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Pasquim do imperialismo

Folha bajula Merkel, após 16 anos no poder. E Maduro é o ditador!

Após 16 anos no poder, Angela Merkel deixa a cadeira de chanceler da Alemanha e faz caírem lágrimas dos olhos… da burguesia

“Competente”, “científica”, “popular”, “liderança” — o editorial da Folha de S.Paulo rasgou elogios a Angela Merkel, que está terminando seu último mandato após 16 anos como chanceler alemã, aposentando-se. A “dama de ferro alemã” foi eleita pela primeira vez em 2005 e está em seu 4° mandato consecutivo, empatando com Helmut Kohl, que ficou no poder de 1982 a 1998. Merkel tem mais tempo de governo do que o próprio Adolf Hitler, que ficou por 12 anos! Baseado nos elogios da Folha a Merkel, é provável que o editorial do jornal golpista na época fosse algo como “Alemanha prepara sucessão de Adolf Hitler, após gestão bem-sucedida de 12 anos”.

O período de Merkel, uma política conservadora que foi eleita por uma coalizão entre os partidos União Social Cristã (CSU) e Social-Democrata da Alemanha (SPD), foi caracterizado  pelo crescimento considerável da economia alemã, a economia do país um fator dominante na União Europeia. Isso também faz com que a Alemanha, sob gestão de Merkel, seja um dos principais responsáveis pela imposição de políticas de austeridade em países menores do bloco econômico, como Grécia e Portugal, para supostamente resgatar suas economias — em outras palavras, a imposição de regras para esses países no meio de uma gigantesca crise da UE, para encher os cofres dos bancos e os bolsos dos especuladores alemães.

“Se há um líder político que se consagrou como estadista nos últimos anos, esse líder é a chanceler alemã Angela Merkel. Ela soube como ninguém conciliar o pragmatismo com o respeito a princípios civilizacionais, como se viu na crise dos refugiados de 2015-16”, recita com todas as palavras o editorial da Folha.

O jornal golpista trabalha com um novo conceito de “princípios civilizacionais” — talvez o princípio de que a única civilização é a burguesia, e imigrantes e refugiados precisam cumprir sua tarefa como mão de obra barata para a exploração das grandes empresas alemãs, ou simplesmente a tarefa de ficar bem longe das fronteiras do país da raça superior, como se vê com a intensa repressão de diversos imigrantes na fronteira. Uma política conveniente quando se percebe que essas pessoas estão fugindo de uma situação criada ou apoiada pelo governo alemão, como a exemplo da guerra na Síria.

A “democrática e científica” (assim como Dória!) Angela Merkel também não é muito adepta a dita democracia: em 2017, durante uma reunião do G20, militantes da esquerda alemã organizaram uma série de discussões e manifestações por meio de um fórum de internet. Este mesmo fórum foi fechado pelo governo por, segundo o ministro do Interior, Thomas Maizière, ser um cenário “quase diário” de comentários de ódio, propaganda ou “de assistência concreta” para cometer infrações. “A partir de agora, o uso da página será uma infração penal”, declarou o ministro, que, na época, pretendia “punir com força os extremistas de esquerda que podem ser violentos na Alemanha”. O principal site da esquerda radical alemã continua inativo até hoje, demonstrando o alto grau de democracia e liberdade de imprensa na Alemanha.

Fica a dúvida do que para a Folha é considerado “popularidade”. 16 anos no poder e uma política “incomumente popular” são classificados como feitos de uma grande estadista — em contraposição, 8 anos e uma política verdadeiramente popular são considerados uma ditadura. É o que acontece nas classificações da Folha sobre o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, que é atacado inúmeras vezes por ser um governo eleito popularmente, que resiste ao imperialismo e a direita em diversos âmbitos. A cobertura do jornal porta-voz da burguesia também faz questão de chamar Díaz Canel (Cuba) e Daniel Ortega (Nicarágua) de ditadores desde o primeiro dia de seus mandatos — não é coincidência que a Alemanha tenha apoiado a piada protagonizada por Juan Guaidó, que se autodeclarou presidente da Venezuela.

Outro exemplo de “democracia”, também apoiado pela Folha e pela burguesia em geral, foi quando, em maio de 2020, as forças de repressão alemã invadiram todas as sedes relacionadas ao partido libanês Hezbollah, banindo todas as suas atividades e alegando um suposto projeto de atentado terrorista, o qual nunca foi efetivamente provado. Durante as retomadas dos ataques de Israel à Palestina no início de 2021, o governo alemão também fez questão de jogar os palestinos e o grupo Hamas na categoria de terrorista, reprimindo qualquer manifestação relativa à defesa da Palestina em seu país, assim como fornecendo apoio ao Estado de Israel.

Ao fim e ao cabo é possível perceber que Angela Merkel e Folha trabalham pelo mesmo objetivo, propagandeando os feitos da burguesia e promovendo políticas repressivas contra o povo. Um é tão democrático quanto o outro, ou seja, beiram ao fascismo. A Folha prova, mais uma vez, que não passa de um pasquim do imperialismo, mentiroso, manipulador e demagogo.

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