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Ucrânia

Rússia avança e o imperialismo se desespera

Diante da operação bem-sucedida até o momento por parte dos russos, o imperialismo busca causar alarde de uma derrota iminente de Putin

No dia de amanhã (24), a operação militar russa na Ucrânia completará um mês. A ação foi anunciada pelo próprio Vladimir Putin, presidente da Rússia, pouco depois de ter reconhecido a autonomia das repúblicas da região do Donbass. Embora seja difícil prever o desfecho do conflito, as últimas notícias apontam para uma vitória russa em pouco tempo.

De acordo com a Sputnik News, um dos mais importantes órgãos da imprensa russa, as tropas sob comando de Vladimir Putin avançaram mais 6 quilômetros no território ucraniano, tomando o controle da vila de Urozhaynoe, indo em direção à cidade de Velikaya Novoselka. O governo russo ainda anunciou ter abatido 14 drones ucranianos em 24 horas, incluindo um Bayraktar. Além disso, a aviação militar russa eliminou 137 alvos militares ucranianos em 24 horas e três tanques ucranianos, quatro veículos de combate de infantaria, quatro armas de artilharia de campo e seis veículos de infantaria foram destruídos a oeste de Donetsk.

O mapa abaixo, publicado poucas horas antes da tomada de Urozhaynoe pela insuspeita BBC, uma das maiores fontes de mentiras contra o governo Putin, mostra o incrível avanço das tropas.

Por sua vez, este é o mapa atualizado diariamente, datado de 22 de março, difundido pelas fontes russas, que aponta um controle ainda maior do território ucraniano. O leitor pode tirar suas próprias conclusões comparando os mapas e também as informações na imprensa distante dos grandes interesses capitalistas.

As forças armadas russas conseguiram, no período de um mês, sem enfrentar grande resistência, ocupar as regiões portuárias importantíssimas de Melitopol e Mariupol, bem como as regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk, e se aproximam cada vez mais de Kiev, onde supostamente se encontra o presidente ucraniano Vladimir Zelensky.

A capital da Ucrânia está quase que completamente cercada. O exército russo já bloqueou o acesso de Kiev a várias cidades, como Makariv e Irpen. As forças armadas russas estão prestes a entrar em Boyarka, mobilizando velozmente suas tropas ao norte e ao sul da cidade.

As últimas notícias do front apenas vêm confirmando a tendência durante toda a operação militar: o exército russo avançando pelo território ucraniano e destruindo os alvos militares com uma precisão espantosa, ao passo em que o exército de mercenários ucranianos vai recuando e apelando para os métodos mais covardes possíveis, como o uso indiscriminado de civis como escudos humanos.

Em quase um mês de ação militar, Putin demonstrou ter uma habilidade poucas vezes antes vista na história da política mundial. Extremamente calculista, o líder russo aguardou oito anos desde o golpe de Estado na Ucrânia para agir em um momento de grande debilidade do imperialismo. A operação, por sua vez, é uma obra de arte em termos militares: um baixíssimo números de baixas por parte das tropas russas e um cuidado enorme com a vida dos civis ucranianos. A todo tempo, Putin, por meio da mobilização de suas tropas, declara: a guerra é contra a OTAN e os seus mercenários que se encontram na Ucrânia, não contra o povo ucraniano.

A provável vitória de Putin seria mais uma derrota humilhante do imperialismo. Em um curto espaço de tempo, o todo-poderoso imperialismo, responsável pelos golpes de Estado em todo o mundo, por guerras que destroçaram centenas de milhares de vidas e que arruinaram a economia de inúmeros países, foi expulso do Afeganistão, fracassou em derrubar os governos da Nicarágua e do Cazaquistão e está sendo enxotado da Síria.

Perguntas e respostas sobre a situação na Ucrânia

E é por isso que o imperialismo faz, neste momento, um esforço colossal para ocultar o avanço das tropas russas. De um lado, desfere uma censura criminosa contra todos os órgãos de imprensa financiados pelo Estado russo. A Russia Today (RT), que é simplesmente o maior canal de notícias do planeta, com uma vasta programação que inclui raros documentários e entrevistas exclusivas, assim como a Sputnik News e outros importantes portais, foi, de um dia para o outro, completamente suspenso pela plataforma de vídeos da Google, o YouTube. Essa censura, que se dá em uma magnitude nunca antes vista e escancarou a farsa do “imperialismo democrático” é apenas um dos vários ataques e restrições absurdas feitas aos veículos que expuseram a fragilidade do imperialismo.

De outro lado, o imperialismo montou um verdadeiro arsenal de guerra para fazer uma propaganda mentirosa e caluniosa contra a Rússia. A lógica é simples: se é incapaz de vencer o conflito, ao menos tenta fazer parecer que está em vantagem, nem que, para isso, tenha que inventar as histórias mais mirabolantes.

A fábrica de mentiras da imprensa capitalista é, como todo mentiroso, profundamente contraditória. Ora apresenta Vladimir Putin como um maníaco, comparável a Adolf Hitler, um monstro que estaria assassinando milhares de ucranianos por puro prazer, ora apresenta o exército russo como uma legião de fanfarrões que estariam morrendo aos montes diante da inimaginável superioridade do exército de Vladimir Zelensky. Por um lado, o imperialismo tenta colocar a opinião pública contra a Rússia por meio de um assédio de tipo moral — “você vai apoiar um monstro”? —, por outro, tenta fazer parecer que os seus inimigos permanecem fracos e domáveis, evitando que os oprimidos tomem a Rússia como um exemplo de rebeldia.

A mentira criminosa e ridícula da vez vem do Estado de S.Paulo. No mesmíssimo dia em que as tropas russas avançaram seis quilômetros e liquidaram ainda mais o arsenal militar ucraniano, o jornal brasileiro, que é um capacho do imperialismo norte-americano, foi cínico o suficiente ao ponto de estampar em suas páginas que “Tropas russas só têm alimentação e combustível suficientes para três dias”. A fonte? O governo ucraniano, que chora dia e noite por ter sido abandonado pelos seus “aliados” da OTAN e que admitiu várias vezes que estaria disposto a negociar com Putin, em uma clara demonstração de fraqueza.

A matéria ainda afirma, com base em um relatório do governo ucraniano, que “atos de desobediência civil” estão ocorrendo na região de Lugansk porque “uma grande parte da população não apoia a política dos ocupantes” e “não tem vontade de pegar em armas”. O que não faz o menor sentido, uma vez que a região de Lugansk, muito antes de Putin anunciar a operação militar, já havia se rebelado contra o governo ucraniano e vinha resistindo anos a fio, desde 2014.

Em outra matéria da mesma edição, o Estado de S. Paulo ainda repercute os delírios de um representante da União Europeia, para quem as sanções econômicas irão “frear Putin”.

Apesar de nem tudo estar claro no conflito entre a Rússia e a OTAN, pela própria natureza de uma guerra, onde as informações são restringidas e manipuladas, é evidente que o clima da imprensa de que a Rússia “já perdeu” é uma demonstração de desespero absoluto. Embora o enfrentamento entre a Rússia e o imperialismo deverá ter novos episódios e a crise deva se aprofundar, uma vitória parcial da Rússia parece cada vez mais perto, e o esperneio da imprensa não mudará isso.

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