─ RT , Tradução DCO ─
O pedido da Turquia para comprar 40 caças F-16 fabricados pela Lockheed Martin e kits de modernização para quase 80 aviões de guerra que já possui poderia ser bloqueado pelos EUA, a menos que Ancara receba a Finlândia e a Suécia na OTAN. Tal cenário foi sugerido pelo senador Robert Menendez, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, conforme citado pelo Washington Post na quarta-feira.
“Espero que o governo esteja percebendo isso ao considerar os F-16”, disse o jornal citando o legislador democrata. “Você deveria estar dizendo ao [presidente turco Recep Tayyip] Erdogan que você precisa agir de uma maneira diferente se quiser consideração por qualquer coisa.”
O senador dos EUA estava respondendo à obstrução da Turquia aos pedidos de adesão das duas nações nórdicas à OTAN nesta semana. A aprovação de todos os 30 membros é necessária antes que novos países possam ser admitidos. Ancara, no entanto, disse que não dará seu consentimento porque alega que a Suécia e a Finlândia abrigavam “terroristas”.
As objeções aparentemente se referiam a membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, um grupo militante curdo que travou uma longa campanha de guerrilha contra o governo turco. Erdogan supostamente quer que até 30 pessoas sejam extraditadas pela Finlândia e pela Suécia antes de permitir que elas se juntem ao bloco militar liderado pelos EUA.
A Turquia fez um pedido de aviões de guerra americanos em outubro passado, mas o possível acordo tornou-se um tanto controverso para o governo dos EUA. O aliado da OTAN foi anteriormente expulso do programa F-35 em retaliação por sua compra em 2017 de sistemas antiaéreos fabricados na Rússia, que os EUA alegaram que poderiam ser usados para revelar a Moscou os segredos do avançado caça furtivo fabricado nos EUA.
Em abril, a Reuters informou que o Departamento de Estado havia enviado uma carta ao Congresso argumentando que o acordo proposto serviria aos interesses americanos, mas não chegou a apoiá-lo explicitamente. No mês passado, o governo Biden pediu aos líderes do Congresso que aprovassem a venda da aeronave, informou o Wall Street Journal no início de maio, citando fontes.
A liderança turca indicou que percebeu seu pedido como uma forma de compensação por ter sido esnobado nos F-35, que considerou “injusto”.