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Green Pass

Itália: o ataque ao CGIL e a luta dos trabalhadores por liberdade

Apesar de repudiarmos o ataque ao CGIL por parte dos fascistas, a esquerda precisa entender que o Green Pass e outras medidas restritivas são antipopulares e arbitrárias

italia cgil

O aumento da repressão estatal durante o período da pandemia foi significativo e as medidas restritivas instauradas não têm sido bem recebidas. Proibição de sair de seu próprio país, impedimento de frequentar espaços de lazer, obrigatoriedade da vacina sob diversas penas, mas, em contrapartida, os ambientes de trabalho não pararam de funcionar, as fábricas se tornaram um perigoso local de contaminação e os patrões continuam lucrando.

O recente ataque de fascistas ao principal sindicato da Itália, a Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), é um sintoma dessa crise que se instaurou no país e acaba por apontar um caminho que até então não foi compreendido pela esquerda. Grupos de extrema-direita, como o Forza Nuova e o movimento antivacina, invadiram o sindicato durante um protesto contra o “Green Pass” (passaporte da vacina italiano), e destruíram tudo que encontravam pela frente. 

De acordo com a imprensa, o protesto teve cerca de 10 mil pessoas e seu objetivo inicial era invadir o escritório do primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, que estava fortemente protegido pela polícia. Tudo isso resultou em confrontos com a polícia de um lado e a destruição do sindicato do outro — 12 pessoas foram presas.

A Itália foi o primeiro país da União Europeia a adotar a obrigatoriedade do Green Pass, tendo o feito no dia 8 de outubro, enquanto os protestos aconteceram no dia seguinte. Além de impedir a entrada de pessoas em determinados locais, o passaporte também dá liberdade para que o empregador demita o trabalhador que não queira se vacinar. Os manifestantes acusaram o sindicato de traição por não se oporem abertamente ao Green Pass. Já o líder do sindicato, Maurizio Landini, pediu a proibição dos partidos fascistas na Itália.

Se por um lado o ataque ao sindicato é, de fato, um absurdo, por outro não devemos deixar de considerar que o Green Pass é sim uma medida restritiva e fascista que não deve ser apoiada. O continente europeu está explodindo com protestos contra essa medida e, ao contrário do que diz boa parte da imprensa, também contam com a participação da população e da esquerda.

Isso acaba se tornando um fator de confusão, dado que grupos de extrema-direita também acabaram se misturando no processo. Independentemente disso, é fato que o passaporte da vacina é uma medida fascista. A esquerda, ao não se posicionar claramente ou ao ir a favor da repressão, acaba cumprindo um papel nessa confusão, fazendo com que o movimento da direita seja cada vez mais propagandeado como “defensor da liberdade”, mesmo que seja apenas propaganda e, na realidade, sejam defensores do imperialismo.

Após estes acontecimentos, a CGIL organizou um protesto para o dia 16 de outubro pedindo a extinção dos partidos fascistas por ataques à democracia. Neste também estavam presentes o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, e Giuseppe Conte, ex primeiro-ministro e integrante do direitista Movimento 5 Estrelas, que afirmou que a manifestação “é uma grande festa da democracia sem cor política”.

Outra questão a ser abordada é o pedido de proibição dos partidos fascistas por “ameaçarem a democracia”. Apesar de o pedido ter sido desencadeado pelos ataques à sede do sindicato, não há dúvidas que essa reivindicação já existia. No entanto, é importante ressaltar que pedir a proibição de uma organização por coisas abstratas como “não defender a democracia” é uma atitude perigosa e abre brechas para muitas manobras direitistas, como proibir um partido de esquerda por defender, por exemplo, a quebra de vidraças de bancos ou a insurreição popular contra a polícia.

O protesto realizado pela CGIL contra os fascistas foi uma atitude correta. Entretanto, levar essa reivindicação e colocar tal poder na mão do Estado burguês é entregar uma faca na mão do assassino e coloca em cheque toda e qualquer tentativa de revolta da população, inclusive na questão do Green Pass.

As medidas arbitrárias do Estado não devem ser apoiadas. O passaporte da vacina é algo arbitrário e a esquerda deve mobilizar o povo e se opor a essas ações, assim como deve demonstrar que os fascistas nada querem com a liberdade e que essa pauta pertence à esquerda.

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