por um soldado estadunidense. 

Mãe e filhos fugindo de bombas no Afeganistão – Viomundo

Como as forças do Talibã obtiveram apoio popular

Os Talibãs foram construindo a confiança do povo, povo cansado de tantas guerras e tudo que vem junto com ela, cansados dos partidos da elite islâmica, entenderam que a única forma de terem seu País de volta, de reconstruírem seu País e suas vidas, era com a expulsão dos estadunidenses. Sim, porque enquanto diziam que os estadunidenses levariam três meses para sair do Afeganistão, não demorou uma semana para os Talibãs tomarem Cabul, foi um desfile na verdade.

Não houve derramamento de sangue, por onde vinham os homens do exército vinham debandando e passando para o lado do Talibã, houve um amplo apoio popular. Finalmente, nunca existiu na história da humanidade uma vitória deste tipo, sem o apoio popular. 

Iniciou-se um corre-corre da burguesia, pequena burguesia, apoiadores dos estadunidenses contra seu próprio povo, para fugir do País, uma corrida ao aeroporto de Cabul, última cidade que foi tomada pelo Talibã, mas pelo visto estão desesperados à toa, já que os Talibãs já anunciaram e estão cumprindo, que não farão retaliações e todos serão perdoados.

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