Nas primeiras eleições no Líbano desde 2009, o Hezbollah deve sair como o grande vencedor, segundo pesquisas de boca de urna. O resultado oficial deve ser anunciado ainda hoje. Junto com o Movimento Amal, partido xiita parceiro político do Hezbollah nas eleições, formando uma coligação xiita nas eleições, o “duo xiita”, como é chamada a aliança na imprensa libanesa, conquistou 29 cadeiras em um parlamento com 128 lugares. Outras 11 cadeiras devem ser conquistadas por partidos alinhados com o Hezbollah e o Amal. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, declarou que o partido alcançou o que esperava nestas eleições.
Marcado por divisões étnicas e sectárias e uma longa e sangrenta guerra civil, o Líbano é palco de conflitos envolvendo todos os países da região. O impasse deixado pela guerra se reflete institucionalmente até hoje. Depois das eleições de 2009, o governo entrou em colapso duas vezes e a presidência ficou vaga por 29 meses entre 2014 e 2016, com o parlamento extendendo o próprio mandato.
A vitória do Hezbollah reforça a influência crescente no Oriente Médio, um fator que enfraquece o controle imperialista na região. Justamente o Hezbollah foi uma das forças fundamentais na guerra da Síria para impedir que o imperialismo conseguisse derrubar o presidente Bashar Al Assad. O resultado nas eleições no Líbano complicam ainda mais a situação do ponto de vista do imperialismo, depois de sete anos de fracasso em sua tentativa de derrubar o governo sírio.
Caso o Hezbollah mantenha sua aliança parlamentar atual com o Movimento Patriótico Livre, do presidente Michel Aoun, poderá alcançar a maioria parlamentar. Não está claro se essa aliança continuará. O comparecimento às urnas foi baixo, de apenas 49%, pouco menor do que os 54% das eleições anteriores. Para o primeiro-ministro Saad Hariri, do sunita Movimento Futuro, as eleições devem levar a uma perda de um terço dos deputados, indo de 33 para 21 parlamentares.