O parlamentar pelo Partido Conservador, David Amess, morreu na sexta-feira (15) após ser esfaqueado diversas vezes quando fazia uma reunião com eleitores em uma igreja metodista em Leigh-on-Sea, condado de Essex, Sudoeste da Inglaterra.
A Polícia Metropolitana informou à imprensa que o caso foi declarado oficialmente como terrorismo. Um homem de 25 anos, britânico de ascendência somaliana, está sob custódia suspeito do assassinato. A instituição policial acredita em “uma motivação potencial ligada ao extremismo islâmico”.
O secretário do Interior do governo Boris Johnson (Partido Conservador) solicitou à polícia que revise o protocolo de segurança dos parlamentares. Este é o segundo parlamentar a ser assassinado na Inglaterra no decorrer dos últimos 5 anos.
A direita britânica aproveita-se da situação para jogar a responsabilidade nos muçulmanos e se prepara para anunciar uma cruzada contra o “jihadismo islâmico”. Contudo, é preciso destacar que caso tenha sido um muçulmano o autor das facadas, isto é compreensível, na medida em que o imperialismo britânico esmaga os muçulmanos na Inglaterra e nos seus próprios países.
Os políticos conservadores britânicos são responsáveis por inúmeras atrocidades cometidas contra os povos árabes e muçulmanos no mundo. As intervenções imperialistas no Afeganistão, Iraque, Síria, Líbia e Iêmen, que significaram a morte e a miséria para milhões de pessoas, contaram com o patrocínio da Inglaterra. Este país também é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e se destacou na política de Guerra ao Terror dos Estados Unidos após os ataques às Torres Gêmeas de 11 de setembro de 2001.
A violência do opressor é completamente diferente da violência do oprimido. Os muçulmanos são atacados, vigiados, estigmatizados na Inglaterra e seus países destruídos pelo imperialismo. É absolutamente compreensível que eles queiram reagir aos seus opressores do Partido Conservador, o partido mais reacionário da burguesia imperialista britânica, mesmo que isto seja feito de forma individual e desorganizada.
Primeiro os britânicos destroem os países de maioria muçulmana na África e no Oriente Médio. Toda reação é classificada como “ato terrorista” pela imprensa imperialista. Deveria ser considerado terrorismo por parte do imperialismo “democrático” britânico as intervenções externas e a imposição de ditaduras militares nos países atrasados de maioria muçulmana. Se há algo que não é terrorismo é o direito legítimo de autodefesa dos oprimidos contra seus opressores.