Em reunião do Conselho de Segurança da ONU nesta segunda-feira (30) sobre crise no Afeganistão, França e Reino Unido apresentarão a proposta de criar uma “zona protegida” sob controle da ONU em Cabul, sob o pretexto de “operações humanitárias”.
Segundo o presidente da França, Emmanuel Macron, o projeto franco-britânico tem como objetivo fornecer uma estrutura para as Nações Unidas intervirem no Afeganistão e manter pressão sobre o governo afegão. “[Esse projeto] forneceria uma estrutura para as Nações Unidas agirem em caso de emergência e manteria a pressão da comunidade internacional sobre os talibãs. (…) Acima de tudo, isso permitirá que todos assumam suas responsabilidades”, disse Macron.
Em um passado recente, iniciativas semelhantes levaram países ao colapso, como a “Zona de Exclusão Aérea” aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em 2011, sob o pretexto da “responsabilidade de proteger” os “rebeldes” (que, hoje se sabe, eram prepostos dos EUA na Líbia) do “ataque” do governo de Muamar Khadafi. O resultado da operação, comandada pela França com seus caças Rafale, foi o assassinato do presidente da Líbia, a destruição do país e a transformação do país em entreposto de escravos.
Outras operações “humanitárias” foram as do consórcio ONU-OTAN na guerra da Bósnia e a intervenção no Kosovo, ambas contra a Sérvia, mais importante nacionalidade da extinta Iugoslávia. No Haiti, houve a intervenção da ONU em 2004 para impedir que houvesse uma insurgência armada da população contra o governo capitalista de Jean-Bertrand Aristide. No Mali, o presidente pró-imperialista Dioncounda Traoré pediu a intervenção militar da França para esmagar as guerrilhas touaregs islâmicas, abrindo caminho para uma intervenção da ONU.
Como se pode ver, as “intervenções humanitárias” e as “missões de paz” da ONU geralmente são formas das potências imperialistas preservarem o controle dos países em questão e garantirem um desfecho pró-imperialista para os diversos conflitos mundiais.