Em matéria veiculada dia 05 deste mês de setembro em seu portal na internet, o Washington Post anunciou que grande número dos empregados terceirizados do Google têm se sindicalizado. A matéria diz que uma legião de empregados de apoio, que são contratados para as famosas cafeterias da empresa, estão se sindicalizando em massa.
São empregados terceirizados que prestam serviço como garçons e cozinheiros onde os funcionários diretos, muito mais bem pagos – programadores, gerentes de produtos, etc – fazem as refeições que a empresa lhes fornece gratuitamente. Benefícios que apenas tais funcionários da gigante da tecnologia possuem.
Um sindicato chamado Unite Here, que possui 300.000 filiados entre trabalhadores de hotéis e serviços de alimentação, vem trabalhando desde 2018 para sindicalizar os empregados de cafeterias do Vale do Silício, tendo no Google o seu maior índice de adesão. Desses trabalhadores 90% já são sindicalizados.
Um dos empregados terceirizados do Google, entrevistado na matéria, disse que chegava anteriormente a ganhar US$ 11,00 por hora e hoje, após a sindicalização, seu salário é de US$ 27,00 por hora. Atualmente o trabalhador sindicalizado de uma cafeteria do Google está ganhando em média US$ 24,00 por hora. Outros benefícios que foram conquistados são o seguro-saúde e o plano de pensão.
Em outras empresas, como Starbucks, Amazon e Apple os trabalhadores também têm votado pela sindicalização. Na Starsbucks houve forte oposição por parte da empresa, a qual recentemente foi acusada de reter os aumentos e benefícios dos empregados sindicalizados.
O avanço da sindicalização tem se dado também em direção aos estados do sul do país, onde o amparo ao trabalhador é geralmente mais fraco. Apenas 6% dos trabalhadores da Geórgia são sindicalizados em comparação a 18% na Califórnia e 24% em Nova York.
A sindicalização, nos EUA, foi praticamente extinta com o avanço do imperialismo e de sua ditadura sobre os trabalhadores. Os sindicatos haviam sido, na prática, desmontados. Esse renascimento da sindicalização no coração do imperialismo nos mostra o tamanho da crise que o sistema capitalista enfrenta.
O crescimento da luta por melhores condições de trabalho e de qualidade de vida ganhou força após a crise de 2008. Sendo que agora, com o início da operação militar russa na Ucrânia, a coisa tem piorado ainda mais no país central do capitalismo. As sanções contra a Rússia, que não surtiram nenhum efeito, trouxeram para os EUA um aumento considerável da inflação, fazendo com que os custos dos alimentos, combustíveis e habitação subissem enormemente.
Com a situação piorando no mundo inteiro, é natural e ideal que os trabalhadores busquem cada vez mais se organizarem em entidades representativas como os sindicatos. É uma reação da classe mais oprimida da sociedade contra a “vampirização” dos capitalistas e assim garantir melhores condições de sobrevivência.