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Crise se aprofunda

Rússia abandona o dólar para se proteger do saque imperialista

Os EUA utilizam o dólar há décadas para controlar a economia mundial e quando impõem sanções, os países são impedidos de comercializar em dólar, o que é um ataque contra eles.

Observando o cerco que os EUA a Otan e UE vem impondo à Rússia desde 1991, rompendo os acordos de não expansão em direção ao leste, entenda-se Rússia, anexando dezenas de países membros da ex-URSS na Otan, e colocando bases militares nesses países, ainda utilizando a Ucrânia recentemente como bucha de canhão e por fim agora, com as sanções econômicas, bloqueando os bens russos e excluindo-os do sistema de pagamentos internacionais, o Swift, que é feito pela moeda dos EUA o dólar, observa-se que se trata de um tiro no pé da União Européia e dos EUA.

Ao que parece, os “chicago boys, os Harvard boys e os Cambridge boys” desaprenderam os fundamentos da economia, ou então já dão como perdido o sistema capitalista, pois aplicaram “penas” aos russos que prejudicam ainda mais a dominação anglo-saxônica no planeta. 

As transações em dólar com a UE e EUA não podem mais ser feitas pelo sistema Swift, pela Rússia, como resposta, Putin determinou que os pagamentos pelo petróleo e gás fornecido aos países que aderiram às medidas contra a Rússia devam ser feitos em rublos, moeda russa. Quem não quiser pagar em rublos terá o fornecimento suspenso. Só que a dependência de petróleo, gás e carvão russo na europa é da ordem de 40% aproximadamente. E os EUA importam 38% do urânio utilizado e destes, 16% vem da Rússia, que é o 3º maior exportador de petróleo no mundo com 11% do mercado, atrás somente dos Emirados Árabes e Arábia Saudita.

Em resposta às sanções econômicas, o Kremlin anunciou que “Não faz sentido fornecer nossos produtos à UE e aos Estados Unidos e cobrar em dólares e euros”, disse o presidente durante uma reunião com membros do governo russo. “É por isso que decidi colocar em prática, o mais rápido possível, um conjunto de medidas […] para transferir o pagamento do nosso gás natural fornecido aos chamados países não amigos em rublos russos”, disse ele.

Putin enfatizou que se trata de abandonar o uso de “todas as moedas comprometidas”. Que são o euro e o dólar. Também anunciou que os exportadores russos terão três dias úteis para converter 80% das suas receitas em moeda estrangeira em rublos, o mesmo para toda entrada de moeda estrangeira no país. Os residentes na Rússia estão proibidos de transferir dinheiro para fora do país. Facilita as transferências bancárias entre bancos russos e adequa a participação de empresas públicas nas operações de mercado de ações. O objetivo é aumentar a liquidez de rublos e reduzir o estoque de euro e dólar no país.

Ele diz que as últimas medidas tomadas pelos países da UE, EUA e UK, de congelamento dos ativos russos, são ilegítimas e não cumprem com as obrigações com a Rússia em princípio. Com essa medida eles traçam uma linha sob a qual a credibilidade dessas moedas cai por terra e apaga a confiança nelas, onde todo o mundo sabe que os contratos firmados em dólar ou euro podem não ser cumpridos,conforme matéria do portal RT.

Depois do ataque dos EUA, UK e UE e o contra-ataque da Rússia, os preços do gás superaram imediatamente a marca de 1.350 euros por 1.000 metros cúbicos, ou 118,75 euros por megawatts hora. O gás teve um aumento de 20% no preço desde o início da operação militar.

Essa política de receber os pagamentos em rublos, traz graves consequências para o mercado mundial de energia. As negociações internacionais entre Rússia e China  em dólar caíram 50%. Eles usam as moedas dos dois países para as negociações. Eles autorizaram o acesso da moeda de um pelo outro sem passar pelo mercado de câmbio. Nisso as moedas dos dois países ocupam 24% das transações. A Rússia tem substituído o dólar pela moeda chinesa, o renminbi (Yuan),  nas reservas financeiras, restou apenas metade delas em dólar, e pelo andar da carruagem deve diminuir ainda mais. O aumento da inflação no dólar e o sistema paralelo entre Rússia, China, Irã e recentemente a Venezuela, pode levar a diminuição da sua importância no mercado mundial, o que é muito bom para os países de desenvolvimento capitalista  atrasado.

O atual Sistema de Pagamentos Interbancários da Câmara de Compensação (CHIPS), a rede de mensagens das transações bancárias, o Swift e o dólar são os pilares de sustentação da hegemonia econômica dos EUA. Quando eles oferecem perigo para a Rússia, a 11ª maior economia do planeta, deixa campo aberto além de ser ótima oportunidade para que outros países rivais possam sair dessa dominação. 

Apesar da sede ser em Bruxelas, as instalações se encontram nos EUA, que controlam 95% do fluxo de dinheiro no mundo, cerca de 1,8 trilhão de dólares diários dos 43 membros com conta no Federal Reserve, Banco Central dos EUA, e portanto estão sob a legislação americana, e podem assim aplicar todas as sanções, multas, aos infratores que violam as sanções aplicadas. Só no caso do Irã foram 13 bilhões de dólares aos infratores em duas décadas, como o caso do BNP Paribas e o Standard Chartered.

Já está em andamento a criação de sistema alternativo ao de domínio exclusivo dos EUA no comércio internacional. Como a possibilidade de criação de moedas digitais. A China já opera o Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço (CIPS) em Yuan e em substituição ao CHIPS. Ele tem o potencial de administrar a própria rede de mensagens. Está em franco crescimento mas ainda não pode substituir o CHIPS americano. 

Para chegar à total substituição do sistema dos EUA, a China está desenvolvendo a moeda digital, que já está em funcionamento no varejo interno e encontra-se quase pronto para utilização internacional.

Como o mundo  está entrando numa nova configuração geopolítica, onde a China e Rússia fazem frente à hegemonia anglo-saxônica, um pelo lado da economia e o outro pelo lado militar, e agora com a brutal queda da credibilidade das moedas mais usadas no comércio internacional, dólar e euro, também com a possibilidade de pagamentos não ocorrerem, ou serem taxados indevidamente, cria-se forte tendência dos países procurarem opções alternativas para a compra e venda de mercadorias de outros países.

Os países já estão mudando a moeda que utilizam como reservas financeiras, como é o caso da moeda chinesa ao invés do dólar ou euro, ou então optando por reservas em ouro, etc. Isso já é reflexo da crise de hegemonia dos EUA, Inglaterra e Europa, que junto à falta de resposta concreta à crise econômica, piorada primeiro pela pandemia e agora com o conflito militar entre Ucrânia e Rússia, afetando todo o comércio mundial e revelando a superioridade militar e econômica de outros países, considerados rivais e que se encontram em forte ascensão, mas que não tem inclinação imperialista.

Estamos diante do declínio do imperialismo, que por seus próprios atos vem ladeira abaixo, tentando uma sobrevida enquanto fazem políticas desesperadas que acabam se voltando contra eles mesmos. 

Estamos no limiar de novos tempos, o tempo em que a classe operária começa a se mobilizar para ocupar seu papel na história, levando ao governo operário e enterrando de vez o cadáver insepulto do capitalismo monopolista.

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