Na Alemanha, as ideias socialistas estão sob a mira do serviço secreto do Estado. Em petição pública divulgada na internet, o Partido da Igualdade Socialista (SGP, em alemão), denunciou o autoritarismo do governo alemão e a tentativa de proibir o partido trotskista do país.
A declaração do SGP explica a importância dessa medida autoritária vinda do Escritório Federal para a Proteção da Constituição (BfV), o serviço secreto da Alemanha. Segundo o partido, o governo quer criminalizar as ideias socialistas. O movimento tem recebido bastante apoio; muitos ativistas e simpatizantes deixaram claro que não concordam com a política reacionária do Estado alemão. A adesão ultrapassou os limites geográficos do país, e usuários de todo o mundo decidiram apoiar a luta nas redes sociais usando a hashtag #defendSGP.
“O SGP é o único partido que apoiou os trabalhadores do aeroporto na luta contra o Grupo WISAG”, escreve Cemaleddin Benli, um encarregado da bagagem do aeroporto que foi demitido pela WISAG. “Um ataque ao SGP é um ataque a todos os trabalhadores que lutam contra a exploração, demissões, assaltos e Coronavírus. #defendSGP!”, disse Benli.
“A RFA (República Federal da Alemanha) está se transformando cada vez mais em uma polícia autoritária e um estado de vigilância com uma fachada de democracia”, escreve Thomas Bautzer. “Isso me preocupa.”, conclui.
“O SGP, que está lutando ativamente contra os crimes do governo – seja contra a política criminosa do coronavírus, que ceifa milhares de vidas, ou contra a mudança cada vez maior para a direita e o militarismo, está sendo vigiado injustamente. Qualquer pessoa que apóia ativamente a vida humana e os direitos dos trabalhadores não deve estar sob observação do Escritório de Proteção à Constituição. Essa observação mostra que o Escritório de Proteção à Constituição, assim como o governo, não está agindo no interesse da democracia. Você está agindo ativamente pela burguesia através desta condenação ilegal do partido e do socialismo.”, disse Jan Robin Hengfoss, de Leipzig.
“O judiciário da República Federal da Alemanha lembra os capítulos mais sombrios da história alemã. A perseguição política aos comunistas e oponentes do governo nunca deve ser repetida. Em tempos como hoje, somos mais dependentes do que nunca dos socialistas que lutam contra o capitalismo, a destruição ambiental, a infecção em massa e a exploração!”, destacou Tina Meier, de Bochum.
Não é de hoje que os governos dos países imperialistas utilizam órgãos de espionagem para vigiar, criminalizar e até mesmo atacar partidos políticos de esquerda e movimentos populares. O regime “democrático” burguês desses países está em plena falência. Com a crise econômica global, a burguesia vem tentando por todos os meios cercear os direitos democráticos da população para que as massas não se organizem e se insurjam contra o regime capitalista. É preciso denunciar essa arbitrariedade do governo alemão e mobilizar os trabalhadores nas ruas do país para criar um amplo movimento contra as investidas da burguesia alemã e seus partidos de direita que vêm conquistando apoio em meio à crise política do país e a falta de proposta por parte da esquerda para os trabalhadores.
