O ministro da Informação do Líbano, George Kordahi, criticou em entrevista publicada no dia 25 de outubro a intervenção da coalizão militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen. Desde 2015, os sauditas realizam uma série de bombardeios contra o movimento guerrilheiro houthi, que controla a capital Saná e a maior parte do norte.
Kordahi disse que os houthis iemenitas estão se defendendo de uma agressão externa e denunciou que a Arábia Saudita está destruindo a infraestrutura – casas, aldeias, funerais, estradas, hospitais, escolas – e as condições de vida do país vizinho. Por fim, declarou que a campanha de Riad é “inútil” e que está na “hora de terminar”.
O governo do Reino da Arábia Saudita, aliado do imperialismo norte-americano, deu 48 horas para que o embaixador libanês se retirasse. Além disso, as importações libanesas foram banidas e há a perspectiva de se cortar as relações diplomáticas no curto prazo.
A imprensa russa Sputnik News informou que os países do Golfo Pérsico, satélites da Árabia Saudita, estão se preparando para cortar as relações diplomáticas com o Líbano. Estes países são Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Kuwait. Isto levaria a um isolamento dos libaneses no cenário regional.
Estima-se que a intervenção Saudita no Iêmen já tenha custado a vida de 250 mil pessoas, a maior parte por consequências indiretas como a fome e doenças, inclusive a cólera e o coronavírus. No contexto da pandemia, apesar da situação de calamidade, os bombardeios não cessaram.
As sanções econômicas contra o Líbano são uma resposta às críticas do governo contra a guerra genocida no Iêmen. O genocídio é uma política do imperialismo para evitar que uma insurreção popular se espalhe pela Península Arábia e o Golfo Pérsico, o que levaria ao questionamento nas ruas dos regimes ditatoriais aliados do imperialismo.
O movimento nacionalista Hezbollah tem grande participação no regime político libanês. É uma força política que combate o imperialismo de armas na mão e já enfrentou as invasões israelenses – apoiadas pelos Estados Unidos – em distintas ocasiões. Portanto, as sanções se configuram como um ataque imperialista a um governo que conta com a participação popular.
Recentemente, a Força Aérea Real da Arábia Saudita bombardeou um movimento de ofensiva dos houthis nas províncias de Marib e Shabwa. Estas são os últimos redutos do presidente do Iêmen, Abd Rabbuh Mansu, aliado de Riad e reconhecido internacionalmente como o presidente do Iêmen.